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CinemaCrítica

Crítica | ‘Pureza’ é antiescravagismo na veia e cinema nacional de qualidade

Por
Felipe Novoa
Última Atualização 29 de março de 2023
5 Min Leitura
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Pureza divulgação Dira Paes
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Às vésperas do aniversário de 134 anos da Lei Áurea, “Pureza” joga holofotes na constante existência do trabalho escravo no Brasil atual. Nesse filme do diretor Renato Barbieri, vemos a história de Pureza Lopes Loyola, uma mãe do interior do Pará vivida por Dira Paes, que sai em busca do seu filho Abel (Matheus Abreu). O rapaz foi procurar trabalho numa fazenda e caiu no cárcere privado. Nessa busca, ela se infiltra numa fazenda onde a morte e a violência regem com punho de aço.

Prenúncio de problemas

Apesar de se passar nos anos 90, “Pureza” está longe de ser um filme datado. A película já começa a bordoada emocional ao mostrar a vida dura de Pureza e Abel como oleiros fazendo tijolos de barro. O trabalho pesado debaixo do sol é mal remunerado e destruidor para o corpo dos protagonistas, o que leva o filho a procurar trabalho numa cidade maior, o mesmo que o seu tio fez.

Nesse ponto do filme, já se pode entender o que vai acontecer. Assim como o tio, Abel some por meses, o que inquieta cada vez mais Pureza. Com medo do pior ter acontecido, ela vai atrás do rapaz, viajando quilômetros pelo interior Paraense até a cidade onde ele disse que iria.

Atuação

Desde o começo do filme, Dira Paes é a definição de sofrimento. Do momento que o seu filho some até o final do filme, ela consegue representar medo, cansaço, ódio, compaixão e tantos outros sentimentos que a guiam até o seu objetivo. Seja no meio do mato ou em Brasília, a atriz traz uma nuance única ao calvário dessa mãe.

Junto dela, outro ator que rouba a cena é Flavio Bauraqui, que vive o capataz Narciso. Como chefão daquela região, ele conseguiu exprimir um misto de frieza e determinação nervosa que deixa os cabelos em pé. Em vários momentos o ator apresenta uma fúria animalesca que parece um pouco exagerada, mas que ajuda a sedimentar o sentimento negativo pelo personagem de forma efetiva. Assim, Bauraqui e Dira Paes carregam o grosso da atuação em “Pureza”.

Temática e exposição

Como um todo, “Pureza” é uma denúncia que joga luz para uma situação de 1888 que até agora não foi resolvida. A situação do trabalho escravo se agrava a cada fala presidencial que critica o combate à esse crime hediondo. Se não for por filmes como esse e notícias como essas, a população como um todo permaneceria no escuro. Existem inúmeros relatos de trabalho escravo, tanto no campo quanto na cidade. Mesmo assim, esses crimes contra a humanidade continuam.

Talvez um dos pontos mais importantes em “Pureza” seja justamente a caracterização do dono daquela fazenda infernal no meio do nada. Quem manda de verdade não é o capataz, nem o leão de chácara, mas sim o empresário paulista que chega de avião e passa o dia no ar-condicionado. Ter consciência de que o problema é muito mais extenso que meia dúzia de fazendas no interior é essencial. São pessoas “finas” da capital que estão lucrando com o trabalho forçado de coitados que são exauridos e mortos.

Finalmentes

Apesar do final corrido e de algumas atuações menos precisas, “Pureza” entrega uma mensagem clara. Se o povo não se meter, os horrores vão continuar. Foram movimentos populares que derrubaram a ditadura brasileira, e serão movimentos populares que vão trazer segurança para os trabalhadores. Longe de ser um filme moderado como outros lançados ultimamente, “Pureza” não mede esforços para radicalizar um povo humilhado e cansado. Por conta disso, não posso deixar de indicar que você vá ao cinema e assista esse filmaço.

Por fim, o filme estreia nos cinemas brasileiros no dia 28 de abril. Nosso jornalista Alvaro Tallarico falou com a Dona Pureza e Dira Paes sobre o filme há dois anos atrás, veja aqui.

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Tags:cinema brasileirocinema nacionaldira paesfilme nacionalflavio bauraquipureza dira paespureza filmepureza filme criticarenato barbieri
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Crítico/fotógrafo. Atualmente focando na graduação em jornalismo e escrevendo muito.
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