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Crítica

Policia e Ladrão | Netflix apresenta obra-prima curta contra o racismo

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Polícia e Ladrão

Policia e Ladrão (Cops and Robbers) é uma tentativa de respiro em meio ao sufocamento que os negros sofrem no cotidiano. A princípio, parece um rap, um clipe feito numa mescla de animação e live-action. É nostalgia e sonho, esperança e luta num texto que é ao mesmo tempo triste, belo e real.

Vidas Negras Importam e a arte é uma forma de gritar essa luta e atingir pessoas. A cor de um ser humano não pode ser motivo de diferenciação de tratamento. Não pode existir racismo. A humanidade precisa evoluir.

O curta-metragem é simplesmente lindo e fortemente pontual. O título remete a outros tempos onde essa brincadeira famosa unia crianças, ingenuidade e liberdade e fica nessa dicotomia do início ao fim, apresentando exemplos.

O narrador expressa a vontade de retornar a um passado de mais pureza na busca por um futuro possível onde as vidas negras realmente importem. A partir da ludicidade aprendemos mais sobre esse sistema injusto e cruel em que alguns sofrem mais por serem negros.

Aliás, é tudo extremamente bem feito e incrível com a utilização de vários estilos diferentes de animação. Desde a mais clássica 2-D, até o stop-motion que vem em momento especialmente emocional. São vários artistas destilando seus talentos para externar emoções reais e dar o recado.

“Nossos gritos por justiça são gritados no vazio”, clama o narrador-protagonista.

Afinal, quando Polícia e Ladrão acaba, o que fica é o silêncio gritante da mensagem que ecoa no ar.

Por fim, veja o trailer:

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6 Comentários

1 Comentário

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  4. Alexandre Marcello de Figueiredo

    23 de fevereiro de 2022 at 20:53

    O curta é um grito contra o racismo. Vidas negras realmente importam!

  5. Pingback: A Suspeita | Confira uma cena do filme em que Gloria Pires encara o mal de Alzheimer

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Cinema

‘Aumenta que é rock ‘n roll’ traz nostalgia gostosa | Crítica

Longa protagonizado por Johnny Massaro e George Sauma estreia em 25 de abril.

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Uns anos atrás, mais especificamente em 2019, o Festival do Rio (e outros festivais do Brasil) trazia em sua programação um documentário sobre a Rádio Fluminense. “A Maldita”, de Tetê Mattos, que levava o título da alcunha pela qual a rádio era conhecida, narrava sua história e, além disso, a influência que teve em seus ouvintes. Para muitos, principalmente os que não viveram a época, foi o primeiro contato com a rádio rock fluminense.

Anos depois, no próximo 25 de abril, quinta-feira, estreia “Aumenta que é rock ‘n roll”, longa de Tomás Portella. O longa é baseado no livro “A onda maldita: Como nasceu a Rádio Fluminense”, escrito por Luiz Antônio Mello, criador da rádio. Protagonizado por Johnny Massaro na pele de Luiz Antônio, o filme foca em toda a trajetória do jornalista desde sua primeira transmissão na rádio do colégio, até o primeiro contato com a Rádio Fluminense (por causa de seu amigo e cocriador Samuca) e a luta pra fazer da Fluminense a rádio mais rock ‘n roll do Rio de Janeiro.

Muito rock

Pra começo de conversa, é preciso dizer que o filme é uma bela homenagem ao gênero rock. Além de uma trilha sonora com nomes de peso, como AC/DC, Rita Lee, Blitz e Paralamas do Sucesso, o longa consegue mostrar ao espectador do que o rock é verdadeiramente feito: de muita ousadia e questionamentos. Em uma época em que o gênero vem sendo esquecido, principalmente pelas gerações mais jovens, Tomás Portella consegue relembrar a todos que o rock é sinônimo de controversão e revolução, já que foi criado para questionar os ideais vigentes da época.

Isso fica muito claro nos personagens que compõem a rádio e que a tocam pra frente. A ideologia de fazer diferente fica tão nítida na tela que eu desafio o espectador a não sair do filme com vontade de revolucionar o mundo ao seu redor.

Roteiro

Isso se dá, obviamente, por um texto muito bem escrito e uma trama bem desenvolvida e bem amarrada. O que significa, portanto, que L.G. Bayão fez um ótimo trabalho na adaptação do livro.

Mas, além disso, as atuações dos atores em cena tambémajudam muito. Apesar de a maioria dos atores nem sequer ter vivido a época (no máximo, eram criancinhas nos anos 80), eles personificam a vontade de transformar da época. Principalmente Flora Diegues, que tem uma atuação tão natural que dá até pra pensar que ela pegou uma máquina do tempo lá em 1982 e saltou na época em que o filme foi gravado. Infelizmente, a atriz faleceu em 2019 e uma das dedicatórias do longa é para ela. Merecidissimo, porque Flora realmente se destaca entre os integrantes da rádio rock.

Sintonia fina

George Sauma interpreta o jornalista Samuca, amigo de colégio de Luiz Antonio que cria a rádio com o colega. A escolha dos dois protagonistas não poderia ser melhor, já que Johnny Massaro e George têm uma química que salta da tela. O jogo de dupla cheio de piadas, típico dos filmes de comédia dos anos 1980, funciona muito bem entre os dois. Os dois atores têm um timing ótimo para comédia e, ao mesmo tempo, conseguem emocionar quando o texto cai para o drama. Tanto George quanto Johnny brilham.

Também brilham a cenografia e o figurino do filme. Cláudio Amaral Peixoto, diretor de arte, e Ana Avelar, figurinista, retrataram tão bem a época que parece que estamos mesmo de volta aos anos 1980. A atenção aos detalhes faz o espectador, principalmente o que viveu tudo aquilo, se sentir dentro da rádio rock.

Nostálgico

Para resumir, é um filme redondinho e gostoso de assistir, com atuações incríveis e uma trilha sonora de arrasar. Duvido sair do cinema sem vontade de ouvir uma musiquinha de rock que seja!

Fique, por fim, com o trailer de “Aumenta que é rock ‘n roll”:

Ficha Técnica

AUMENTA QUE É ROCK ‘N ROLL

Brasil | 2023 | Comédia

Direção: Tomás Portella

Roteiro: L.G. Bayão

Elenco: Johnny Massaro, George Sauma, João Vitor Silva, Marina Provenzzano, Orã Figueiredo.

Produção: Luz Mágica

Coprodução: Globo Filmes e Mistika

Distribuição: H2O Films.

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