“Chegaí” com Regina Souza lançando seu novo álbum nesta quinta-feira (25/06). São canções cheias de brasilidade e com aquela dose de espiritualidade que traz um sol raiando numa voz de serenata. Conversei com ela no Santuário de Bom Jesus do Monte, em Braga, Portugal. Uma aura de boas energias nos envolvia e logo perguntei sobre as composições desse novo álbum e se ela cantava um sincretismo brasileiro.
“Comecei a cantar esse sincretismo agora nas minhas composições. Acho que esse universo sempre esteve presente em mim, na minha vida. Sou de uma família católica, comecei a cantar na igreja, novinha, mas eu acho que com o passar dos anos a gente vai ampliando o conhecimento da fé, da crença. E de repente vai tendo algumas afinidades. Sempre tive, sempre acreditei, sou uma pessoa de fé, mas a descoberta dessa outra linguagem, dessa outra forma de ver, das forças da natureza que a Umbanda traz, isso chegou muito forte pra mim. E me inspira”, declarou Regina.
Aliás, encontre o “Par Perfeito”:
Regina Souza deixa a gira girar. Enquanto falava com ela percebi a quantidade de colares que usava. São Jorge, Nossa Senhora, uma coruja, um elefante. Levava o sincretismo no peito. A coruja ela logo disse que tinha a ver com Filosofia, exatamente o que ela está estudando. Regina realiza nesse momento uma mobilidade acadêmica na Universidade do Porto. Em verdade, ela é formada em Comunicação e depois seguiu para alguns ramos da arte, como música e teatro. Recentemente, entrou na faculdade de Filosofia.
Em janeiro de 2020, acabou entrando em estúdio e gravando esse novo álbum com Du Macedo, Cláudio Queiroz e Fred Jamaica. Logo após gravar, embarcou para Portugal. Felipe Fantoni, coprodutor, foi mixando e masterizando, enquanto isso. “Chegaí” traz samba, baião, balada, ou seja, MPB.
Para ela, a Filosofia e a Arte trazem direcionamentos. Não necessariamente fornecem respostas, mas perguntas melhores. Questionei o quanto esse estudo influenciava em suas composições.
“Cada filósofo tem seu pensamento, né? Seja metafísico, epistemológico, o que for. Mas as coisas vão clareando, sabe? Melhor do que eu entrei eu estou saindo desse curso. Isso para mim já está valendo. Acho que me acrescentou muito. E para composição, me acrescentou muito, me abre. Abre minha inspiração. Mas, claro que tenho várias críticas. Eu como artista, me interessa muito essa conexão com o divino que é de onde eu acho que vem a inspiração e a gente está aqui para ser instrumento. Então se a minha música fizer sentido e tocar o coração das pessoas e de alguma forma fizer as pessoas se sentirem mais leves, felizes. Ou, Às vezes, um pequeno pensamento sobre um questionamento seu mesmo que não tenha resposta. A gente pode cantar a dor do outro”, disse a cantora.