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CinemaCrítica

‘Samuel e a Luz’ capta a cultura caiçara em contraste com a modernidade

Por
Alvaro Tallarico
Última Atualização 26 de outubro de 2023
5 Min Leitura
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Sou um grande fã da região de Paraty e já estive no local onde o filme se passa. Ponta Negra, uma comunidade que fica nessa linda Reserva Ecológica Estadual da Juatinga (REEJ), no sul do Estado do Rio. Logo no início do filme “Samuel e a Luz”, aparece a Cachoeira do Saco Bravo, que consegui ir uma única vez, e foi inesquecível, afinal, é uma cachoeira em frente ao mar que forma uma piscina. Na maré alta, é extremamente perigosa e a trilha não é fácil. Toda aquela comunidade tem um ar pitoresco. Ou tinha.

Uma das maiores virtudes do filme é mostrar, ainda mais até a primeira metade, como é (era?) a vida naquela região e a cultura caiçara. Uma maneira simples de se viver. Lavando as roupas na beira do rio, caçando, pescando.

Em uma dessas casas mora o bebê Samuel. Muitas vezes é através do olhar dele que vemos a obra. “Samuel e a Luz”, com bela direção de Vinícius Girnys ,começa assim, de um jeito mais tranquila, capturando o cotidiano da comunidade e o desenvolvimento da identidade do garoto. No entanto, essa paz inicial é apenas o prólogo de uma narrativa mais complexa.

Respeitamos ainda mais o filme sabendo que ele percorre seis anos, acompanhando Samuel e sua família, e testemunhando a transformação do vilarejo com a chegada da eletricidade e do turismo à comunidade. As brincadeiras na natureza começam a dar lugar aos jogos de celular, e as forças da modernidade e da tradição entram em rota de colisão. Acabamos ganhando um ótimo registro do Brasil contemporâneo.

Toda a poesia ali presente no início com as crianças brincando no mar e os pescadores trabalhando pela sobrevivência vai desaparecendo. Tudo muda de uma forma impressionante e o filme realmente capta isso através da montagem marcante.

Aliás, veja o trailer, e siga lendo:

É necessário destacar alguns aspectos técnicos do filme que o ajudam a ser tão eficiente. A montagem de Tom Laterza, Vinícius Girnys e Gabriela Baraúna é excepcional. Como quando ouvimos um tiro, com a imagem do céu noturno, e logo depois vemos a caça abatida. Isso tudo é exacerbado pelo Som de Fernando Pereira dos Santos e o Desenho de Som de Daniel Turini, Henrique Chiurciu e Matéo Russon. Aliás, as cenas noturnas também impressionam, como em algumas limpezas dos animais. Dessa forma,fica impossível não exaltar também a Direção de Fotografia de Pedro Cortese em conjunto com a equipe de Fotografia que conta ainda com Chico Bahia, Olívia Pedroso e Vinícius Girnys.

Não foi à toa que “Samuel e a Luz” ganhou dois prêmios no FICG (Guadalajara, Mexico). Um foi de Melhor Filme Longa-metragem Documentário Iberoamericano, o qual é um prêmio qualificador para o Oscar 2024 na categoria Melhor Documentário Longa-metragem. E o outro foi o Prêmio FEISAL de Melhor Filme.

Afinal, “Samuel e a Luz” consegue não ser somente um apanhado de ricas e bonitas imagens, mas acaba entregando um olhar sensível e profundo sobre as mudanças sociais e culturais que permeiam a vida dessa comunidade à beira-mar. Girnys nos guia por esse território de contrastes com uma grande riqueza de imagens capturadas e boas personagens. São detalhes em diálogos aqui e acolá, que unem muito bem a linha cronológica do filme, o qual traz um gosto amargo de realidade, saindo de um aparente paraíso até um novo cenário modernamente solitário.

Em suma, “Samuel e a Luz” é uma bela experiência cinematográfica. Terá sessão no dia 01/11, no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca, Sala 5, às 18h, pela Mostra Internacional de São Paulo.

Por fim, leia mais:

Praia do Sono é um paraíso no Estado do Rio de Janeiro | Cultura Caiçara

Pérola | Um filme emocionante sobre mães

Crítica | ‘Puan’, um filme de perguntas

Tags:critica samuel e a luzcultura caicara paratymostra sp de cinemaponta negra paraty
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Jornalista especializado em Jornalismo Cultural pela UERJ.
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