“São Miguel Arcanjo, o Anjo Maior” (Saint Michael Meet the Angel) é um filme que desperta curiosidade e vontade de estudar mais sobre São Miguel. Conhecido como príncipe da milícia celeste, é um famoso anjo citado diversas vezes na bíblia, tanto no antigo como no novo testamento.
A abertura do filme é linda, como se o anjo se preparasse para a batalha. É criativa e gera expectativas de que o longa-metragem poderá ser diferente e atual. Porém, é um documentátio que segue a fórmula básica, sem nenhuma inovação. Traz muitos depoimentos de padres e freiras, e de algumas pessoas comuns, devotos, que foram tocados pelo anjo.
O filme viaja por alguns dos principais santuários dedicados ao arcanjo e parece ter como um de seus objetivos renovar a fé e a devoção por esse anjo. É como se ele fosse um elo com Deus, assim como Nossa Senhora é vista pelos católicos.
Aliás, veja o trailer, e siga lendo:
Fica uma vontade de ver mais, de saber mais sobre o anjo, como suas citações nos evangelhos apócrifos. Mas o foco do filme não é esse. O objetivo parece ser somente fortalecer a fé em São Miguel. Na repetição de depoimentos e na falta de maior dinamismo, o filme falha. São erros claros do diretor e roteirista Wincenty Podobinski. Falta maior agilidade na edição, uma trilha sonora cativante, um mínimo de novidade.
Vemos e revemos imagens já conhecidas de São Miguel e o foco no eurocentrismo, onde a principal imagem traz a beleza do anjo, loiro, de traços europeus, contra a feiúra do diabo, moreno, de barba, calvo. Algo inclusive explicado por um padre que solta algumas falas, no mínimo, complicadas, e até preconceituosas. Exalta dessa forma uma visão colonizadora que já não se aplica mais aos tempos atuais, onde, graças a Deus, cada vez mais, rechaçamos isso.
Não acredito que tenha sido essa a intenção de Wincenty Podobinski. Ele quer exaltar o Anjo Maior, mas falta sim uma visão mais contemporânea e uma modernidade a qual, inclusive, poderia fazer com que São Miguel atingisse pessoas mais jovens e não somente antigos católicos. Infelizmente o filme não amplia nosso conhecimento como poderia e não faz jus ao Anjo Maior.
Apesar de tudo, alguns relatos de fé conseguem cativar e fazem refletir. Além disso, a figura carismática de São Miguel e sua mitologia de guerreiro celeste seguram o interesse no filme.
Afinal, “São Miguel Arcanjo, o Anjo Maior” está em cartaz nos cinemas brasileiros e chama atenção em especial para os que tem curiosidade sobre a fé e angeologia.