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Cinema

Socorro,Virei uma garota! é clichê que faz rir

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Socorro Virei Uma Garota

Lembra de um dos maiores sucessos do cinema nacional? E Se Eu Fosse Você teve uma ótima bilheteria, foi uma comédia divertida que agradou grande parte do público brasileiro. Então, Socorro, Virei uma Garota! bebe dessa fonte, porém voltado para um público mais adolescente. Tem até algumas cenas bem semelhantes e classicamente clichê como o caminhar desajeitado de salto alto do homem em corpo de mulher. A verdade é que reaproveita um conceito que já foi utilizado muitas vezes por um enorme número de produções norte-americanas (Um Dia Muito Louco; Vice-Versa; De Volta aos 18; Tal Pai, Tal Filho; Sexta-feira Muito Louca). Contudo, dessa vez, é uma comédia adolescente brasileira, e, se o principal objetivo for fazer rir, deu certo. Durante a exibição para imprensa que participei, as risadas ecoavam.

Neste filme bem dirigido por Leandro Neri – que chega aos cinemas de Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Belo Horizonte em 22 de agosto – conhecemos Júlio, um garoto tímido e zoado pelos colegas de escola, nerd estereotipado típico, ótimo em matemática e péssimo em relacionamentos. O personagem ganha vida com desenvoltura por Victor Lamoglia.

Depois de passar uma grande vergonha, Júlio, ao ver uma estrela cadente, faz um pedido desejando com força: ser a pessoa mais popular e descolada da escola. Logo, acorda como uma garota, Júlia (Thati Lopes), youtuber de maquiagem, conhecida e admirada. Para aprender como viver com o novo corpo feminino, ainda precisa lidar com a amizade de Melina (Manu Gavassi), a garota por quem é apaixonado.

Thati Lopes

No geral, Thati Lopes segura o filme, cheia de carisma e talento. A garota diverte e atua bem. Aliás, todo o elenco de coadjuvantes, com destaque para o Cabeça (feito simpaticamente por Leo Bahia) realiza um bom trabalho. Douglas (Lippy Adler) é outro personagem que fornece risos, um playboy crossfiteiro, fã de suplementos. A atriz Lua Blanco faz Renata, irmã do Cabeça, toda estilosa. É um show de estereótipos, mas a ironia cai bem em várias situações.

Nelson Freitas faz o pai de Júlio/Júlia em ótima atuação. Ator tarimbado em especial no gênero comédia, é responsável por bons momentos, como que apresentando essa galera nova para um público maior. Muitos deles são bem conhecidos pelos mais jovens por seus trabalhos na internet.

A trilha sonora é um personagem à parte, encaixando perfeitamente com as cenas, dando o tom da comédia e sendo um ótimo complemento para algumas boas gargalhadas. Especialmente, uma cena em que ouvimos a cantora Ana Carolina.

Roteiro

Uma das graças de Socorro,Virei uma garota! são as muitas referências a diversos outros filmes, séries, super-heróis. Star Wars é um dos mais presentes, mas tem também Jornada nas Estrelas, e outros.

O filme realça estereótipos? Sim, como no próprio Se Eu Fosse Você, isso acontece. Ao mesmo tempo, existe um esforço para desconstruir alguma coisa. Sem muito sucesso, o clichê prevalece. No final, o que ocorre é que o menino precisa virar menina, vivenciar estar em corpo de mulher, para finalmente amadurecer, se amar, e ter confiança.

Achei engraçado e existe a tentativa de ser didático e passar boas mensagens. Ok, ressalto uma vez mais que tem bastante clichê… um festival. Só que alcança o objetivo de fazer rir, utilizando essa nova geração de atores brasileiros e sugerindo bons ensinamentos sobre aceitação.

Afinal, o roteiro de Paulo Cursino está longe de ser um primor, mas consegue trazer emoção (além das muitas risadas) em momentos específicos. O longa ainda conta com supervisão artística de Roberto Santucci, com produção bem feita da Camisa Listrada, coprodução da Paramount Pictures e Panorama Filmes e distribuição da Downtown Filmes.

Enfim, o trailer:

*Crítica publicada primeiramente no site Ultraverso

 

Jornalista Cultural. Um ser vivente nesse mundo cheio de mundos. Um realista esperançoso e divulgador da cultura como elemento de elevação na evolução.

Cinema

Crítica | ‘Meu Vizinho Adolf’ uma dramédia impactante

‘Meu Vizinho Adolf’ aborda as consequências do nazismo em uma dramédia tocante.

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Após a Segunda Guerra Mundial muitos nazistas se refugiaram na América do Sul, algo que já foi abordado das mais diversas formas no cinema. Meu Vizinho Adolf, traz o tema novamente agora colocando um suposto Hitler como vizinho de um judeu que sofreu com o Holocausto. Um tema delicado que o diretor Leon Prudovsky consegue tratar bem e com um tom de humor mais discreto.

Mr. Polsky (David Hayman) perdeu toda sua amada família e decidiu viver isolado em uma velha casa na Argentina. Sua paz termina quando Mr. Herzog (Udo Kier), um alemão irritadiço, se muda para a casa ao lado. A aparência e o comportamento dele fazem com que Polsky desconfie que seja Adolf Hitler disfarçado.

Um clima triste mas que ainda nos faz rir

O personagem de Hayman passou anos evitando contato humano, sequer aprendeu espanhol, ele carrega uma dor que aperta o coração desde o início. Ainda, assim ele é um velho teimoso e também ranzinza do tipo que nos faz rir. Ao colocar na cabeça que seu vizinho é o próprio Führer, ele tenta alertar as autoridades sem sucesso.

Com isso Polsky começa a estudar a figura funesta para poder provar sua teoria. Todas as brigas e tentativas de invasão e espionagem são divertidas, não é aquele humor de fazer gargalhar e provavelmente não era essa a intenção do diretor. Conforme o filme avança, ambos vão criando uma amizade que obviamente é extremamente incômoda para Polsky. Mas ele começa a achar que estava errado até encontrar provas um pouco mais substanciais.

Um filme simples mas bem feito

Meu Vizinho Adolf não é um longa que exige cenários grandiosos, é tudo muito simples, são poucas locações. O foco são as atuações de David Hayman e Udo Kier que consegue cativar. Ambos os personagens carregam um passado cruel e toda a dor que eles sentem é revivida com força no final. A comédia fica um pouco de lado para falar de algo sério de forma acertada. Ao final temos um bom filme que consegue mostrar a crueldade do nazismo sem ter que colocar nenhuma cena pesada demais.

Estreando hoje nos cinemas brasileiros, Meu Vizinho Adolf é uma boa opção para quem quer fugir dos pipocões. Fique com o trailer:

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