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Cinema e StreamingCrítica

Crítica: Um Lobo Entre os Cisnes é a superação pela dança

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 15 de julho de 2025
6 Min Leitura
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Dirigido por Marcos Schechtman e Helena Varvaki, Um Lobo Entre os Cisnes se baseia na carreira de Thiago Soares para contar a amizade de dois homens que desejavam voar

2025 está sendo um grande ano para o cinema nacional: a vitória de Ainda Estou Aqui (2024, Walter Salles) no Oscar, os prêmios de O Agente Secreto (2025, Kleber Mendonça Filho) em Cannes, o sucesso estrondoso de público e crítica de Homem Com H (2025, Esmir Filho) e Manas (2025, Marianna Brennand Fortes) e promessas como O Último Azul (2025, Gabriel Mascaro), demonstram a força de um cinema nacional cada vez mais rico e vasto, e que agora apresenta seu primeiro filme de dança, na forma de Um Lobo Entre os Cisnes.

Baseando-se na história de Thiago Soares, referência internacional no balé e um dos maiores nomes da dança brasileira, a produção não somente mostra a trajetória do bailarino desde seu começo no hip-hop, até alcançar o sucesso mundial como bailarino, mas, também dá destaque à relação entre Thiago e seu mentor, Dino Carrera, um professor rigoroso que o permitiu alcançar o estrelato.

A ideia da produção surgiu após um almoço em que Thiago Soares se abriu para o diretor Marcos Schechtman sobre sua relação com Dino, acendendo a chama para o que se tornou toda a base da produção. Além de construir um retrato do balé que traz uma leveza e uma malemolência ao espectador, a produção consegue ser divertida, rápida em sua edição, dramática e receptiva à todos os públicos.

Um Lobo entre os Cisnes

Cena de Um Lobo Entre os Cisnes- Divulgação Palavra Assessoria

O roteiro de Camila Agustini segue uma estrutura clássica já visto em filmes que abordam a relação paterna entre mentor e aluno, como Karatê Kid (1984, John G. Avildsen), algo já vivido por todos em alguma fase da vida, assim, esta relação de ambos se torna transcendental, demonstrando uma união entre dois solitários que desejam alcançar o estrelato, Thiago querendo se destacar no mundo e Dino vendo nisso a sua chance de guiar alguém para conseguir o que nunca teve, sendo simbolizado em uma poética cena que Thiago entrega ao seu mentor a medalha de prata que ganhou no Concurso Internacional de Dança de Paris, enfatizando que é mais dele do que do próprio bailarino.

Um Lobo entre os Cisnes é uma produção grandiosa dentro da questão técnica, mostrando bélissimas cenas de dança em que a câmera acompanha os atores em plano sequência, sempre regadas por músicas clássicas que fazem parte de nosso imaginário coletivo, como O Lago dos Cisnes (1876, Piotr Ilitch Tchaikovski), demonstrando a beleza dos corpos interagindo entre si, e com o espaço, levando o espectador a bailar junto com eles.

Existem duas questões em Um Lobo entre os Cisnes que não rebaixam o seu valor como obra, porém, deve ser destacadas como algo que ficou na minha cabeça após o seu final. O primeiro é o trato dado às personagens femininas. Com exceção de Margarida Vila-Nova como Raquel, todas as outras mulheres que Thiago apresenta um relacionamento com, incluindo Germana, sua parceira de dança na escola, poderiam ser melhor representadas e no grande esquema das coisas, não movimentam em nada a história, somente atuando como uma forma de melhor enxergar o seu protagonista.

Um Lobo entre os Cisnes

Cena de Um Lobo entre os Cisnes- Divulgação Palavra Asessoria

Em seguida, destaco que após uma catártica vitória de Thiago Soares na competição de dança em Paris, o terceiro ato da produção aparenta ser um gigantesco epílogo, somente se estendendo até a resolução final entre Thiago e Dino, que transmite uma catarse muito inferior ao do recital, demonstrando um problema encontrado em algumas cinebiografias, que é o fato de algumas cenas se estenderem demais em momentos que não deveriam, quando poderiam ser utilizadas de outra forma, pelo bem da narrativa.

Apesar destas ressalvas, Um Lobo entre os Cisnes deve ser destacado como um grandioso e ousado filme, que transmite um conforto para seu espectador, além de apresentar uma composição técnica de destaque, um Mise-en-scène de respeito, e um roteiro simples, mas, eficiente em retratar a relação entre dois homens que desejavam voar, e conseguiram chegar ao estrelato ao se apoiarem um no outro.

Thiago Soares defende que a produção serve como uma homenagem à Dino Ferreira, e do modo como a produção foi construída, ele ficaria orgulhoso.

Uma produção Mandrágora, Globo Filmes e RioFilme, e distribuição da Sessão Vitrine Petrobras, Um Lobo entre os Cisnes estreia nos cinemas nacionais no dia 24 de Julho de 2025.

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Tags:balletcinema brasileirocinema nacionalcríticaCrítica Um Lobo entre os CisnesHelena VarvakiMarcos SchechtmanSessão VitrineUm Lobo entre os Cisnes
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