VERLUST é um drama sobre indivíduos que vivem em uma atmosfera sufocante. Inicialmente, a história acompanha a poderosa empresária musical Frederica (Andrea Beltrão). Isolada na praia ao lado do marido fotógrafo (o ator chileno Alfredo Castro) e a filha adolescente (Fernanda Pavanelli), concentra-se nos preparativos de uma esperada festa de réveillon. Porém, ainda tem que administrar a vida e carreira do ícone pop Lenny (Marina Lima). O filme estreia na próxima quinta-feira (05/11) nos cinemas brasileiros.
Sua cliente está produzindo uma obra misteriosa ao lado do escritor João Wommer (Ismael Caneppele). Entretanto, quando um ser das profundezas do mar surge em sua praia, a crise se instaura e Frederica terá que enfrentar seu maior medo: a perda.
Presos a um círculo de fama e poder, atados a convenções sociais, sujeitos ao jogo de aparências e expostos aos olhos censores da sociedade, cada personagem sente dificuldade em repensar seus relacionamentos, já que sofrem sufocamento pelo domínio de signos e significados, gêneros e catalogações, que os impossibilitam de aceitar o desejo como força que move os corpos para novos encontros.
Desperte
O filme se passa durante o ano novo, símbolo do despertar. A localização é uma praia isolada, paraíso impenetrável que proporciona a ilusão de segurança para os personagens. VERLUST é um diálogo entre cinema e literatura. Enquanto o filme narra o ponto de vista dos personagens que se projetam na criatura do mar encalhada, o livro homônimo de Ismael (ed. Iluminuras) narra em primeira pessoa o ponto de vista da criatura do mar, que deseja se desprender do seu coletivo e procurar sozinha o ambiente respirável de onde partiu há séculos.
Dentro do contexto global de pandemia, VERLUST propõe um pensamento sobre um estilo de vida que não surte mais efeito nos dias de hoje. A posse, as proclamações, os predicados, tudo isso não define um ser humano. A crise é um processo de transformação. É preciso refletir à sua maneira diante do desconhecido que nos amedronta e nos ameaça. Com um futuro incerto pela frente, resta-nos sair fora da ordem que nos individualiza, é preciso nos desamparar. O que nos desampara nos recria. Se quisermos ver a força da transformação, é necessário que nos deixemos afetar pelo assombro de uma criatura nunca antes vista, para então instaurar um novo corpo e uma nova forma de ser.
Marina Lima
Não é à toa que a compositora Marina Lima se uniu ao projeto para interpretar Lenny. Com uma extensa carreira e ícone de uma geração, Marina superou traumas e foi capaz de se reinventar. Ela personifica Lenny e seu constante movimento de busca. O disco “Marina Lima” é um objeto importante para as personagens principais, de forma que vida e obra se misturam. Para dialogar com essa grande artista, uma outra grande artista integra o elenco. Grande força dos palcos brasileiros e presença marcantes em obras audiovisuais nacionais, Andrea Beltrão traz para Frederica toda sensibilidade e poder que a personagem exala.
Por fim, completam o elenco, Ismael Caneppele, que interpreta outro personagem emprestado da vida real, o escritor João. Ismael, colaborou com o roteiro, escreveu o livro que narra o ponto de vista da criatura do mar e assim como o escritor na vida real, o personagem passa por uma crise na trama e descobre sua voz na voz da criatura. Junto a eles, somam-se o lendário ator chileno Alfredo Castro, como marido fotógrafo de Frederica e Fernanda Pavanelli, contrabaixista clássica, que dá vida à Tuane, filha de Frederica.
A saber, VERLUST foi escrito e produzido ao longo de 10 anos.
Afinal, veja o trailer:
Ademais, leia mais:
‘Tenet’, o tempo invertido e a imersão cinematográfica | Crítica
Comecei a acompanhar o site e estou gostando… Mas assisti a esse filme na Mostra de Cinema e posso dizer que é um dos piores filmes brasileiros dos últimos anos. 1000 vezes melhor é O Livro dos Prazeres.
Espero que essa resenha generosa não seja um release da produtora, porque Verlust é de doer.
Primeiramente, gratidão por prestigiar nosso trabalho! Adoramos divulgar a cultura. Continue conosco 🙂
Com relação ao filme, ainda não vimos, o texto não é uma crítica nossa, mas sim, basicamente, informações passadas pela assessoria.
Forte abraço, Sidnei!
Alvaro, obrigado pelo retorno e pela transparência, Só que aí eu enxergo um grande problema. Releases passadas por terceiros para publicação não deveria ter a chancela do site dessa forma. Um release desse tamanho pareceu uma resenha positiva do filme, que você mesmo assume que não viram.
Como veículo de comunicação, recebemos diversos releases e notas buscando espaço no site. No geral, são mais informativas, essa pode parecer um pouco mais uma crítica do que o normal. Atentaremos para suas colocações.
Mais um vez, gratidão pelo retorno e as contundentes opiniões, Sidnei 🙂