Na última sexta feira, 31 de julho de 2020, foi inaugurado um enorme complexo com atividades relacionadas aos vinhos em Portugal, mais especificamente em Vila Nova de Gaia, na região do Porto. É o WOW, World of Wine. Logicamente, o geosommelier esteve por lá. Inclusive, é curioso que o WOW está hoje no espaço de algumas antigas caves de vinho do Porto em Vila Nova de Gaia. Esse vinho é feito na Região Demarcada do Douro – RDD, ou seja, existem umas regrinhas que os produtores precisam seguir para nomear a bebida com esse nome. As características locais da RDD como clima, solo e castas são únicas e é o que traz esse diferencial de tamanha importância para o turismo português.
Historicamente era em Gaia que aportavam as embarcações para então seguir a logística de exportação do produto feito no interior e hoje em dia existem pequenas caves e bares para paramos e tomarmos tacinhas próximos a margem. Existem alguns passeios, que fazem parte do enoturismo, os quais estão sendo cada vez mais abordados pelas próprias empresas onde podemos conhecer a plantação, salas de fermentação e fabrico, fazer degustações e tudo mais. Algumas possuem hotéis para
quem quiser hospedar por exemplo. É nessa perspectiva que o WOW juntou em Gaia várias dessas propostas com diferentes restaurantes, hospedagem e museus, dentro do que eles chamam de “experiências” que servem de conhecimento para os iniciantes bem como aos mais familiarizados do mundo do vinho.
Uau
O local realmente demonstrou presença em todo o quarteirão que ocupa, mesmo com algumas atividades, como a parte dos chocolates, ainda para terminar. Contudo, os restaurantes estavam a todo vapor e o público foi se soltando aos poucos. Cheguei cedinho, às 19h, exatamente na hora da abertura. Havia até algumas pessoas aguardando com certa ansiedade. Então, entramos. Em seguida, desbravamos cada cantinho como crianças num parque de diversões – eu realmente me divirto – os restaurantes, o belo segundo andar. Queria saber todas as diferenças na prática, embora estivesse já com um mapa do local, usando a companhia da geografia mais uma vez. Os funcionários foram solícitos e imagino que eles também estivessem na adrenalina então fiz poucas perguntas por onde passei e segui caminhando.
Vista do Douro
Como já citei, muitas das atividades ainda estão para terminar. Logicamente a pandemia atrasou parte do projeto e, por isso, inclusive, disseram em algumas entrevistas que não poderiam fazer as devidas atrações na abertura do local, mas do jeito que foi nos deixou livre para conhecer o que queríamos.
Aliás, do WOW é possível descortinar uma bela vista do rio Douro. Ele nasce na Espanha, deságua no Porto e possui quase dez mil quilômetros de extensão. É possível também conhecer a parte navegável lusitana e entender a logística fabricação vs escoamento da produção do vinho, indo do litoral ao interior, passando pelos diferentes recortes (Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior) tanto por barcos que fazem passeios com propostas e tempos diferentes como por carro, seguindo por vias expressas ou por uma pista que segue um paralelo do rio, levando mais tempo, mas sabendo que é certeza de um grande passeio.
Além disso, dava para ver a ponte D. Luís com o metrô passando e da baixa do Porto, além de todos os telhados da mesma cor, já tão característicos. Isso dava um charme particular para quem encostava nas grades para fotografar e bater papo no pátio central. Fiquei parado observando durante alguns minutos e percebi que o pessoal queria realmente andar para desbravar. Timidamente iam sentando, parece que perdendo a vergonha de forma vagarosa. Em seguida, vi os primeiros copos, a maior parte, de cervejas, brindando. Entretanto, logo surgiram as primeiras tacinhas lindas sendo preenchidas com o líquido que nomeia o local. WOW, Saúde!