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O Brilho do Diamante Secreto
Cinema e StreamingCrítica

Crítica: O Brilho do Diamante Secreto é uma paródia em busca de relevância

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 10 de julho de 2025
6 Min Leitura
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Dirigido por Hélène Cattet e Bruno Forzani, O Brilho do Diamante Secreto se utiliza da estética Technicolor para contar uma história confusa que somente irrita o espectador

Surgido a partir da ideia de unir em um mesmo filme o universo de James Bond e o de Morte Em Veneza (1971, Luchino Visconti), O Brilho do Diamante Secreto não é uma narrativa original, sendo suas ideias e temáticas exploradas à exaustão em outras produções cinematográficas, porém, diferente de Quentin Tarantino, que consegue pegar estas ideias, e cenas consolidadas, e transformar em algo autoral, Hélène Cattet e Bruno Forzani exploram este mundo colorido de espionagens e intrigas, porém, ao se basearem em conceitos presentes previamente no inconsciente coletivo do espectador, e nada mais, a produção acaba perdendo força.

Tendo como sua maior inspiração o personagem de James Bond, não a toa o personagem principal é um espião com o nome John, O Brilho do Diamante Secreto se utiliza de uma estética tradicional dos anos 60, com direito à Techinocolor, e se inspirando em personagens clássicos da cultura pulp italiana, como Diabolik, e parodiando personagens tradicionais dos filmes de espionagem, como a femme fatale e o espião canastrão, porém, apesar de apresentar as peças certas, e cenas interessantes como a morte de vários homens nas mãos de Serpentik, a produção não se sustenta por si só.

O Brilho do Diamante Secreto

Cena de O Brilho do Diamante Secreto- Divulgação Pandora Filmes

O Brilho do Diamante Secreto apresenta duas linhas temporais bem definidas, ambas sendo conduzidas pelo personagem de John D., uma no auge da vida como um grande espião, e outra com ele já idoso e relembrando grandes momentos da vida dele, na medida que se impõem a missão de desvendar o misterioso assassinato de uma jovem, misturando lembranças reais com seu próprio universo onírico, e sendo acompanhado no processo pela própria estética, saída diretamente de um universo da década de 60.

Perigo: Diabolik (1968, Mario Bava), Barbarella (1968, Roger Vadim) e obviamente 007 contra o Satânico Dr. No (1962, Terence Young), e todas as suas sequências, são alguns exemplos de inspirações tanto em questão temática, quanto estéticas, com movimentos de câmera, e uma direção de arte que parodia estes filmes com maestria, porém, o que fez estes filmes únicos, neste é somente um fraco pastiche por conta de sua narrativa carregada e confusa, tão cheia de referências e momentos que poderiam ser melhores, que se torna um quadro esteticamente agradável, porém, se analisado a risca, percebemos quão frágil ela realmente é.

Ao se preocupar mais com a estética e composição, a narrativa de O Brilho do Diamante Secreto não fica clara em nenhum momento, começando como um suposto filme de espionagem, para no meio do segundo ato introduzir uma premissa nova que discute a própria estrutura do cinema de franquias em si, apresentando mais de um ponto de virada que irrita o público, fazendo a audiência perceber que foi enganada, originando uma sensação de perda de tempo, que com 87 minutos já é bem curto.

Os grandes destaques de O Brilho do Diamante Secreto são estilísticos, sejam as interessantes sobreposições imagéticas, que se assemelham a texturas em certos momentos, como na cena em que as mãos passam nos diamantes, ou o fogo sobreposto no corpo de alguém, além de um jogo de cores digno de filmes experimentais da década de 60/70 e produções oníricas como A Montanha Enfeitiçada (1973, Alejandro Jodorowsky), porém, apesar de abordar premissas como a metalinguagem no cinema, e o impacto de franquias como James Bond dentro do campo midiático, a produção não traz nenhuma novidade.

O Brilho do Diamante Secreto

Cena de O Brilho do Diamante Secreto- Divulgação Pandora Filmes

Se baseando no inconsciente coletivo do espectador, com ideias jogadas a todo canto, ideia de mulher, ideia de espião, ideia de vilão, ideia de missão, entre outras questões pouco trabalhadas no filme em si, e usadas demasiadamente no cinema, O Brilho do Diamante Secreto pode trazer discussões futuras como o peso do passado e o trato dado para a representação feminina nos filmes da década de 60, porém, em sua base são tão vazias quanto a produção em si.

Selecionado para a competição da 75ª Berlinale, O Brilho do Diamante Secreto é uma distribuição Pandora Filmes e estreia no dia 17 de Julho de 2025.

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Tags:BerlinarecríticaCrítica O Brilho do Diamante Secretodistribuidora pandora filmesEspiãoO Brilho do Diamante Secretopandora filmesTechinocolor
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