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Alma Despejada com Irene Ravache
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Alma despejada | Peça traz poesia em grande atuação de Irene Ravache

Por
Livia Brazil
Última Atualização 19 de março de 2023
6 Min Leitura
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Irene Ravache em Alma Despejada (divulgaçao)
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Ao comprar seu ingresso, você recebe em sua caixa de entrada do e-mail um ingresso numerado. Pode parecer como qualquer outro ingresso para teatro online, experiência nova que fomos obrigados a passar desde março de 2020. Não é.

Ao clicar no botão de “acessar evento online”, você será transportado para dentro de um teatro. Virtual, é verdade, mas um teatro. Você abre as portas da entrada, caminha pelo saguão e chega à porta da sala. Te pedem seu ingresso, você digita o número. Assim que o ingresso for reconhecido, você tem acesso à sala, anda pelas cadeiras e pode ver o palco. Ali, no palco, está uma tela, com o vídeo da peça Alma despejada, que você está prestes a assistir.

Pode parecer besteira todo esse preâmbulo de caminhada até a sala de teatro, mas, acredite, faz toda a diferença. Esse tempinho gasto antes de apertar o play faz o espectador entrar no clima da experiência que é assistir uma peça. Você não está mais na sua casa, você está dentro de uma sala de teatro. Assim como a reação da plateia, que é possível ser escutada. O monólogo foi gravado quando a peça ainda estava em cartaz na sala física, com presença do público. As risadas e aplausos dão a sensação de que você não está sozinho assistindo aquela peça. Que Irene Ravache está mesmo ali, na sua frente. E toda essa ambientação deixa a experiência muito mais gostosa.

Começou!

A cortina abre, ou seja, você aperta o play. Então você vê Irene Ravache – ou Teresa – em um palco cheio de caixas e alguns móveis. Ela te conta que está morta e aquela era sua casa. Fique tranquilo, isso não é um spoiler, você fica sabendo disso já nos primeiros minutos. Portanto, a partir daí, você entende o título da peça: alma despejada. Porque a casa foi vendida e agora ela vai ter que sair de lá. Chega, então, o momento de ela reviver, pela última vez suas memórias. E para você quem ela conta tudo.

Não precisa de muito tempo para ela te envolver. Afinal, estamos falando de Irene Ravache. E observando-a atuar fica nítido porque é considerada uma das maiores atrizes do Brasil. Junto com a direção de Elias Andreato, fica impossível tirar os olhos do palco. Sendo assim, logo o espectador está vidrado na tela, querendo captar cada gota das palavras daquela senhora. Aliás, as palavras são muito importantes nessa peça. Teresa, a protagonista, é uma ávida amante das palavras. Desde cedo se interessa por elas. Mais do que elas querem dizer, mas o que elas fazem sentir. E é a partir delas, das palavras, que a peça é guiada. E a partir delas, elas fazem o espectador sentir cada emoção de Teresa. Que nem sempre é triste. Aliás, tem muito mais humor do que tristeza na peça, apesar de ser sobre uma idosa falecida.

Texto atual e Irene Ravache

Teresa leva o espectador por cada parte de sua vida, da infância à velhice. E ao final, à sua morte. E, apesar de já na faixa dos 70 anos, muitas dos acontecimentos que ela vivencia são passíveis de identificação. É possível também, através de sua vida, ver a história se repetindo. Algumas situações narradas aconteceram na época da Ditadura e, infelizmente, podemos ver o mesmo acontecendo agora. Apesar de o texto ser de 2015, ele está muito atual. Além disso, é muito importante que essa época seja lembrada para que não se repita eventos tão cruéis como os que aconteceram. Dessa vez não falarei quais, pois aí, sim, seria spoiler.

Porém, há também muita poesia em Alma despejada. A forma em que a narração é conduzida leva o espectador a refletir sobre inúmeras coisas. E o fato de o espectador estar assistindo de casa, com uma câmera acentuando os detalhes, permite que tudo seja assimilado com mais facilidade. E deixe tudo mais bonito.

É importante ressaltar, também, o fato de Teresa ser uma senhora. Em uma sociedade que sempre exalta a juventude, não é tão fácil encontrarmos idosos em lugar de protagonismo. E a forma com que ela conduz a peça, de um jeito natural, passa longe do estereótipo colocado em pessoas mais velhas e em como a sociedade as enxerga: como pessoas inativas. Muito pelo contrário, Teresa, apesar de morta, faz o espectador querer viver cada vez mais, não importa em que fase da vida está.

Serviço:

Alma despejada

Temporada online: 02 a 31 de julho.

Sexta e sábado, a partir das 12h – ingresso válido por 24h.

Local: Sympla / Teatro WeDo!

Ingressos: R$ 40,00.

Vendas: www.sympla.com

Classificação: 14 anos.

Duração: 80 minutos.

Todavia, leia mais:

Isto é um Negro | CRÍTICA
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Enfim, Marcélli Oliveira usa o teatro para falar sobre suicídio | “A arte é tão essencial como a educação”
 
Tags:crítica Alma despejadairene ravache
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PorLivia Brazil
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Escritora, autora dos livros Queria tanto, Coisas não ditas e O semitom das coisas, amante de cinema e de gatos (cachorros também, e também ratos, e todos os animais, na verdade), viciada em café.
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