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Crítica | Uma canção de amor

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“Uma canção de amor” falar de muitas coisas. De solidão, de nostalgia, de morte, de um amor que ficou no passado e não foi vivido e, como tudo que não foi vivido, ficou perfeito na sua não-existência. Porém, mais do que tudo, “Uma canção de amor” fala sobre como encontrar a própria singularidade dentro de um relacionamento. E o diretor Max Walker-Silverman mostra essa busca de diversas maneiras. Em seu primeiro longa, ele acerta nas escolhas que faz durante os 81 minutos de duração de “A love song”, no original.

Um filme intimista

Segundo a sinopse no site do Festival do Rio, “Uma canção de amor” conta a história de uma mulher que aguarda, sozinha e ansiosa, a chegada de um amor do passado num camping próximo a um lago nas montanhas. A sinopse diz mais, mas paro por aqui porque o interessante do filme é ir descobrindo, junto com Faye, a tal mulher que aguarda, o que, afinal, a espera (sem trocadilho).

A fotografia, a escolha de ângulos, a movimentação da câmera, sempre mais intimista do que focada em grandes ações, vai dando ao espectador o ritmo e o clima em que essa mulher se encontra. Você pode se sentir como ela. Você sente com ela. E como você sente! E como a atriz Dale Dickey sente! Os gestos são contidos, as ações são repetitivas, mas é possível saber cada pensamento daquela mulher. É resultado de atuação impecável. E foi certeira a escolha do diretor pra contar essa história com uma atriz mais velha, quando atualmente a juventude é tão valorizada. Principalmente quando se trata de uma mulher, que é descartada quando as rugas começam a aparecer. Walker-Silverman, apesar de jovem, entendeu que essa é uma história que só poderia ser contada por alguém mais velho e mostrou que a velhice tem, sim, vida.

Trilha sonora

Por mais clichê que essa frase seja, nesse caso a trilha sonora é de fato mais uma personagem do filme. No início, a escolha dos momentos em que a música toca pode até incomodar. Principalmente depois de o motivo ser dito pela protagonista. Contudo, com o passar do filme, entende-se que faz sentido e que realmente só poderia ser assim. Porém, talvez ficasse melhor deixar o expectador pescar a razão sozinho; não era necessário ser falado por Faye.

Em síntese, é um filme interno, pra fazer prender a atenção pelo questionamento e pelas sensações. O filme acontece, também, dentro do espectador. É difícil sair da sala de cinema sem ser tocado de alguma forma.

Por fim, fique com o trailer:

Serviço

Uma canção de amor (A love song)

Estados Unidos, 2021

Ficção, 81 minutos

Direção: Max Walker-Silverman

Próximas sessões:

Sexta, 14/10 – 21:45 – Estação NET Botafogo 1
Domingo, 16/10 – 19:00 – Estação NET Gávea 2

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Escritora, autora dos livros Queria tanto, Coisas não ditas e O semitom das coisas, amante de cinema e de gatos (cachorros também, e também ratos, e todos os animais, na verdade), viciada em café.

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Cinema

‘A Freira 2’ lidera bilheterias brasileiras e diretor explica sua visão. Entenda!

Em exibição há duas semanas, o filme da Warner Bros. Pictures traz Valak, a Freira Demônio, de volta ao cinema

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critica a freira 2

É o mais recente capítulo do universo “Inovação do Mal” e vem fazendo sucesso. “A Freira 2”, produzido pela Warner Bros. Pictures, lidera as bilheterias brasileiras. A princípio, com apenas duas semanas em cartaz, o filme de terror já arrecadou mais de R$38 milhões em bilheteria e atraiu quase 2 milhões de espectadores aos cinemas.

A trama de “A Freira 2” reintroduz Irmã Irene (interpretada por Taissa Farmiga) em um ambiente assustador. Dessa forma, entrelaça a história da Santa Luzia, a padroeira dos olhos e visão, com a atmosfera arrepiante da luta contra o mal.

O diretor Michael Chaves compartilha:

 “Cresci no catolicismo e sempre fiquei impressionado com as imagens que a cercavam – essa mártir cujos olhos foram cortados. Muitas vezes, vemos seus olhos nas palmas das mãos. Acho que há algo assustador e rico nesse imaginário.”

Valak

Continuando a história do filme anterior, A Freira 2 apresenta desafios antigos, com Valak mais poderosa do que nunca, e destaca duas heroínas cativantes unidas pelo poder da coragem. Michael explica:

“Gosto de histórias de mulheres fortes… A ideia dessas duas freiras encarregadas de uma missão atravessarem a Europa para tentar caçar esse demônio. Foi emocionante, uma história forte desde o início. Valak embarca em uma jornada pessoal… Introspectiva, íntima, dentro de si mesma, para entender quem ela é – e encontrar sua própria visão e sua própria maneira de ver o mundo ao seu redor”.

A saber, “A Freira 2” é dirigido por Michael Chaves (“A Maldição da Chorona [2019]”, “The Maiden [2016]” e “Inovação do Mal 3: A Ordem do Demônio [2021]”) e produzido pela New Line Cinema, The Safran Company e Warner Bros. Pictures.

O elenco do filme inclui Taissa Farmiga (“American Horror Story: Coven”, “Regressão”, “A Freira”), Storm Reid (“Uma Dobra no Tempo”, “Euphoria”), Jonas Bloquet (“Elle”, “A Freira”) e Anna Popplewell (“As Crônicas de Nárnia”), entre outros.

A Freira 2 está em exibição nos cinemas de todo o Brasil, com versões acessíveis disponíveis.

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