AlmaKriola em Portugal? Sou uma jovem cabo-verdiana de 26 anos que reside na cidade do Porto há cerca de oito anos. Ao longo destes anos tenho verificado diversas alterações que a cidade tem vindo a enfrentar, principalmente a nível social. Posso constar que atualmente existe uma enorme diversidade cultural na cidade, devido ao aumento exponencial do turismo, bem como elevada taxa de emigração.
A comunidade africana é uma das maiores verificadas na cidade, a qual faço parte. Deste modo é possível encontrar lojas tipicamente africanas com várias finalidades, nomeadamente, destinadas à venda de produtos para cabelo afro, à venda de produtos alimentares característicos do continente, etc.
Contudo continuam a existir lacunas e, no meu ponto de vista, uma dessas “falhas” existentes no mercado africano no Porto está ligada aos famosos tecidos africanos, visto estes não existirem em grandes quantidades e os preços serem elevados. De modo a ultrapassar esta lacuna decidi criar uma marca direcionada para a venda online de roupas e acessórios feitos à base de tecidos africanos, a almaKriola.
Padrões coloridos
A ideia surgiu no ano verão de 2018 em que realizei duas viagens ao continente africano, a primeira à Guiné-Bissau e a outra ao Senegal. Sempre fui apaixonada pelos padrões coloridos e devido à abundância de tecidos existentes nestes países resolvi trazer para Portugal diversos tecidos com diferentes padrões. Dei início ao projeto e já lá vai cerca de um ano. A almaKriola tem como principal objetivo conseguir, preservar a identidade africana bem como fortalecer a cultura, os costumes e as tradições. Contudo visa também dar um toque mais moderno às mesmas peças, sem perderem a sua verdadeira essência, ou seja, o instituto é dar a conhecer a cultura africana na cidade do Porto e aos que são amantes desta, proporcionar cores belas e vibrantes.
Apesar de ser uma marca nova no mercado, já participei em algumas atividades de caráter cultural, como exposições, desfiles, entre outros eventos voltados para a divulgação da cultura africana. Contudo as dificuldades foram surgindo ao caminho e uma das parábolas que me incentiva a continuar é esta: “É melhor tentar e falhar, que preocupar-se e ver a vida a passar; é melhor tentar, ainda em vão, que sentar-se fazendo nada até ao final. Eu prefiro na chuva caminhar, que em dias tristes em casa me esconder. Prefiro ser feliz louco, que em conformidade viver.” Martin Luther King
Por isso vamos lá seguir os nossos sonhos!
Para saber mais:
https://www.instagram.com/almakriola/
https://www.facebook.com/almaKriola/