Argentina, 1985 é um filme sobre o julgamento histórico que é visto em grande parte do mundo como “o Nuremberg argentino”. Santiago Mitre dirigiu e co-escreveu com Mariano Llinás um roteiro redondo, pertinente, atual e necessário.
A convite do Prime Video e da Atômica Lab, o Vivente Andante esteve presente, na última quarta-feira (12/10) na coletiva de imprensa presencial do filme Original Amazon Argentina, 1985, que teve sua pré-estreia como parte da programação do Festival do Rio. A conversa, que teve mediação de Simone Zuccolotto, contou com os atores Peter Lanzani e Alejandra Flechner, além da head de conteúdo da Prime Video da América Latina, no Hotel JW Marriott.
Lançamos a última pergunta da coletiva, a qual movimentou a reflexão dos entrevistados e presentes: como pode o cinema e esse filme nos ajudar a não repetir os erros do passado?
Peter foi o primeiro a responder: “Horrores. Erros e horrores. Ajuda pela memória. Ajuda porque ensina, porque de uma maneira ou outra demonstra o que está mal, o sucesso da violência. Esse filme ajuda a não esquecer o passado. Não somente a Argentina, mas é para o mundo. Quando estávamos em San Sebastian (Espanha), os jornalistas espanhois diziam ‘invejamos vocês, pois tivemos 40 anos de ditadura e nunca pudemos ter um julgamento’. Essa mensagem é também para eles e a mensagem é: respeito, memória, justiça. Construímos a democracia com o passar dos anos. Como sociedade devemos ir construindo para ter o mundo que queremos. É um desafio.”
Em seguida, Alejandra Flechner, que vive Silvia, disse: “Me parece que a pergunta que faz é também interessante deixar como pergunta. Porque me parece que o filme faz um pouco isso, de algum modo. Como fazemos para com a memória resgatar as coisas boas que pudemos fazer no passado? Às vezes o passado ilumina o presente, e às vezes o presente volta a iluminar o passado. E com certeza um filme que fala de memória, verdade e justiça, é um filme que traz uma mensagem importante. Oxalá, os filmes pudessem mudar o mundo. Seria lindo. Mas sim nos faz perguntar como não cometer novamente os erros do passado”.
Simone Zuccolotto ainda completou: “Acho que falamos dos nossos traumas é a maneira que a gente faz para tentar entendê-los ou curá-los. O que o cinema faz é falar dessa história e com isso compreender um futuro, mas também nos entendermos.”
Aliás, veja o trailer abaixo, e siga lendo:
Argentina, 1985, que fez parte da Competição Oficial da 79ª edição do Festival Internacional de Cinema de Veneza, conta a história real dos promotores Julio Strassera e Luis Moreno Ocampo, que ousaram investigar e processar a ditadura militar mais sangrenta da Argentina, no ano de 1985.
O longa conta com direção de Santiago Mitre (Paulina; A Cordilheira) que co-escreveu junto ao seu colaborador de longa data Mariano Llinás (La Flor; Histórias Extraordinárias). O longa será lançado exclusivamente no Prime Video em 21 de outubro, em mais de 240 países e territórios.
Argentina, 1985 traz uma mensagem firme de “Ditadura Nunca Mais”. É para reavivar memórias, resgatar a história. Não é somente um ótimo filme, é uma aula para que não deixemos certas coisas se repetirem, como disseram muito vem os entrevistados.
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