Nesse domingo (01/12) pela manhã, os jornalistas Ricardo Schott e Chris Fuscaldo apresentaram uma aula de jornalismo cultural através de um painel sobre dois marcantes Josés brasileiros: Zé Ramalho e Zé do Caixão. Foi na Casa de Cultura Laura Alvim, em Ipanema (RJ), durante o terceiro dia do Rock Horror in Rio Festival, criado e organizado pela Chrys Rochat.
Chris Fuscaldo, que vem trabalhando em uma biografia do Zé Ramalho, contou um pouco sobre a vida desse grande artista brasileiro. Por exemplo, falou sobre a infância dele, quando se encantou com um cego cantador em uma feira nordestina. A saber, Zé nasceu no sertão da Paraíba e perdeu o pai por volta dos 3 anos de idade. Ainda criança, saiu de Campina Grande e foi para João Pessoa, onde começou a montar suas primeiras bandas de rock. Porém, foi ao ouvir Renato e seus Blue Caps, Roberto Carlos e a Jovem Guarda que se apaixonou.
Por outro lado, Ricardo Schott, trouxe um pouco da vida de Zé do Caixão, ou, como é conhecido fora do Brasil, Coffin Joe, e diversas outras curiosidades. Aliás, comentou que Zé Ramalho pode ser considerado um Bob Dylan tupiniquim. Além disso, falou sobre o site de jornalismo cultural Pop Fantasma e suas nuances diferenciadas.
A interação entre a dupla de jornalistas – que se conheceu em 2005, durante um show de Sandy e Júnior – era didática e irreverente ao mesmo tempo. Em suma, uma aula recheada por contos e causos, como a situação onde Zé Ramalho quis de qualquer forma Zé do Caixão na capa do seu disco. A arte do vinil ainda contou com a participação de Hélio Oiticica e uma foto na Feira Nordestina de São Cristóvão no Rio de Janeiro.
Amigo José
Os jornalistas traçaram os paralelos e discorreram sobre a amizade entre esses dois ícones culturais brasileiros. Inclusive, mostraram o vídeo da década de 80, onde Zé do Caixão teve suas famosas unhas cortadas. Foi no programa de televisão Viva a Noite apresentado por Gugu Liberato.
Lembraram Amelinha, de “Frevo-Mulher”, que foi esposa de Zé Ramalho, e hoje vive em Niterói. Chris e Ricardo ainda responderam perguntas sobre as dificuldades e alegrias do jornalismo cultural, fornecendo uma inestimável aula para os presentes.
Enfim, como jornalista e espectador, deliciei-me com o painel, em verdade, uma Masterclass. Ricardo Schott além de trabalhar no jornal O DIA, é radialista, editor e principal colaborador do https://popfantasma.com.br/, sobre cultura pop marginal, com a ideia de falar sobre gente não tão conhecida e explorar isso, assim como causos diversos. Chris Fuscaldo, escritora, cantautora, pesquisadora musical, jornalista e blogueira, escreveu um livro sobre Mutantes e outro sobre Legião Urbana, saiba mais sobre ela no site: http://chrisfuscaldo.com.br/.
Viva mais: