Tem horas que o corpo pede uma comédia romântica. Para atender à essa necessidade quase fisiológica, “Case Comigo” chegou aos cinemas. O filme da diretora Kat Coiro apresenta uma situação para lá de estranha; Kat Valdez (Jennifer Lopez), uma estrela do pop, abandonando o namorado (Maluma) no altar/palco de um show. No calor do momento a Kat decide casar-se com o primeiro cara na sua frente, que acaba sendo um professor de matemática chamado Charlie (Owen Wilson).
Com o tempo esse casamento espontâneo se rende ao clichê e vira algo a mais. No caminho ambos aprendem mais sobre a vida um do outro e se aproximam, se humanizam e se divertem. “Case Comigo” é um romance objetivamente divertido e inofensivo, uma raridade nos cinemas em tempos em que esse tipo de filme vai direto para o streaming.
Atuação
O Owen Wilson é o Owen Wilson, e isso não vai mudar. Aqui o ator funciona bem, principalmente por conta da sua aura de tiozão confuso e obtuso. Felizmente, o seu estilo único, e Andersoniano, funciona quando combinado com a despojada Jennifer Lopez. De longe, a atriz e musicista é a personagem mais carismática (mesmo levando a Sarah Silverman em consideração).
Para os menos acostumados com o trabalho da atriz, a sua naturalidade pode ser surpreendente, mas não é de hoje que Lopez arrasa, tanto nas telinhas quanto na telona. A sua atuação em “As Golpistas” e na série “Shades of Blue” é prova de que a cantora tem muito talento para compartilhar, de dramas à ação.
Outros personagens também têm os seus bons momentos, como a pequena Lou (Chloe Coleman), a filha do Charlie que tem um arco próprio e não parece esquecida ou mal utilizada na história. Por outro lado, o Maluma funciona melhor está só cantando. O cantor faz parte da hype do filme e é compreensível a sua falta de experiência atuando. De qualquer forma, o “bonitão” contrasta bem com o Wilson, o que ajuda na dinâmica das piadas e na progressão do enredo.
Uma bela, simples e agradável história
Por mais que pareça um remake atualizado de “Um Lugar Chamado Notting Hill”, “Case Comigo” triunfa pelos seus próprios méritos. Acusar de reciclar um plot é bobo, já que desde 1953, com “A Princesa e o Plebeu” que vemos casal improvável se unir num filme. O ponto de retrabalhar um clichê é recriar essa história de uma forma inovadora, e nisso, “Case Comigo” manda ver.
Finalmente, “Case Comigo” conta uma história sobre músicos com músicos de verdade no elenco. Não é à toa que a trilha sonora não só funciona muito bem, como rendeu um single bem gostozinho da J-Lo com o Maluma. Parece que de qualquer forma, “Case Comigo” se paga bem, sem contraindicações.
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