AmarElo – É Tudo Pra Ontem é um documentário da Netflix cheio de expectativas, sobre o novo trabalho do rapper Emicida. Ele sempre foi diferenciado, pensa no coletivo e em como suas escolhas impactam as vidas das pessoas. A princípio, essa ideia por si só já é revolucionária o suficiente pra fazer barulho e é sobre isso que fala o trabalho da vida dele com amar-elo.
O documentário mostra parte do processo de criação do disco. Tudo culmina em um grandioso show no Teatro Municipal. Aliás, é lindo como mostra pra todas as pessoas que podem continuar a sonhar, e ocupar espaços que antes eram só da elite. Ele também nos traz uma parte das histórias dos negros no país, seja falando de Tebas (arquiteto de SP) ou do samba.
AmarElo é muito mais que um documentário, é um grito de resistência. Afinal, mostra de forma bem didática e clara como o povo preto ergueu cada parte importante desse país, seja de forma literal ou cultural. Você que assistir vai sentir uma imersão.
Arrepiante
Ao longo do documentário, temos histórias, músicas, punch lines, que não necessariamente são nas linhas de suas músicas… Tudo é de arrepiar, como os símbolos usados e tudo mais.
Em tempos de Jordan Peele, que é aclamado por colocar negros em voga em seus filmes, ouvir mais de Abdias do Nascimento, como a criação do teatro negro é conhecer e enaltecer a historia do nosso país.
Eu só consigo sentar, ver e aprender, admirar a força de um homem que lutou contra a fome, lutou pelo rap, e hoje vence mais uma luta para mostrar a força histórica do pretos do nosso país.
A reflexão sobre a informação que recebemos é sempre importante e infelizmente é algo cada vez mais difícil, cada vez as pessoas refletem menos e apenas escutam, mas não compreendem as coisas.
Do mesmo jeito que acabei de ver e escrever esse texto, sei que muitas coisas ainda precisam passar por reflexões e soluções.
AmarElo – É Tudo Pra Ontem é tão rico que é uma daquelas obras que você com certeza vai precisar ver mais de uma vez, e cada vez que assistir, vai aprender algo diferente.
“Eu não sou o alvo do racista, eu sou o pesadelo dele”
Emicida
Por fim, só consigo dizer, muito obrigado, Emicida. Obrigado por existir no mesmo tempo que eu.