Em DC Liga dos Superpets, Krypto, o Super-Cão, e Superman são melhores amigos. O início do filme é tocante, numa bela sequência mostrando a origem do herói e a fidelidade canina. Em seguida, vemos como ambos combatem o crime lado a lado em Metrópolis e compartilham os mesmos superpoderes. As interações entre os dois provocam identificação instantânea para quem já foi ou é tutor de algum cão. É difícil não rir.
O filme consegue ironizar os principais super-heróis da DC Comics e diverte do começo até a cena pós-créditos, pela qual vale a pena esperar. Aquaman e Batman, por exemplo, são bastante ridicularizados, mas de forma eficiente que agrada aos fãs.
O tom de aventura e comédia é constante e dinâmico. Das animações que vi em 2022, essa é a melhor, superior a Minions 2 e Sonic 2, que se perdem no excesso de previsibilidades e repetições de outras animações. Por outro lado, DC Liga dos Superpets aproveita melhor os clichês e consegue reunir uma gama maior de situações interessantes, em especial pela forma como brinca com os super-heróis.
Melancolia canina
Além disso, os Superpets são bons personagens: Ace, o Batcão; PB, A Poderosa Oinc; Mirtes, a Tartaruga-Foguete; e Chip, O Esquilo. O destaque é para a tartaruga Mirtes que poderia ser comparada a uma Dercy Gonçalves com superpoderes, meio sacana, sempre pronta para soltar uns palavrões e carismática ao extremo. A personagem tem um cinismo que rouba a cena.
É interessante acompanhar a melancolia canina de Krypto ao perceber que seu tutor Superman/Clark Kent agora tem a namorada Lois Lane. O enredo no geral é simples e termina com um confronto padrão, mas que realça as habilidades dos animadores. As referências são muitas como o vilão Apocalypse, A Era do Gelo, e vários filmes da Marvel.
Aliás, a dublagem brasileira adapta as piadas com eficiência e eleva a capacidade de entreter com nomes como Guilherme Briggs, Marco Luque e Priscilla Alcântara. Diferentemente de muitas animações que são basicamente infantis e podem fazer os pais dormirem, essa aqui pode atingir a todos os públicos e tem coração, ou seja, emociona, sob a direção regular de Jared Stern (LEGO Batman: O Filme). Fica aquela impressão que se a DC erra muito com seus filmes live-action, mantém um aproveitamento impressionante com as animações.
Por fim, a mensagem “seja um super-herói, adote um pet” é relevante e de utilidade pública. Como alguém que no momento é tutor de uma cachorra e dois gatos, só posso dizer que assino embaixo. A animação da Warner Bros., DC Liga dos Super Pets, estreia em 28 de julho nos cinemas brasileiros.