Host (2020) é um filme feito a partir da quarentena, e todo pelo zoom. Ou seja, foi filmado dirigido e produzido remotamente, sem que nenhum dos atores ou produtores precisasse sair do isolamento para construí-lo. Isso foi muito surpreendente, os recursos do app e como tudo foi utilizado pra incrementar o roteiro impressiona. Em um momento de quarentena, mostra que, além de ser possível fazer um filme de qualidade, ainda consegue manter as medidas de distanciamento e se tornar algo bem real por isso.
Claro que você já viu recursos como esse desde a Bruxa de Blair, um dos pioneiros de câmera na mão. Até os mais recentes como Amizade Desfeita, que já usa a tecnologia e chamadas de vídeo. O roteiro conseguiu transformar uma premissa a princípio batida, como uma sessão para chamar espíritos em algo no mínimo diferente, com os recursos de bate papo de vídeo na quarentena.
Batida premissa
Host, claro tem seus problemas, um roteiro que foi bem feito, mas com uma premissa já batida, mortes que se assemelham muito a outras que já vimos por aí… Contudo, achei interessante que fora a primeira decisão, que era de fazer a mesa online, as outras me soaram bem plausíveis, sem muitas decisões que eu ou você não tomaríamos no lugar delas.
Porém, o único furo de roteiro que percebi foi não ter um desfecho final para a médium. Isso poderia ter sido explorado também, mas claramente esses erros não fazem de Host um filme ruim. Acredito que o seu maior crédito seja o que citei no começo do texto, ele conversa totalmente com nossa realidade atual, e pra mim começou e terminou muito bem.
Host tem menos de uma hora, não enrola e nem tem barrigas, vai direto ao ponto sem deixar de criar expectativas, é um ótimo entretenimento tanto pra quem gosta de terror quanto para quem quer ver como criar cinema de qualidade na pandemia.
Ele está disponível no serviço de streaming Shudder, especializado em filmes de terror.