Cinema
Crítica | ‘Sing 2’ traz música e humor em história simples e divertida
Publicado
2 anos atrásem
Por
Felipe Novoa
“Sing 2” traz clássicos da música americana e novos sucessos do pop para o repertório infantil. Com uma história simples, divertida e levemente problemática, “Sing 2” fala sobre resiliência, força de vontade e trabalho duro para conseguir o seu objetivo.
O problema da normalização
Para começo de conversa, quando foi a última vez que você prestou atenção num filme infantil? Eu não estou falando de assistir com o seu filho, sobrinho ou neto, sem o telefone do lado, mas sim assistir, pensando no que a criança vai tirar dessa obra. A criança não assiste tudo sem julgamento de valor, longe disso. Ela com certeza está absorvendo tudo que é aparece na sua frente, da piada capacitista até a pressão psicológica contra um personagem em depressão profunda; “Sing 2” é muito mais do que só piadas e musiquinhas.
O problema de “Sing 2” é justamente que comportamentos problemáticos são tomados como normais, ou até mesmo necessários. O protagonista coala Buster Moon mente deliberadamente para conseguir produzir a sua peça, isso depois de invadir um prédio e perseguir uma raposa. Depois disso ele invade a propriedade de um leão que está em autoexílio por causa da morte da esposa, sofre uma tentativa de homicídio e é ameaçado várias vezes pelo seu chefe, o Senhor Crystal.
O mais surreal de todo esse drama é que ele surge de forma objetiva, humorística e tão simples que você ri de tudo isso. Parece ser uma aceitação e normalização do politicamente incorreto, mas com bichinhos fofos, piadas infantis e um medley colossal de músicas famosas.
Aliás, veja o trailer e siga lendo:
Animação
Agora, deixando de lado o que poderia ser melhor trabalhado, “Sing 2” é um filme realmente engraçado, com piadas leves e fáceis de entender, uma ótima cantoria e uma animação belíssima. A cena que os animais chegam na Las Vegas fictícia é incrível, um banquete para os olhos que tem quase coisa demais para ser digerida, assim como a Las Vegas de verdade.
Não só os ambientes são belíssimos, como a animação dos personagens é primorosa. Dos pelos ao couro, cada um dos animas é único, belo e quase humano no seu estilo. De longe, o melhor dentre todos os animais é a dona Kiki, a camaleoa assistente do Moon, que com um olho do vidro inerte rouba todas as cenas que participa. O seu modo de andar, tremilicar e piscar é único e hilário.
Dublagem
Como em toda animação, a dublagem é um ponto muito importante, principalmente no Brasil, uma terra fértil de dubladores da melhor qualidade. Infelizmente, como no caso de várias animações mais populares, a dublagem foi feita por atores e cantores famosos, que não tem muita, ou nenhuma, experiencia com dublagem.
Nomes como Paulo Ricardo, Fiuk, Lexa, Wanessa Camargo e Fábio Jr. ficam com os papéis principais. Por conta disso, o único dublador profissional entre as estrelas é o Marcelo Garcia, responsável pelo papel principal do Buster Moon. A falta de nomes mais experientes com dublagem não vai incomodar, mas é importante notar que você provavelmente não vai reconhecer nenhuma das vozes. Um exemplo disso é o do cantor Paulo Ricardo, que fica completamente irreconhecível no papel do leão Clay Calloway, o que leva a questionar se esse casting é realmente necessário.
Música
Com faixas de cantores como Billie Eilish, Coldplay, U2 e Anitta, “Sing 2” não chega a surpreender na escolha. Ainda assim, o longa apresenta um bom mix de clássicos e hits atuais para uma audiência que está apenas começando a descobrir as músicas.
“I Say a Little Prayer”, “Goodbye Yellow Brick Road”, “Bad Guy”, “”I Still Haven’t Found What I’m Looking For” e “Break Free” são só algumas das músicas que tocam ao longo de “Sing 2”. Essa mistura é energética e dançante o que vai agradar tanto os pequenos quanto os pais que vão acompanhar na sessão.
Os dubladores originais em inglês cantam a maioria das músicas, o que é uma bela surpresa. Scarlett Johansson, Taron Egerton, Reese Witherspoon e a cantora Halsey dublaram e cantaram na versão original; o que surpreende bastante, justamente por serem atores famosos que conseguem cantar de forma consistente e agradável.
Conclusão
Apesar de todas as questões mais sociais e problemáticas, “Sing 2” é um filme divertido, que vai alegrar a criançada. Uma animação muito bem-produzida, bem dirigida, com um plot consistente e personagens envolventes, não tem como não recomendar. Finalmente, só não esqueça que as crianças são impressionáveis e que elas vão absorver mais do que você imagina desse filme.
Enfim, “Sing 2” estreia nos cinemas brasileiros dia 6 de janeiro de 2022.
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Crítico/fotógrafo. Atualmente focando na graduação em jornalismo e escrevendo muito.

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Cinema
‘A Filha do Rei do Pântano’ tem fotografia eficiente em um suspense que começa bem
Daisy Ridley estrela
Publicado
9 horas atrásem
21 de setembro de 2023
“A Filha do Rei do Pântano” (The Marsh King’s Daughter), dirigido por Neil Burger e estrelado por Daisy Ridley (da última trilogia Star Wars) e Ben Mendelsohn, chega aos cinemas com grandes expectativas, especialmente devido ao seu elenco e à adaptação do best-seller homônimo de Karen Dionne. O filme começa prometendo oferecer uma experiência envolvente e sombria, mas, infelizmente, não consegue cumprir todas as suas promessas.
A princípio, o início, com a infância de Helena e sua relação com o pai é uma das primeiras coisas que se destacam em “A Filha do Rei do Pântano”. Cheguei a lembrar um pouco do bom “Um Lugar Bem Longe Daqui“, por ter essa questão familiar e uma jovem menina na natureza. Ambos são baseados em livros de sucesso. Contudo, enquanto “Um Lugar Bem Longe Daqui” oferece um roteiro bem amarrado que prende até o fim, com boas viradas, “A Filha do Rei do Pântano” vai se perdendo aos poucos, com alguns furos sem explicação como o que aconteceu com o trabalho da protagonista e os cúmplices do Rei do Pântano.
Aliás, veja o trailer de “A Filha do Rei do Pântano” em seguida, e continue lendo:
Entretanto, a fotografia de Alwin H. Küchler é uma virtude. As cenas noturnas são especialmente cativantes, capturando a atmosfera sombria e opressiva do pântano de forma impressionante. A paleta de cores utilizada ressalta a sensação de isolamento e perigo que permeia a trama, proporcionando um cenário visualmente impactante que contribui muito para o clima do filme. A cena onde Helena flutura num lago, e só vemos seu rosto, é linda. Assim como aquela que abre a película.
No entanto, apesar da beleza da cinematografia, as falhas e furos do roteiro prejudicam a narrativa. A premissa de uma mulher que precisa enfrentar seu passado sombrio para proteger sua filha é clássica, mas a execução deixa a desejar em vários momentos. A falta de desenvolvimento de certos personagens e subtramas deixa o espectador com perguntas não respondidas e cria um vazio na história que poderia ter sido melhor explorado.
Outro ponto que deixa a desejar é o final previsível. Desde o início, o destino de Helena (Daisy Ridley) parece traçado de forma óbvia, o que tira um pouco do impacto emocional que o filme poderia ter alcançado. A ausência de reviravoltas surpreendentes ou momentos verdadeiramente chocantes contribui para que a trama se torne previsível e, em última análise, menos satisfatória.
Daisy Ridley entrega uma atuação convincente como Helena, mas nada genial. Ben Mendelsohn está bem como o sinistro Rei do Pântano, principalmente no começo do filme. Além disso, a fofa Joey Carson como Marigold Pelletier cativa.
Em resumo, “A Filha do Rei do Pântano” é um filme que brilha em sua cinematografia, mas que peca em seu roteiro e na falta de surpresas em sua narrativa. Para os fãs do gênero suspense, pode valer a pena conferir pela atmosfera e a boa primeira metade, mas é importante se preparar para algumas decepções ao longo do caminho. O começo é bom, mas o final deixa um gosto amargo.
Por fim, o suspense de Neil Burger estrelado por Daisy Ridley e Ben Mendelsohn estreia nos cinemas em 28 de setembro.
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