O Preço da Perfeição (Tiny Pretty Things)tem um início estiloso, teatral, bailarino e já solta a conclusão que a gravidade sempre vence. Então, começamos a acompanhar uma talentosa jovem bailarina negra, Neveah Stroyer, que é aceita numa grande escola, após uma vaga que abre de forma trágica. O título brasileiro é tão bom quando o original, afinal, desde o começo vemos que o caminho para a perfeição que essa Escola de Balé exige é, literalmente, sinistro, e beira o cruel.
A atriz Kylie Jefferson, que vive a protagonista Neveah, é dançarina de balé contemporâneo desde a infância e coreógrafa. Indubitavelmente é o grande destaque e seu carisma imponente segura a série. Contudo, a tentativa de suspense esbarra numa pegada juvenil. Isso já fica bem claro na primeira metade do episódio inicial, mas vale ir até o fim, pois termina de uma forma mais animadora com uma belíssima sequência de dança. Os próximos episódios não mudam muito de bom.
A série tem tudo para agradar os fãs de dança e balé e procura criar expectativas para o decorrer da temporada, com a plantação nada sutil de mistérios. Atiça alguma curiosidade, mas, apesar de ter uma proposta completamente diferente, não cria tanta vontade de maratonar como Bárbaros.
O amor pela dança de Neveah encontra os bastidores sujos das elites – e outros pesadelos.
Sexo e diversidade
Um ponto alto da série é a diversidade. As atuações, no geral, são bem artificiais, mas melhoram um pouco no decorrer da temporada. Parece tipo um Cisne Negro adolescente. Não tem a profundidade do filme, porém as decorrentes cenas de dança são dignas de apreciação. Sexo e nudez se fazem presente durante a série, assim como intrigas. A narradora diz no começo do terceiro episódio que a dor é a companhia de todo dançarino, mas que dói mais quando você não está dançando. Em que momento o sonho vira pesadelo?
Por fim, a história tem como base o livro “Tiny Pretty Things” de Sona Charaipotra and Dhonielle Clayton e é mais uma série original da Netflix.