Slam – A Vida Como Ela É, um filme italiano da Netflix que pode agradar aqueles que gostam dos livros de Nick Hornby (e os tantos longas baseados neles). O mais interessante é o início quase promissor, quando Samuele conhece Alice e tudo fica em câmera lenta quando a paixão acontece. Ah, a paixão, o fascínio por uma pessoa, as primeiras situações. Como é bom se apaixonar e viver aquela coisa de não querer mais nada além de estar com pessoa. Uma sensação realmente única que mexe com toda a química do cérebro. Inclusive, é até considerada uma forma de doença por alguns e dura no máximo dois anos segundo cientistas.
Mas é gostoso ter aquele fogo sexual de querer o tempo todo com aquela mesma pessoa, na vontade de manter eterno, acreditando que pode ser. Mas a palavra paixão já parece trazer implícito que em algum momento há de terminar. Até porque a vida tem muito mais coisas, não é possível viver só fazendo amor o tempo todo ou pensando na pessoa amada. Não faz sentido. Mas é gostoso. Como descer uma ladeira de skate e sentir-se vivo. Si, se tem algo que paixão faz é isso, faz você se sentir vivo, em um tipo de universo paralelo.
Tutto Semplice
Slam – A Vida Como Ela É (Slam: Tutto per una Ragazza, 2016) inicia bem com surfe no asfalto, o skate pelas ruas de Roma, seguindo o protagonista que idolatra o skatista Tony Hawk. Contudo, é dirigido por Andrea Molaioli de forma morna e sem criatividade, com o ator Ludovico Tersigni, simpático, vivendo Samuele e Barbara Ramella (bem) como Alice, Jasmine Trinca e Luca Marinelli vivem os pais de Samuele, e se destacam quando surgem. No geral, o elenco não deixa a desejar, porém o filme não tem nada de especial, uma estória simplista em demasia baseada em um livro de Nick Hornby.
Aliás, às vezes, até consegue ser bem engraçado, dando a parecer que é uma semi-comédia, apesar de que o assunto abordado é sério e merecia um outro seguimento: a gravidez na adolescência e o aborto. Em suma, Slam – A Vida Como Ela É é cheio de clichês, e a sinopse oficial entrega tudo. O título original traduzido seria: tudo por uma menina. Não é bem assim que o filme corre.