“Som da Liberdade” chega aos cinemas brasileiros no dia 21 de setembro. Cheio de polêmicas por trás de sua produção, o longa tem boa mensagem mas diversos problemas em questões técnicas.
O roteiro do longa-metragem é baseado na história real de Tim Ballard, um ex-agente de segurança, dos Estados Unidos, que prendia pedófilos. Contudo, por ver que poderia fazer mais para a sociedade, Tim vai para a Colômbia, em busca de acabar com o tráfico infantil e com abusos contra crianças.
Roterizado por Rod Barr e Alejandro Monteverde, a obra se perde durante o passar do tempo, saindo do seu foco principal de conscientização da população sobre esses crimes, e indo para uma ideia de “glorificar” Tim Ballard como uma espécie de super-herói dw crianças vítimas desses abusos.
O fato acima fica explícito no terceiro ato do filme, em que toda a história muda para um caminho completamente diferente, para mostrar o quanto o protagonista é habilidoso e corajoso, em uma situação que seria impossível dele sair vivo.
Questões técnicas de “Som da Liberdade”:
A trilha sonora é muito repetitiva, e, além disso, muito alta, dando até sustos em algumas cenas pelo barulho tão contrastante na sala. Porém, esse fato não acontece só com as músicas, mas também com todos os tipos possíveis de sons nele.
A direção de Alejandro Monteverde peca em não conseguir administrar bem o elenco e suas sensações, fazendo com que tudo pareça robótico e até mesmo plástico demais. Em quase todo o filme não acreditamos nas emoções que os personagens estão sentindo.
Outro ponto é a falta de coerência no trecho em que 54 crianças são salvas pela polícia colombiana. Em nenhum cenário plausível, pessoas que foram abusadas, torturadas e sequestradas, estariam felizes, dançado e cantando logo depois de serem libertadas, e sim traumatizadas com toda aquela experiência ou até mesmo em estado de choque. Infelizmente esses pequenos detalhes podem desconectar o público do longa-metragem.
O ator Jim Caviezel, que interpreta o protagonista Tim Ballard, desempenha um trabalho muito bom no primeiro ato do filme, porém, infelizmente, desanda aos poucos. Acaba por não conseguir manter a veracidade em cenas mais tensas ou emocionais.
Agora falando dos destaques positivos do filme, temos os jovens Lucás Ávila como Miguel e Cristal Aparicio como Rocío. Com um protagonismo grande, Cristal não se manteve bem por todo percurso, mas para sua idade e pela complexidade no papel, ela se destaca. Já o pequeno Lucás, tem muito pouco tempo de aparição, mas supera todo o restante do elenco.
Em conclusão:
A obra não tem viés muito grande em questões políticas e religiosas, e sem dúvidas irá surpreender aqueles que acham que é um filme sobre a direita e catolicismo.
“Som da Liberdade“, infelizmente, se perde na mensagem, mas agrega à esse tópico (tráfico humano e abusos), sendo de extrema importância e relevância para a nossa sociedade como um todo.