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Cinema

Debate gratuito sobre cinema indígena e comunicação popular acontece na 15ª CineOP

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cinema indígena

Cinema indígena é destaque neste domingo (06/09), quando acontece o debate Mídias nas Aldeias, do Encontro de Educação. A princípio, é o que dá início à programação de discussões da 15ª CineOP do dia, às 10 horas. Participam da mesa, Graciela Guarani (professora e cineasta, PE), Michele Kaiowá (professora e cineasta, MS), Patrícia Ferreira Pará Yxapy (professora e cineasta, RS) e Sophia Pinheiro (cineasta, GO). A saber, a ideia é discutir o uso dos dispositivos móveis no cotidiano da pandemia para cineastas e educadores e a elaboração de canais de diálogo afetivo em meio ao isolamento social, inclusive nas aldeias Guarani.

Aliás, este debate tem relação direta com a sessão de médias-metragens do projeto Nhemongueta Kunhã Mbaraete. Ele consiste na troca de vídeo-cartas entre as professoras e suas experiências pessoais da perspectiva indígena e não-indígena. A mediadora será Clarisse Alvarenga – curadora da Temática Educação |MG.

Além disso, o debate faz lembrar também a matéria que saiu aqui no Vivente Andante sobre a Educom Guarani. que também aborda cinema indígena e o uso das ferramentas audiovisuais por aldeias.

Comunicação Popular

Às 12 horas, a Temática Histórica, debaterá “Cinema, Televisão e Comunicação Popular”. A discussão abordará a experiência das TVs comunitárias e iniciativas para o cinema importantes na televisão nas últimas décadas. Posteriormente, avaliando os desafios políticos para a efetivação do direito à informação e a necessidade de disputa com a mídia tradicional do imaginário do grande público. Participam do debate Luara Dal Chiavon – Brigada de Audiovisual Eduardo Coutinho – MST |SP; Paulo Alcoforado – consultor para empresas da economia criativa, ex-diretor da Ancine e ex-coordenador executivo dos Programas DOCTV no Brasil e no exterior |RJ e Valter Filé – professor e ex-coordenador da TV Maxambomba |RJ. A mediação será de Clarisse Alvarenga – curadora da Temática Educação |MG.

Arquivos brasileiros

Em seguida, às 16 horas, o Encontro de Arquivos trará o debate “A Atuação dos Arquivos Brasileiros no Mundo Digital”. Afinal, o cenário digital impôs uma série de mudanças dentro de instituições de patrimônio audiovisual. Dentre eles, o escopo de materiais a serem coletados, fluxos de preservação e, sobretudo, na forma de promover o acesso, com ênfase na internet. A pandemia da Covid-19 evidenciou, de forma definitiva, a vulnerabilidade do patrimônio audiovisual brasileiro no mundo digital, tanto para sua difusão quanto para preservação.

Quais são as ações de disponibilização de filmes e documentos audiovisuais nas redes? Quais são os requisitos de infraestrutura e corpo técnico, além das implicações legais e éticas para uma difusão mais ampla e de qualidade de conteúdo na internet? Para responder a estas perguntas, participam da discussão Adauto Cândido Soares – coordenador de comunicação e informação da Unesco |DF, Ana Farache – coordenadora do Cinema e da Cinemateca Pernambucana da Fundação Joaquim Nabuco |PE, Carolina Alves – coordenadora do Programa de Arquivos Pessoais do CPDOC da Fundação Getúlio Vargas |RJ e Felipe Rocha – coordenador de acervo – Museu da Pessoa |SP. A mediação será de Lila Foster – pesquisadora, curadora, preservacionista audiovisual e diretora de relações institucionais da ABPA |DF.

Reconstituição

E, às 18 horas, o Encontro de Cinema debaterá “Revisão, Reconstituição ou Reapropriação de Filmes Interrompidos ou Perdidos”. É a conclusão da programação reflexiva de domingo. A Roda de Conversa discute os filmes que integram a 15ª Mostra de Cinema de Ouro Preto que fazem a revisão, reconstituição ou reapropriação de imagens de filmes que foram interrompidos ou tiveram boa parte do seu material perdido. Participam do debate Petrus Cariry, diretor do filme “A Jangada de Welles” |CE; Reinaldo Cardenuto, diretor do filme “Acabaram-se os Otários” |RJ e Vitor Graize, diretor do filme “Olho de Gato Perdido” |ES. A mediação será de Camila Vieira – curadora de Curtas da Mostra Contemporânea |CE.

Afinal, toda a programação de debates da 15ª CineOP pode ser acompanhada ao vivo no site oficial do evento. Além disso, ficará disponível no YouTube da Universo Produção.

Além de cinema indígena, veja o curta-metragem “Na Beira”:

Cinema

‘Névoa prateada’, de Sacha Polak, é filme para refletir | Crítica

O longa estreia no dia 18 de abril nos cinemas de Brasília e São Paulo.

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nevoa prateada

Névoa prateada é um filme arrebatador que, com certeza, não vai passar incólume. O longa propicia emoções intensas, sejam elas positivas ou negativas. Fato que muitos não irão gostar. Alguns podem considerá-lo extremo demais, pesado demais. Os espectadores acostumados a tratar o cinema somente como forma de entretenimento e diversão provavelmente não irão gostar, já que é um filme que propõe análise e questionamentos. E que retrata uma realidade comum em alguns lugares da Inglaterra – e também de outros locais. Contudo, para quem gosta de assistir filmes que criticam a sociedade e comportamentos é um prato cheio. E para quem pretende aprender com o audiovisual também.

Mas sobre o que fala Névoa prateada?

A protagonista do filme é Franky, uma enfermeira de 23 anos que vive com a família em um bairro no leste de Londres. Obcecada por vingança e com a necessidade de encontrar culpados por um acidente traumático ocorrido há 15 anos, ela é incapaz de se envolver em um relacionamento com alguma profundidade. Até que se apaixona por Florence, uma de suas pacientes. As duas fogem para o litoral, onde Florence mora com a família. Lá, Franky encontrará o refúgio emocional para lidar com as questões do passado.

A saber, a atriz Vicky Knight, intérprete de Franky, venceu o Prêmio do Júri do Teddy Award do Festival de Berlim. Além disso, o longa recebeu indicação de Melhor Filme no Panorama Audience Award e foi destaque na programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema em São PauloParticipou, também, dos prêmios Dinard British Film Festival (vencedor como melhor filme), Tribeca Film Festival (indicado ao Best International Narrative Feature), FilmOut San Diego US, Sunny Bunny LGBTQIA+ Film Festival, entre outros.

Vicky Knight
A atriz Vicky Knight, protagonista do longa. Foto: Divulgação.

A diretora de Névoa prateada, Sacha Polak, costuma levar para filmes temas difíceis, que poderiam facilmente ser assunto de terapia. A necessidade de se sentir amada, preconceitos, dificuldade de esquecer uma situação, aceitação. No longa em questão, Sacha trata de vários assuntos, como autoaceitação e, também, dificuldade de perdoar. Porém, apesar de ter uma gama de temas, o filme não se torna cansativo ou confuso. Muito pelo contrário, o roteiro passa para o espectador muito bem todos os conflitos da protagonista.

Além disso, Franky não é apresentada de forma piegas ou clichê. Por ter sido vítima de um incêndio, a personagem tem marcas em sua pele que poderiam, em uma narrativa mais lugar comum, transformá-la em uma pessoa que se vitimiza ou que é vista como coitadinha o tempo todo pelos outros. Mas não é isso que Sacha quer passar para quem assiste. E, apesar de não ter uma vida fácil, é possível enxergar Franky para além de suas cicatrizes. Franky é uma personagem complexa, completa e muito bem desenvolvida, tanto pelo roteiro quanto por sua intérprete.

Talvez por já ter trabalhado com Sacha Polak anteriormente, Vicky Knight tem facilidade em transpor para a tela os conflitos internos de Franky sem deixá-la simples demais ou transformá-la em um mártir. Também ajuda ter passado por situações parecidas com as da personagem. O fato é que foi justo o prêmio Teddy Awards que Vicky recebeu, já que consegue trabalhar nos detalhes, algo que nem todo ator tem sucesso.

Fotografia

Apesar de ser um recurso bastante comum, não deixa de ser interessante ver o filme em cores mais frias, já que Franky não tem uma vida fácil e passa por conflitos internos durante todo o filme. Também é possível que tal característica seja por ter sido filmado na Inglaterra, onde não há mesmo muito sol. Todavia, fica claro que Sacha Polak – e também a fotografia de Tibor Dingelstad – quis expressar o interior de Vicky nas cores frias que vemos nas cenas.

Além disso, a escolha de planos abertos quando Vicky se encontra perdida em sua vida e planos mais fechados quando ela começa a se encontrar ajudam a contar a história da protagonista. E, também, de sua coadjuvante, Florence. Aliás, Esme Creed-Miles arrasa na interpretação da menina totalmente sem rumo e influenciável. Se há algo negativo nesse filme é que Florence poderia ter tido mais espaço. E também, talvez, poderia ter havido mais cenas de Franky e Alice. Vicky Knight e Angela Bruce têm uma química muito boa em tela e poderia ter sido mais explorada.

Angela e Vicky
Angela Bruce e Vicky Knight. Foto: Divulgação.

Para resumir, é um filme bastante introspectivo, bonito e reflexivo, que mostra, de forma original, o valor das pessoas que nos rodeiam. Névoa prateada estreia no dia 18 de abril nos cinemas de Brasília e São Paulo.

Por fim, fique com o trailer:

Ficha Técnica

NÉVOA PRATEADA (Silver Haze)

Holanda, Reino Unido | 2023 | 1h42min. | Drama

Direção e roteiro: Sacha Polak.

Elenco: Vicky Knight, Esme Creed-Miles, Archie Brigden, Angela Bruce, Brandon Bendell, Carrie Bunyan, Alfie Deegan, Sarah-Jane Dent.

Produção: Viking Films.

Distribuição: Bitelli Films.

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