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Cinema

Educação emancipadora? | Veja o documentário “Escolarizando o Mundo”

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Escolarizando o Mundo.

Escolarizando o Mundo (Schooling the World: The White Man’s Last Burden) é um documentário que busca trazer um novo olhar sobre a educação ocidental, traçando paralelos com o colonialismo. A obrigatoriedade de uma educação que não respeita ou se preocupa com culturas regionais é o melhor caminho? Em verdade, existe o interesse de sobrepujar tais culturas. Como no principal caso apresentado no filme, da localidade de Ladaque, no extremo norte-noroeste da Índia. Vemos algumas mulheres falando sobre como antes as crianças seguiam os ensinamentos de Buda, os quais enfatizavam o crescimento espiritual, enquanto, atualmente, com a chamada educação moderna, o foco tornou-se outro: o “sucesso” material.

A diversidade cultural vai sendo destruída, homogeneizando o que for possível. As cenas de estudantes orientais sendo doutrinados em um formato cultural urbano ocidental faz pensar. Nessa tal educação moderna, a noção real de sustentabilidade não existe. Ou seja, as formas tradicionais de conhecimento de diversas culturas eram e são muito mais eficientes nesse sentido. Pois, tais povos conheciam como nenhum outro o clima em que vivem, as adversidades e vantagens do meio em que estão situados, e sobreviviam independentes. Entretanto, nos dias de hoje, nada disso é ensinado, esse conhecimento geracional não é mais passado, devido a necessidade criada da utilização de produtos advindos dessa cultura urbana ocidental colocada como superior e não-primitiva.

Seres humanos ou produtos?

O pior de tudo é que tal educação não visa ser emancipatória, criar seres humanos, cidadãos, plenos, independentes, pensantes e preparados para o mundo. Todavia, parece querer moldar criaturas com conhecimento parcial e limitado, aculturadas, sem raízes, para alimentar a produção industrial. “Costumes locais atrapalham a industrialização” é uma frase que salta aos olhos do espectador. Assim, os idosos e as antigas gerações vão se sentindo inferiorizados. A poluição aumenta juntamente com o “progresso”. Como é possível aprender sobre a natureza estando fora dela, trancado em uma sala de aula por horas a fio?

O documentário Escolarizando o Mundo é bem dirigido por Carol Black, que também realizou o divertido curta-metragem “The Lost People Of Mountain Village“. O filme intercala depoimentos de pessoas com imagens das regiões apresentadas e das consequências da educação referida. A trilha sonora escolhida é eficaz, amplia e explica significações e guia o tom do documentário. Por fim, talvez seja difícil terminar de assistir e não refletir sobre os caminhos da educação no mundo. Comigo foi assim.

Afinal, aqui está o documentário completo, assista:

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Cinema

Crítica | ‘Meu Vizinho Adolf’ uma dramédia impactante

‘Meu Vizinho Adolf’ aborda as consequências do nazismo em uma dramédia tocante.

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Após a Segunda Guerra Mundial muitos nazistas se refugiaram na América do Sul, algo que já foi abordado das mais diversas formas no cinema. Meu Vizinho Adolf, traz o tema novamente agora colocando um suposto Hitler como vizinho de um judeu que sofreu com o Holocausto. Um tema delicado que o diretor Leon Prudovsky consegue tratar bem e com um tom de humor mais discreto.

Mr. Polsky (David Hayman) perdeu toda sua amada família e decidiu viver isolado em uma velha casa na Argentina. Sua paz termina quando Mr. Herzog (Udo Kier), um alemão irritadiço, se muda para a casa ao lado. A aparência e o comportamento dele fazem com que Polsky desconfie que seja Adolf Hitler disfarçado.

Um clima triste mas que ainda nos faz rir

O personagem de Hayman passou anos evitando contato humano, sequer aprendeu espanhol, ele carrega uma dor que aperta o coração desde o início. Ainda, assim ele é um velho teimoso e também ranzinza do tipo que nos faz rir. Ao colocar na cabeça que seu vizinho é o próprio Führer, ele tenta alertar as autoridades sem sucesso.

Com isso Polsky começa a estudar a figura funesta para poder provar sua teoria. Todas as brigas e tentativas de invasão e espionagem são divertidas, não é aquele humor de fazer gargalhar e provavelmente não era essa a intenção do diretor. Conforme o filme avança, ambos vão criando uma amizade que obviamente é extremamente incômoda para Polsky. Mas ele começa a achar que estava errado até encontrar provas um pouco mais substanciais.

Um filme simples mas bem feito

Meu Vizinho Adolf não é um longa que exige cenários grandiosos, é tudo muito simples, são poucas locações. O foco são as atuações de David Hayman e Udo Kier que consegue cativar. Ambos os personagens carregam um passado cruel e toda a dor que eles sentem é revivida com força no final. A comédia fica um pouco de lado para falar de algo sério de forma acertada. Ao final temos um bom filme que consegue mostrar a crueldade do nazismo sem ter que colocar nenhuma cena pesada demais.

Estreando hoje nos cinemas brasileiros, Meu Vizinho Adolf é uma boa opção para quem quer fugir dos pipocões. Fique com o trailer:

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