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Fantasporto 2020 | Maior festival de cinema de Portugal louva a ficção científica com ‘Blade Runner’

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Fantasporto traz Blade Runner.

Terça-feira de carnaval. Enquanto no Rio de Janeiro, Brasil, muitos pulavam o último dia de carnaval, no Porto, Portugal, os cinéfilos se reuniam no tradicional Teatro Municipal Rivoli (inaugurado em 1913) para a primeira sessão do Festival Internacional de Cinema do Porto, o Fantasporto 2020.  Foi parte da mostra Fantas Classics. Em verdade, a sessão de abertura oficial do festival acontece na sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020, às 21h, com a pré-estreia mundial de “Adverse“, um drama policial estadunidense, escrito e dirigido por Brian Metcalf e estrelado por Sean Astin, Mickey Rourke, Penelope Ann Miller, Lou Diamond Phillips e Jake T. Austin.

Contudo, falemos da primeira noite, em 25 de fevereiro, desse charmoso festival. Aliás, a sessão que começou o Fantasporto 2020 mostrou a alma de cinema fantástico, essência desse grande evento: “Blade Runner” (The Final Cut de 2007) foi apresentado às 21:15. Pessoalmente, esse jornalista que vos escreve já havia visto algumas vezes esse que é um dos maiores clássicos do cinema e da ficção científica, porém, nunca na tela grande.  Hoje, muitas vezes, o público escolhe assistir filmes na televisão, notebook, celular. Esquecendo-se da magia do cinema. Não há nada como uma sala toda escura enquanto você olha para uma superfície gigante, brilhante e circunscrita que requer sua atenção e mantém seu foco totalmente ali, é a possibilidade de imersão em um outro mundo.

O Caçador de Androides

Assim, a experiência de assistir “Blade Runner” (no Brasil, conhecido como “Blade Runner – O Caçador de Androides”) no cinema foi completamente distinta – e deveras especial. Inclusive, é um dos filmes mais cults do cinema, e colocou o diretor Ridley Scott em outro patamar entre os cineastas. A saber, em um estilo neo-noir, conta a história de um policial (“blade runner”) que tem a missão de capturar e matar “replicantes”, máquinas incrivelmente semelhantes aos humanos, quase impossíveis de se distinguir. Harrison Ford faz o protagonista, mas Rutger Hauer se destaca como um replicante em busca de prolongar sua vida, com um final poeticamente impressionante. A escolha desse longa-metragem no ano que o Fantasporto comemora 40 anos é racional – e emocional – “Blade Runner” fez a sua pré-estreia no festival em 1983, na 3ª edição. O festival apresentou também a pré-estreia Europeia da versão “Blade Runner: Director’s Cut” em 1993.

O Fantasporto 2020 iniciou num Teatro Rivoli cheio e caloroso, em uma terça-feira de carnaval com ar de chuva fina e certo frio. Ou seja, um pouco como o final de “Blade Runner”, imerso em uma cinematografia escura, fria e sombria. O filme filosofa entre a vida e a morte, gera reflexão e ironiza uma humanidade consumista, mas, certamente, aqueles que estiveram ali assistindo puderam se sentir mais vivos, ao mesmo tempo em que viajaram por uma dimensão perigosa, futurista, gótica.

Beatriz Pacheco Pereira, uma das fundadoras do festival, discursou no palco: “Vocês vão ver o filme (“Blade Runner”) tal como ele foi criado, em tela grande, com bom som, boa imagem. Os clássicos sempre tiveram lugar no Fantasporto. Ver os clássicos é uma obrigação dos cinéfilos. Portanto, muito obrigado por estarem aqui. O Fantasporto não vive sem seu público”, disse ela, sob muitos aplausos.

O mundo da Sétima Arte agradece.

Veja o trailer de Blade Runner:

Enquanto nessa quarta-feira, 26 de fevereiro, à 21:15, será possível assistir “Drácula de Bram Stoker” (Bram Stoker´s Dracula), de 1992, do renomado cineasta Francis Ford Coppola, na grande tela.

Além disso, ainda pelo Fantas Classics, na quinta-feira (27), também às 21:15, tem exibição de”Touro Indomável” (Raging Bull), de 1980, do Martin Scorsese.

Afinal, escrevi esse texto viajando ao som da trilha sonora original de “Blade Runner” composta por Vangelis, uma quase psicodélica combinação melódica altamente sombria que utiliza composição clássica e sintetizadores futuristas. Combinando perfeitamente com o clima noir-retrô-futurístico imaginado pelo diretor Ridley Scott.

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

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