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Filme “O Livro dos Prazeres” recebe três prêmios no Festival de Vitória

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Simone Spoladore em "O Livro dos Prazeres"

Em “O Livro dos Prazeres”, ficção da diretora Marcela Lordy, a professora Lóri (Simone Spoladore) vive uma rotina monótona de trabalho e relacionamentos secretos até conhecer Ulisses (Javier Drolas), um professor de filosofia argentino, egocêntrico e provocador. Após o encontro, Lóri enfrenta a sua solidão e aprende a amar. 

Esta é uma adaptação da obra “Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector, publicado em 1969. O filme traz em sua personagem principal descobertas internas, do outro e também do mundo. Expõe a desconstrução do mito do amor romântico e exibe um cinema da normalidade, onde as coisas não-extraordinárias são interessantes da mesma maneira e propõe um olhar extraordinário sobre o cotidiano. 

Premiação

No 27º Festival de Cinema de Vitória que aconteceu entre os dias 24 e 29 de novembro, o longa-metragem “O Livro dos Prazeres” recebeu prêmios em três categorias: Melhor roteiro, escrito por Josegina Trotta e Marcela Lordy; Melhor atriz para Simone Spoladori que dividiu a premiação com Dira Paes pelo filme Pureza; e Menção honrosa para a fotografia de Marcelo Pinheiro Jr. 

A atriz Simone Spoladore havia sido indicada para interpretar Lória desde a primeira versão do roteiro. Ela e a diretora Marcela Lordy trabalharam juntas no telefilme A Musa Impassível e também no curta-metragem Sonhos de Lulu.

Marcela Lordy, diretora do filme.

 “A vontade de adaptar ‘Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres’ para o cinema surgiu da minha necessidade de olhar mais de perto para a velocidade com que as relações afetivas se formam e se desfazem nos dias de hoje. Estava morando sozinha pela primeira vez quando me deparei com Lóri e seus desafios existenciais da maturidade. Ao ler o livro, senti que havia algo sagrado ali sobre o amor e a autorrealização feminina na sociedade patriarcal brasileira que ainda precisava ser resgatado”, diz Marcela Lordy. Algo difícil, não só na literatura da época, mas ainda nos dias de hoje, mais de 50 anos após a publicação do livro.

Cinema Nacional

“No momento em que o cinema brasileiro vive um processo de desmonte e asfixia de recursos, o filme rodado no Rio de Janeiro, – em locações presentes no livro como a orla da praia do Leme e a Floresta da Tijuca, – já se torna resistência no cinema autoral.”, acrescenta Marcela Lordy que já foi assistente de importantes diretores como Walter Salles, Hector Babenco e Carlos Nader. Vale lembrar que Clarice  Lispector é um dos pilares da literatura quando falamos de escritores com obras em língua portuguesa no século XX e, no próximo dia 10 de dezembro, comemora-se o centenário da escritora.

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Cinema

Crítica | ‘Meu Vizinho Adolf’ uma dramédia impactante

‘Meu Vizinho Adolf’ aborda as consequências do nazismo em uma dramédia tocante.

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Após a Segunda Guerra Mundial muitos nazistas se refugiaram na América do Sul, algo que já foi abordado das mais diversas formas no cinema. Meu Vizinho Adolf, traz o tema novamente agora colocando um suposto Hitler como vizinho de um judeu que sofreu com o Holocausto. Um tema delicado que o diretor Leon Prudovsky consegue tratar bem e com um tom de humor mais discreto.

Mr. Polsky (David Hayman) perdeu toda sua amada família e decidiu viver isolado em uma velha casa na Argentina. Sua paz termina quando Mr. Herzog (Udo Kier), um alemão irritadiço, se muda para a casa ao lado. A aparência e o comportamento dele fazem com que Polsky desconfie que seja Adolf Hitler disfarçado.

Um clima triste mas que ainda nos faz rir

O personagem de Hayman passou anos evitando contato humano, sequer aprendeu espanhol, ele carrega uma dor que aperta o coração desde o início. Ainda, assim ele é um velho teimoso e também ranzinza do tipo que nos faz rir. Ao colocar na cabeça que seu vizinho é o próprio Führer, ele tenta alertar as autoridades sem sucesso.

Com isso Polsky começa a estudar a figura funesta para poder provar sua teoria. Todas as brigas e tentativas de invasão e espionagem são divertidas, não é aquele humor de fazer gargalhar e provavelmente não era essa a intenção do diretor. Conforme o filme avança, ambos vão criando uma amizade que obviamente é extremamente incômoda para Polsky. Mas ele começa a achar que estava errado até encontrar provas um pouco mais substanciais.

Um filme simples mas bem feito

Meu Vizinho Adolf não é um longa que exige cenários grandiosos, é tudo muito simples, são poucas locações. O foco são as atuações de David Hayman e Udo Kier que consegue cativar. Ambos os personagens carregam um passado cruel e toda a dor que eles sentem é revivida com força no final. A comédia fica um pouco de lado para falar de algo sério de forma acertada. Ao final temos um bom filme que consegue mostrar a crueldade do nazismo sem ter que colocar nenhuma cena pesada demais.

Estreando hoje nos cinemas brasileiros, Meu Vizinho Adolf é uma boa opção para quem quer fugir dos pipocões. Fique com o trailer:

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