Na última semana tive a oportunidade de participar de um curso sobre “Psicologia Jurídica” ministrado pelo professor Matheus Oliveira. Fiquei impressionada com a sua vasta experiência e conhecimento na área. Matheus se formou em Psicologia em 2017 e desde então tem se dedicado à Psicologia Jurídica, especializando-se em perícia psicológica e neuropsicologia pelo IPQ/HCFMUSP. Ele também é palestrante, consultor e supervisor em psicologia forense, criminal e investigativa.
Durante a palestra, Matheus enfatizou a importância da Psicologia Jurídica no sistema de justiça, pois ela desempenha um papel fundamental na avaliação e intervenção em casos que envolvem questões de saúde mental. Ele discutiu a importância de compreender aspectos psicológicos relacionados a problemas legais, como a competência para julgamento, a avaliação de danos psicológicos e a capacidade de cuidar de crianças.
Matheus também abordou os diferentes campos de atuação da Psicologia Jurídica, como a psicologia criminal, que estuda o comportamento criminoso e auxilia na avaliação e tratamento de criminosos; a psicologia penitenciária, que trabalha no sistema prisional buscando a reinserção social e tratamento de detentos; e a psicologia forense, que desempenha um papel importante na coleta e análise de evidências em investigações criminais.
Outro ponto destacado foi a relevância da Psicologia Jurídica na área da justiça familiar, auxiliando na avaliação das condições de guarda de crianças em casos de divórcio, bem como na avaliação da capacidade parental e no suporte em situações de abuso doméstico.
Por fim, Matheus ressaltou os princípios éticos que norteiam o trabalho do psicólogo jurídico, como imparcialidade, sigilo profissional e respeito aos direitos humanos. Em resumo, a palestra me mostrou a importância da Psicologia Jurídica como uma área interdisciplinar que contribui para a compreensão e resolução de questões psicológicas no sistema de justiça, tanto no campo criminal quanto no campo da família.
Ed Gein
Através da palestra tive a oportunidade de aprender sobre os conceitos relacionados a área, a função e a importância do profissional de psicologia, bem como algumas das técnicas que compõem a elaboração do perfil criminal. Fiquei inspirada com o conhecimento compartilhado pelo professor Matheus e espero poder explorar mais sobre esse fascinante campo no futuro.
Esse curso calhou de ser logo na mesma semana que eu terminei de ler o livro/ HQ “ED GEIN”. Logicamente, tracei paralelos. Ed Gein foi o cara que inspirou filmes como “Psicose” (1960), “O Massacre da Serra Elétrica” (1974), “O Silêncio dos Inocentes” (1991) entre outros.
Essa graphic novel escrita por Harold Schechter é a biografia dele. Adorei esta leitura com sua ambientação escura e sombria. Ademais, os traços das ilustrações de Eric Powell são excepcionais, capturando a atmosfera obscura do enredo de forma vívida. Os desenhos extremamente detalhistas e realistas ajudam a transmitir a intensidade dos momentos mais perturbadores, criando uma conexão visual poderosa com a narrativa.
Abuso e negligência
Desde os primeiros capítulos, o leitor fica imerso na infância de Ed e, muito antes de enfrentar a atrocidade de seus crimes, somos pegos nas entranhas pela história. Minhas pausas para respirar e refletir foram frequentes, assim como o estômago se revirando.
Aliás, a leitura pode realmente causar desconforto, é bom avisar, mas para quem tem interesse em psicologia, sobretudo em psicologia jurídica, pode ser muito enriquecedora. Os assassinos são uma fonte de fascinação para muitos, as suas psicologias diferentes e complexas serão sempre tópicos relevantes para explorar.
Ed Gein era conhecido por ser um homem quieto e retraído, que vivia em uma fazenda isolada com sua mãe dominante. Após a morte dela em 1945, Gein começou a se interessar por taxidermia e começou a desenterrar cadáveres de mulheres que se assemelhavam à sua mãe falecida, após o falecimento dela, perdeu o pouco equilíbrio mental que possuía.
Ed Gein teve uma história de abuso e negligência em sua infância, que pode ter contribuído para o desenvolvimento de suas tendências homicidas. Seu relacionamento disfuncional com sua mãe parece ter sido um fator importante em sua psicopatologia. Ele possuía uma fixação mórbida pela figura materna e uma reclusão social significativa.
Gein também sofria de distúrbios de personalidade, incluindo a personalidade esquizoide, que é caracterizada pela falta de interesse ou prazer em situações sociais, além de exibir comportamentos excêntricos e peculiares. Ele é um exemplo clássico de um assassino em série com uma combinação de traços psicológicos que contribuíram para seu comportamento horrível. Sua história serve como um estudo de caso para compreender a mente dos assassinos em série.
Afinal, é fascinante ler essa história real para entender como Ed se tornou um dos mais famosos serial killers. Para adquirir, acesse: Amazon.
Por fim, leia mais:
‘O perigo de uma história única’, de Chimamanda Ngozi Adichie | Resenha
Resenha | ‘Ed Gein’, graphic novel da Darkside Books fascina e perturba