No livro Com que realidades essas camisolas acordam?, a escritora e antropóloga Raquel Marinho traça o perfil das mulheres multitarefas
Estilista especializada em moda íntima, antropóloga e pesquisadora das representações da figura feminina nas estruturas sociais, a autora Raquel Marinho utiliza as próprias vivências para a construção do enredo de Com que realidades essas camisolas acordam?. Na obra, ela conta a história de Amanda, uma designer renomada no mercado. A personagem é a representação das mulheres “multitarefas”, ou seja, aquelas que são obrigadas a absorver todas as responsabilidades para sobreviver.
A princípio, a protagonista enfrenta inúmeras adversidades em um cargo de coordenadoria. Há, por exemplo, a dúvida de colegas homens sobre seu desempenho. Ela ainda precisa dobrar a dedicação nas especializações, na tentativa de provar que pode ocupar funções de chefia. Entretanto, o trabalho não é seu único problema: um dos filhos fica doente e, dentro de uma relação amorosa pautada pelas desigualdades de gênero, torna-se a única responsável por cuidar dele.
Viver exige sabedoria! A vida contemporânea exige muito de nós: trabalho, estudos, família, relações pessoais, obrigações das mais variadas, essa tal evolução, esse tal empoderamento, esse tal ousar pensar, ousar crescer exige muito. Ao longo dessa viagem, mesmo sem conhecer os desafios de Amanda, entendi que quando uma mulher vem de uma origem muito simples, o esforço para progredir precisa ser multiplicado por muito, as cobranças parecem maiores, é necessário muito esforço para se manter serena e em equilíbrio, ou ao menos buscá-lo, principalmente quando a alma está maltratada. (Com que realidades essas camisolas acordam?, pg. 88)
FICHA TÉCNICA
Título: Com que realidades essas camisolas acordam?
Autor: Raquel Marinho
Editora: Viseu
ISBN: 978-65-254-3130-7
Páginas: 232
Preço: R$ 56,90 (livro físico) e R$ 34,90 (e-book)
Onde comprar: Amazon | Viseu
Ademais, veja mais:
Avatar – O Caminho da Água | Filme traz reflexões sobre família e o trato com os animais
Um Pequeno Grande Plano | Crítica
Crítica | ‘Guia Romântico Para Lugares Perdidos’ tem poesia e catarse