A 44ª Mostra Internacional de Cinema ocorreu do dia 22 de outubro ao dia 04 de novembro, com repescagem até dia 08. Porém, não é porque o festival acabou que você não poderá mais assistir aos filmes. Hoje viemos indicar quatro longas que participaram dessa edição que ainda serão lançados no Brasil.
Gatilho (Rússia, 2020)
O primeiro longa de Pavel Ganin é uma overdose deliciosa de sensações. Principalmente para os amantes de ASMR (como essa que vos fala). Embora os dois personagens do filme tenham o ASMR como ponto de ligação, estão em polos opostos. Uma das personagens faz vídeos da técnica, o outro os assiste. Quando se encontram, contudo, desenvolvem uma relação não muito saudável. E bastante dependente. É interessante, sobretudo, como o diretor utiliza o som como em vídeos de ASMR. Como resultado, transforma o filme inteiro praticamente em uma sessão de “gatilhos” sensoriais. Todavia, além disso, é uma história sobre solidão, perda e limite.
Ademais, veja o diretor falando um pouco sobre Gatilho:
Mar de dentro (Brasil, 2020)
Manuela, interpretada por Mônica Iozzi, é uma mulher muito dedicada à sua vida profissional. Porém, quando capturada por uma gravidez inesperada, percebe que não está tão preparada para a maternidade quanto imaginava. Ela encara, todavia, a nova função de ser mãe da mesma forma que encara o trabalho: com seriedade, dedicação e sem romantismo. A diretora Dainara Toffoli conta que o filme tem muito de sua própria experiência. Quando engravidou, se percebeu muito ignorante ao processo em si. Também não entendia tudo que mudaria em sua vida com a chegada da criança. Um filme sobre maternidade real e tudo que atravessa uma mulher quando passa por esse momento.
Aliás, a autora do longa contou para a Mostra sobre o processo de produção. Confira:
Sem som (Irã, 2020)
Um homem surdo impede a ex-mulher, de fazer cirurgia de implante coclear no filho. O motivo? O medo de ficar sozinho caso o filho, também surdo, comece a escutar. Isso porque sua ex-mulher tem deficiência auditiva, porém consegue ouvir devido a um aparelho auditivo. O filme de Behrang Dezfoulizadeh segue duas linhas narrativas: a do pai e a da mãe da criança. Enquanto o espectador se solidariza com o pai pelo medo de perder o filho, ele também acompanha a luta da mãe pelo que acredita ser uma qualidade de vida melhor para a criança. O diretor trata com muito respeito as pessoas surdas e mostra uma realidade não muito explorada no audiovisual.
A saber, no Irã, a criança só pode fazer tal cirurgia pelo Estado se o pai der permissão. Sem som é um filme sensível e emocionante sobre um assunto bastante delicado e importante.
Winona (Grécia, 2019)
Único filme da lista que teve exibição em cinemas antes do início da pandemia. Porém, somente em seu país de origem. Dirigido por Alexandros Voulgaris, o longa mostra quatro mulheres (e um cachorro) em uma praia deserta. Nenhuma delas de chama Winona. Apesar de rirem, cantarem e dançarem, é perceptível uma atmosfera estranha rodando-as. Além disso, há um carro preto que as segue. Que carro é esse? Quem são elas? Winona mostra como se sentem essas mulheres, do que elas gostam, conversas despretensiosas. Mas será que é isso mesmo que elas estão mostrando? Um filme instigante e emocionante.
Por fim, assista o trailer de Winona:
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