Foi apresentada, no último dia 21 de setembro, uma pesquisa realizada pelo Oi Futuro sobre museus e centros culturais que aponta para nove tendências globais que moldarão o futuro desses espaços em um mundo pós-pandêmico. Você já pensou sobre o futuro dos museus?
Em um contexto de crescente distração e sobrecarga digital, os desafios que se apresentam
aos museus são complexos. Como podem atrair e envolver públicos diversos, desde os
tradicionais até os hiperconectados? Como podem construir relacionamentos fortes e
duradouros em uma era de mudanças constantes? As respostas a essas perguntas
emergem a partir das reflexões de especialistas culturais do Brasil e de diversos países,
como o Science Museum de Londres, o The Cooler Lumpur da Malásia e a Pinacoteca de
São Paulo.
O estudo “O Poder do Público: tendências globais para o futuro dos museus”,
envolveu entrevistas com quatro brasileiros e sete estrangeiros ligados ao universo
museológico, centros culturais e festivais. Além disso, incluiu avaliações qualitativas com
brasileiros de diferentes cidades, classes sociais e faixas etárias, divididos em grupos focais
relacionados a seu interesse e frequência em espaços culturais.
Necessidades
Segundo Carla Uller, gerente executiva de Programas, Projetos e Comunicação do Oi
Futuro, a pesquisa surgiu da necessidade de compreender as mudanças na participação
cultural, especialmente durante o isolamento social. O Musehum, um museu único que
abriga um centro cultural e um acervo histórico de tecnologias de comunicação, foi um
ponto de partida para essa investigação.
Um dos principais desafios identificados pelo estudo é a adaptação dos museus à “era do
protagonismo”, onde os visitantes desejam ser mais do que meros espectadores. A
cocriação e a inclusão de diferentes perspectivas tornaram-se fundamentais.
Marlus Araujo, do MUSEU.XYZ, ressalta a importância de os museus incentivarem o público a se apropriar do conteúdo e se sentirem parte ativa do processo criativo. Outra barreira apontada é a lacuna entre as gerações que compõem as equipes dos museus. Enquanto a geração mais jovem é habilidosa nas mídias sociais, os curadores e diretores mais experientes ainda veem os museus como lugares físicos tradicionais.
A pesquisa também revela que o público brasileiro atualmente se divide nos grupos dos
desinteressados, escapistas, tradicionais e topa-tudo. Cada grupo tem suas características
comportamentais em relação aos museus, e entender essas diferenças é essencial para
atrair e envolver uma ampla gama de visitantes.
Afinal, as nove tendências globais para o futuro dos museus identificadas na pesquisa são:
- MUSEU DE TODAS AS TRIBOS: Espaços que oferecem atividades, formatos e
linguagens variadas para atrair um público diversificado. - MUSEU DE EXTRA-MUROS: Museus que se conectam com a comunidade local,
transformando a cidade em um palco para exposições e atividades culturais. - MUSEU DAS SENSAÇÕES: Priorizando experiências sensoriais que reforcem a
reconexão dos visitantes consigo mesmos. - MUSEU DIGITAL: Museus que integram experiências virtuais e tecnológicas únicas
em seus espaços físicos. - META MUSEU: Museus virtuais acessíveis de qualquer dispositivo, oferecendo
experiências gamificadas. - MUSEU DA HISTÓRIA AMPLIADA: Museus que contam histórias a partir de
perspectivas não-hegemônicas, valorizando vozes plurais. - MUSEU CÁPSULA ITINERANTE: Museus que levam exposições e experiências
únicas para áreas afastadas, democratizando o acesso à cultura. - MUSEU INSONE: Museus que abrem em horários não convencionais para atrair
públicos que normalmente não podem visitá-los em horário comercial - MUSEU DO BACKSTAGE: Museus que convidam os visitantes a testemunhar e
participar dos processos criativos.
Essas tendências refletem a necessidade de os museus se adaptarem às mudanças na
sociedade, atendendo as expectativas de um público cada vez mais diversificado e
participativo. O Oi Futuro, por meio de sua pesquisa e iniciativas culturais, continua a
impulsionar a inovação e a criatividade nas áreas de Cultura, Educação e Inovação Social,
contribuindo para a construção de um futuro mais inclusivo e diversificado.
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