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VegFest Brasil | Feira vegana movimentou SP no fim de semana

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Um dos maiores eventos veganos das Américas, o VegFest Brasil voltou à cidade de São Paulo no último fim de semana (8 a 11 de dezembro), após dois anos sem acontecer devido à pandemia. O evento organizado pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) reuniu veganos, vegetarianos e simpatizantes, em mais de 30 horas de palestras do IX Congresso Vegetariano Brasileiro.

Paralelamente e aberta ao público, a Feira Vegana ficou lotada. Os visitantes puderam usufruir de diversas atividades gratuitas, conhecer as ONGs de defesa e proteção dos animais, acompanhar o preparo de receitas na Cozinha Show e fazer muita degustação de alimentos à base de plantas.

Veja abaixo alguns destaques do IX Congresso Vegetariano Brasileiro, nos dois dias de cobertura que fiz para o Vivente Andante:

Transformação pessoal para gerar inspiração

Na tarde de sexta-feira (9 de dezembro), Alana Rox (empreendedora, autora e ativista vegana), Duda Lemos (Gerente de Certificação do Selo Vegano da SVB) e Patrícia Favano (Santuário Vale da Rainha), emocionaram o público com suas apresentações, ao falarem sobre propósito e transformação. “Mudamos o mundo quando mudamos o nosso próprio mundo. Ser e fazer é mais importante do que falar”, afirmou Alana, ao abrir a programação pós intervalo com o tema “Como ser Vegan num Mundo Não Vegano: Saúde, Propósito e Espiritualidade”.

Na sequência, Duda Lemos contou sua trajetória na carreira de engenheira de alimentos, de líder de controle de qualidade em frigorífico (3º maior exportador de carne do mundo) para o veganismo. A engenheira trouxe a reflexão da cultura da carne no país. “A carne ainda é sinônimo de ascensão social, devemos ter cuidado com a fala de imposição, pois existem realidades diferentes”, disse.

Finalmente, Patrícia Favano encerrou a sequência, no Auditório Elis Regina, com um chamamento para uma nova humanidade. “Que sejamos novos humanos que inspiram outros seres humanos. Deixo a reflexão: o que você precisa mudar para sua existência beneficiar outros seres?”, com esta e outras reflexões, Patrícia protagonizou um dos momentos mais emocionantes do Congresso, levando o público às lágrimas.

Nova geração no VegFest Brasil

Sob o mesmo ponto de vista, a apresentação “O futuro é vegano”, levou ao palco do Auditório 2 a história das adolescentes Clarinha e Brunna Sachs. Clarinha já nasceu vegana e nunca experimentou produtos de origem animal. Brunna, 13 anos, é vegana desde antes dos dois, quando começou a rejeitar qualquer produto de base animal.

Assim, a jovem Brunna pede transformação nas escolas. “É preciso ensinar às crianças que as proteínas vêm de outros alimentos, não só de animais”, e complementa pedindo opções veganas nas cantinas dos colégios.

Clarinha e Brunna – Foto: Paola Bittencourt

VegFest trouxe novidades e dados do mercado plant based no Brasil

Proteínas vegetais, dados de consumo e carne cultivada foram a temática das palestras de Gustavo Guadagnini (Diretor da organização The Good Food Institute no Brasil) e Carla Molento (pesquisadora da UFPR), no VegFest Brasil, também na sexta-feira.

“O Brasil tem capital intelectual, indústria e a maior biodiversidade do mundo, ou seja, tudo para poder exportar produtos plant based”, constata Guadagnini. O administrador apresentou dados de pesquisas sobre o consumidor deste mercado, a maioria não veganos, mas que buscam reduzir o consumo de produtos de origem animal preocupados com o impacto ambiental. “Esses consumidores buscam por sabor, disponibilidade e preço na hora da decisão de compra”, afirma.

Em seguida, Carla Molento, do Laboratório de Zootecnia Celular da Universidade Federal do Paraná (UFPR), apresentou os estudos sobre proteínas alternativas ao uso de animais na alimentação. Molento apresentou ao público o processo da carne celular, que deve começar a chegar ao mercado brasileiro em 2024. “É um conjunto de células primárias adaptadas a viver fora do organismo. A célula é coletada do animal e passa por processo de multiplicação, diferenciação para tecidos diversos e combinação para produtos (hambúrguer, cortes, etc)”, detalhou.

Consumo de peixe e geração de plástico

Ao passo que trazia dados sobre a situação atual dos oceanos, a Diretora Executiva da Sea Sheperd Brasil, Nathalie Gil, apresentava a relação do consumo de animais do mar com a poluição por plásticos. “Se você consome peixe está influenciando a geração de lixo plástico no oceano”, disse.

Segundo Gil, já há registros de material plástico na Fissura de Mariana, o local mais profundo do oceano. Sobre números, ela apresentou o cálculo de até 1 trilhão de animais mortos por ano quando se incluem os marítimos.

Guia de Nutrição Vegana para Adultos

Por fim, assisti à palestra de Marly Winckler (presidente honorária e fundadora da SVB e presidente da IVU (International Vegetarian Union)) e Eric Slywitch (médico, diretor do Departamento de Medicina e Nutrição da IVU e da SVB), em que apresentaram o Guia de Nutrição Vegana para Adultos, lançado no início deste ano.

Desenvolvido pelo Departamento de Medicina e Nutrição da IVU, o Guia está disponível para download no site da SVB. Atualmente, já foram feitos mais de 10 mil downloads do arquivo. O exemplar também disponibiliza mais de 100 vídeos que podem ser acessados pelos QR Codes em suas páginas.

Com muito bom humor, leveza e senso de realidade, os especialistas fizeram uma apresentação informativa sobre nutrição, que atraiu muitos estudantes da área de saúde.

Feira Vegana com atrações diversas e gratuitas lotou

De antemão, ainda no caminho para a van do VegFest Brasil, na saída do metrô, conheci a Katia Oliveira e o Miguel Angelo (10 anos) fomos juntos para o evento. Katia é vegetariana e adepta das feiras plant based em São Paulo. O Miguel ainda está no caminho do vegetarianismo e recebe o incentivo da mãe. “Sempre o levo a essas feiras. É a primeira vez que viemos ao VegFest e gostamos, tem bastante expositor e muita coisa para conhecer”, conclui Katia.

Com mais de 100 expositores, a feira promoveu o encontro do público com uma variedade de produtos (já conhecidos e outros lançamentos) de origem vegetal, como cosméticos, roupas, calçados, vinhos, e alimentação. Os visitantes puderam fazer degustação de milkshake, barrinhas de cereal, queijos, vinhos e muito mais.

Além disso, atrações simultâneas agradavam a todos, de desafios esportivos e torta na cara, no Palco, a brincadeiras, yoga e meditação, na quadra. Igualmente, o espaço da Cozinha Show não ficou vazio e teve receita para todos os paladares.

Definitivamente, foi bonito de ver tantas pessoas reunidas em busca de informação e alternativas para minimizar o impacto de suas vidas no meio ambiente e proteger os animais. Afinal, para além de veganismo e antiespecismo, vi e ouvi sobre amor, compaixão e respeito, e isso reverbera em mim até agora. Até 2023, VegFest Brasil!

Veja mais em:

Bandolim Vegan Cult Bar | Rio de Janeiro ganha novo restaurante e casa de cultura

Cachoeira do Arataca | Saiba como chegar nessa beleza de Macaé/RJ (viventeandante.com)

Oberom e o ‘Muco’ | Confira uma entrevista exclusiva sobre contradições na Índia (viventeandante.com)

Relações públicas, professora de Yoga, empreendedora sustentável com o @fioorganico e vegana, compartilhando o que tenho visto, lido, ouvido e experienciado pelas minhas andanças. Segue lá: @pabittencourt

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4 Comentários

4 Comments

  1. Camila Ribeiro

    12 de dezembro de 2022 at 15:29

    Muito boa matéria! Ano que vem quero ir.

    • Paola Bittencourt

      12 de dezembro de 2022 at 17:53

      Obrigada, Camila! Fico feliz que tenha gostado da matéria e que ela tenha inspirado esse desejo. Nos vemos lá em 2023!

  2. Pingback: ONGs de proteção animal | Conheça e veja como colaborar

  3. Pingback: Turismo para veganos | Confira os melhores destinos pelo mundo turismo para veganos

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Cultura

A conexão entre a coloração pessoal e a Psique Humana: FLIP 2023, Casa Enjoei e Jô Souza

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Coloração Pessoal

Em um mundo que exige constantemente conforto e auto expressão, a coloração pessoal emerge como uma ferramenta fascinante e poderosa para ajudar as pessoas a encontrar o tom certo, não apenas em termos de moda, mas também em um nível psicológico mais profundo.

A psicologia das cores desvenda as respostas emocionais desencadeadas por diferentes tonalidades. A escolha de uma cor específica vai além da estética; ela se torna um veículo para a expressão emocional. Ao analisar as cores que uma pessoa usa e prefere, é possível compreender melhor seus sentimentos e personalidade. Por exemplo, uma pessoa que usa muitas cores vibrantes pode estar tentando compensar a falta de emoção em sua vida, enquanto alguém que prefere tons mais escuros pode estar passando por um período de tristeza ou depressão.

A princípio, pode-se empregar também a análise da paleta pessoal para auxiliar as pessoas na identificação de seus objetivos e valores. Se alguém tem uma orientação por cores suaves e serenas, isso pode indicar uma valorização da paz e harmonia em sua vida. Com base nessa compreensão, um psicólogo pode colaborar no estabelecimento de metas e objetivos alinhados com os valores e desejos da pessoa.

Atingindo camadas mais profundas da psique humana, a abordagem da psicologia em relação ao tema da coloração pessoal pode ser compreendida através de várias perspectivas. Saiba mais em seguida:

Psicologia dos Núcleos

Explora como diferentes cores afetam as emoções, o comportamento e a percepção humana. Essa perspectiva é fundamental, pois a escolha de cores específicas pode influenciar o estado emocional de uma pessoa e como ela é percebida pelos outros.

Psicologia Cognitiva

Investiga como processamos informações visualmente e como as associações cognitivas são formadas, no contexto da descoloração pessoal. A escolha consciente de certos núcleos pode estar ligada a memórias, experiências passadas ou preferências individuais, revelando aspectos do pensamento e da cognição do indivíduo.

Psicologia Social

A coloração também pode ser comprovada sob a perspectiva da psicologia social, examinando como as escolhas de cores podem influenciar a percepção social. A forma como uma pessoa é vista pelos outros pode impactar sua autoestima e identidade social.

Psicologia da Identidade

Explora como as pessoas constroem e mantêm uma noção de quem são. A escolha de cores pode definir um papel significativo na expressão da identidade individual, as cores serão escolhidas para refletir aspectos da personalidade, valores pessoais ou mesmo podem comunicar uma social específica.

Bem-Estar Psicológico

Do ponto de vista do bem-estar psicológico, a coloração pessoal pode ser vista como uma prática que promove o autocuidado e a auto aceitação. A satisfação com a própria aparência e a expressão pessoal podem contribuir para uma atitude positiva e uma maior resiliência.

Enjoei na flip

O sol brilhava nas ruas de Paraty quando a Flip 2023 começou, mas era na Casa Enjoei que uma nova era de criatividade estava prestes a ser revelada. A conhecida plataforma de compra e venda de moda vintage e contemporânea não apenas trouxe seus produtos únicos, mas inaugurou uma experiência inovadora no mundo literário.

Por fim, veja abaixo um workshop sobre Coloração Pessoal que tive a oportunidade de participar durante a FLIP, na Casa Enjoei. A facilitadora foi a consultora de imagem Jô Souza, baiana, que com seu sotaque e simpatia encantou a todos que estavam presentes, ela é simplesmente a elegância em pessoa.

Por fim, leia mais:

‘Ó Paí, Ó 2’ estreia no mês da Consciência Negra e traz nova geração

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