A Orquestra A Base de Cordas de Curitiba (OABC) recebeu o cantor Paulinho Moska no palco do teatro Nelson Rodrigues, na Caixa Cultural, nos dias 19 e 20 de dezembro. O Vivente Andante esteve lá ontem, quarta-feira (20) e presenciou de perto esse encontro especial.
Não é a primeira vez que o cantor faz uma participação com a orquestra. O encontro musical já aconteceu em Curitiba e Antonina, no litoral do Paraná. E de acordo com João Egashira, maestro da OABC, não vai parar por aí. O maestro e violinista brincou que, a cada 18 meses, essa parceria tem que acontecer.
A OABC é composta por nove músicos. Além de João Egshira no violão, Helena Bel (violino), Renan Bragatto (bandolim), Júnior Bier (viola caipira), Wagner Bennert (contrabaixo), Julião Boêmio (cavaquinho), Vinícius Chamorro (violão de 7 cordas), Klüber (teclado) e Luis Rolim (bateria). Na noite do dia 20, Paulinho Moska adicionou à orquestra com um dos instrumentos que usa lindamente: sua voz.
Só sucessos
O show foi composto por músicas muito conhecidas do público. Após abertura somente da orquestra que já impactou a plateia e ganhou muitos aplausos, Moska subiu ao palco e cantou Tudo novo de novo, do disco homônimo de 2003. A partir de então, foi sucesso atrás de sucesso. A diferença, contudo, foram os arranjos de cada uma das canções, feitos pela orquestra.
Em algumas, aproveitaram os arranjos originais e o clima da música para transformar coisas poucas, adicionando apenas os elementos da orquestra. Foi o caso de A seta e alvo, que ganhou uma versão roqueira, mas ainda próxima da que Moska costuma tocar em seus shows. Porém, outras receberam roupagem totalmente nova e diferente, o que deu um tom de surpresa ao público que está acostumado a ir em shows do cantor (como a jornalista que vos fala) e impressionou bastante. Foi o que aconteceu com O mundo, por exemplo, que parecia outra música – porém, tão boa quanto a com os arranjos originais.
Foi muito interessante assistir as releituras que a OABC deu às músicas de Moska, tão conhecidas e amadas por seu público. Apesar de ainda manter a essência de cada uma delas – afinal, não tem como diminuir a poesia e a beleza de suas letras -, trouxe originalidade e ainda mais emoção, fazendo tocar fundo em cada pessoa da plateia. O público reagia sempre com muitos aplausos e gritos, deixando claro que estavam adorando a união.
A orquestra
Além de músicas de Paulinho Moska, a orquestra também mostrou ao público do Rio de Janeiro um pouco de seu trabalho. Entre um ato e outro com o cantor, a OABC tocou Libertango, de Astor Piazzolla, que hipnotizou o público com suas notas fortes e dramáticas. Em seguida, foi a vez de “Oblivion”, também do mestre argentino. As duas interpretações deram espaço para cada um dos elementos da orquestra.
Apesar de dar mais ênfase ao violino e ao bandolim, que já de costume puxam a linha melódica, os outros instrumentos também tiveram vez. Portanto, cada um dos músicos pôde mostrar um pouquinho do seu trabalho para as pessoas presentes. Em uma orquestra, o que importa é como todos os instrumentos soam juntos e o trabalho em equipe. Porém, como era a primeira vez que muitos ali estavam conhecendo a OABC, foi uma boa ideia ter cada músico mostrando seu trabalho e sua importância dentro da orquestra.
Contudo, por fim, em uma orquestra o foco é mesmo o trabalho em conjunto e todos trabalharam em perfeita harmonia, deixando um espetáculo conciso e muito tocante.
Final apocalíptico
Um pouco tímidos no começo, com pouca gente cantando junto – talvez pelo ambiente ser uma pouco mais formal do que os dos shows de Paulinho Moska -, a plateia se soltou de vez no bis. Após anunciarem a última música, Moska soprou para os presentes que, se eles pedissem, haveria mais música no Bis. O público inteiro obedeceu e gritou “mais um” assim que orquestra e cantor saíram do palco. Um minuto depois todos estavam de volta para mais três músicas: “Cama da ilusão”, de Zé Renato; “Amor proibido”, de Cartola; e “Brasil pandeiro”, dos Novos Baianos. Dessa vez, a plateia cantou alto e ensaiou passos de dança sentados nas cadeiras do teatro.
Foi um final bonito e empolgante para um show que emociona. E hoje tem mais! Às 19h, no teatro Nelson Rodrigues da Caixa Cultural, a Orquestra À Base de Cordas e Paulinho Moska apresentam o último show desse encontro gostoso. Por ora! Aguardaremos ansiosos pelo anúncio do próximo.
Serviço
ORQUESTRA À BASE DE CORDA & PAULINHO MOSKA
Quando: 21 de dezembro
Horário: 19h
Onde: Teatro Nelson Rodrigues / Caixa Cultural
Endereço: Av. República do Paraguai, 230 – Centro
Ingressos: Você pode comprar na bilheteria ou pelo site da Bilheteria Cultural.
R$ 40 (inteira plateia) / R$ 20 (meia-entrada plateia)
R$ 30 (inteira balcão) / R$ 15 (meia-entrada balcão)
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