O Festival de Cinema Italiano está em sua 18ª edição. Seu objetivo é divulgar e celebrar a cinematografia italiana. Com uma seleção de filmes inéditos dirigidos por alguns dos mais renomados cineastas italianos contemporâneos, com grandes produções e atuações, o festival também apresenta nomes novos na direção e produções independentes.
Presente em 16 estados brasileiros (você pode conferir quais no site do festival), os filmes também estão disponíveis online. É só escolher, no site, a produção que quer assistir e clicar em “Assista ao filme grátis”. Pronto! Simples assim.
Hoje darei três sugestões de filmes, cada um de um gênero diferente, que estão na programação do Festival de Cinema Italiano.
Ainda temos o amanhã (C’è ancora domani)
Sinopse: Em uma Roma pós-guerra dos anos 40, dividida entre o otimismo da libertação e as misérias, vive Delia, uma mulher dedicada ao marido Ivano e mãe de três filhos. Esses são os papéis que a definem e ela está satisfeita com isso. Enquanto seu marido Ivano age como o chefe autoritário da família, Delia encontra consolo em sua amiga Marisa. A família se prepara para o noivado da filha mais velha, Marcella, que vê no casamento uma saída para uma vida melhor. No entanto, a chegada de uma carta misteriosa dá a Delia a coragem para questionar seu destino e de sua família e, talvez, encontrar sua própria liberdade.
O longa, escrito, dirigido e atuado por Paola Cortellesi, é de uma sutileza sem fim. Apesar de tratar de um assunto sério e ter cenas pesadas, que podem ativar gatilhos em quem já presenciou violência doméstica, consegue passar leveza a quem assiste. As cenas de violência, inclusive, são mostradas de forma singular, como danças. Não para minimizar as ações, pelo contrário. E sim para mostrar como as pessoas que sofrem de algo parecido fazem para suportar tais agressões. Lembrando que era uma época em que as mulheres não tinham direito de dizer o que pensavam e ainda eram vistas como posse dos homens. Contudo, prometo, a mensagem é de esperança.
A última noite de Amore (L’ultima notte di Amore)
Sinopse: Franco Amore conta que durante toda a vida procurou ser uma pessoa honesta, um policial que, em 35 anos de honrada carreira, nunca disparou contra um homem. Essas são as palavras que escreveu no discurso que fará no dia seguinte, após sua última noite de serviço. Mas aquela noite será mais longa e difícil do que ele jamais poderia imaginar. E colocará em perigo tudo o que é importante para ele: o trabalho como servidor do Estado, o grande amor por sua esposa Viviana, a amizade com o colega Dino, sua própria vida.
Dirigido por Andrea Di Stefano, o longa tem tudo pra agradar fãs de filmes de ação. Intriga, suspense, cenas de ação, explosão. E um personagem que quer fazer de tudo para melhorar a vida de sua família (esposa e filha que mora longe), mas acaba não dando muito certo. Mas não pensem que tem comédia, não. É ação e intensidade purinhos. Franco Amore, personagem de Pierfrancesco Favino, é o típico herói clássico. Com falhas, porém bom no coração. E que tem uma baita sorte. Contudo, talvez as mulheres não gostem tanto desse filme, já que as personagens femininas estão todas servindo ao protagonista. Mas se quiser relevar esse fato e só curtir um bom filme policial, essa é a escolha.
A última vez que fomos crianças (L’ultima volta volta che siami stati bambini)
Sinopse: Roma, 1943. Quatro crianças, incluindo Italo, filho de um líder fascista, e Riccardo, de uma família judia, formam uma amizade inseparável em meio à guerra. Quando Riccardo é capturado pelos nazistas, seus amigos embarcam em uma missão arriscada para resgatá-lo, viajando por uma Itália devastada. Paralelamente, dois adultos, Agnese e Vittorio, partem em busca das crianças, enfrentando desafios e diferenças pessoais. A jornada revela a inocência da infância contrastando com os horrores da guerra.
Apesar dessa sinopse triste, o gênero desse filme é uma comédia. Como se trata exatamente de crianças, o diretor Claudio Bisio consegue levar humor para um assunto tão pesado, sobre uma época devastadora. Óbvio que também há drama, não há como não ter. Mas a atmosfera que Bisio constrói em suas cenas deixa tudo mais fácil de ser visto. Sensível, engraçado e com crianças cativantes. Mais um que vale a pena assistir.
A programação inteira, assim como os locais onde assistir aos filmes, está no site do Festival de Cinema Italiano. A entrada em todas as cidades é gratuita.
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