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‘Sete Anos em Maio’ e ‘Vaga Carne’ seguem para streaming | Cinema brasileiro

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Sete Anos em Maio adiado

O lançamento de “Vaga Carne” e “Sete Anos em Maio” foi afetado pela crise do coronavírus. Com as salas de cinema fechadas por conta da pandemia, a distribuidora Embaúba Filmes decidiu por uma inversão nas janelas de lançamento. A partir de 14 de maio, “Vaga Carne” e “Sete Anos em Maio” ficam disponíveis para aluguel no site da Embaúba, por preços acessíveis. Contudo, quando os cinemas reabrirem, os dois filmes serão lançados como no plano original: juntos, em sessão única.

Dirigido pela atriz Grace Passô, ao lado de Ricardo Alves Jr, “Vaga Carne” é uma transcriação para as telas da peça teatral homônima. O filme poderá ser visto gratuitamente no site SPCine Play, com disponibilidade de 30 dias, e também estará no site da Embaúba Filmes, para ser alugado por $1,00.

Sete Anos em Maio

Além disso, disponível por $1,00, no site da Embaúba Filmes, estará “Sete Anos em Maio”, de Affonso Uchôa (codiretor de Arábia). A saber, o filme foi selecionado para quase 40 festivais pelo mundo e ganhou prêmios em 13 deles, como o Visions Du Réel (média ou longa mais inovador), Film Madrid, IndieLisboa, Festival do Rio, FestCurtas BH, Janela Internacional de Cinema do Recife e Olhar de Cinema de Curitiba; além de ter feito parte da seleção oficial da Viennale, do festival de Toronto e da 43a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo. O filme foi escolhido ainda o melhor “Curta ou média-metragem” de 2019, segundo a ABRACCINE – Associação Brasileira de Críticos de Cinema.

São dois filmes de extrema relevância no cenário brasileiro atual, mas de circuito restrito, por terem uma duração que não é exibida em circuito comercial de forma usual. O lançamento digital é a oportunidade para assistir os dois premiados médias em casa.

Questão social

A produção aborda a questão social dentro do atual contexto brasileiro, com termos e ideias que rondam as reflexões sobre a nossa sociedade. Afinal, para a diretora: “O filme toca muitas questões e a noção de identidade é uma delas. Nele, o desejo de uma mulher por encontrar suas identificações sociais não é só afirmativo e cheio de certezas, como alguns querem crer. O desejo de nomear-se é o desejo de pertencimento, não é sequer uma escolha e, portanto, o olhar político para si mesma é uma necessidade de sobrevivência: existencial e social”.

As várias linguagens que o texto possibilita é um dos grandes destaques da história. “O movimento de articulação de uma linguagem a outra é o que torna essa construção interessante. O texto da peça também foi publicado, pela editora Javali. Portanto, ‘Vaga Carne’ transita entre três linguagens: a literatura, o teatro e o cinema”, afirma Ricardo Alves Jr.

História do Brasil

Criado como um ensaio sobre as formas do cinema representar um acontecimento trágico, o filme, rodado entre 2017 e 2018, transita entre diferentes abordagens da linguagem cinematográfica. Fala sobre a noite em que Rafael dos Santos Rocha foi torturado pela polícia. A narrativa parte desde o mais claro “documental”, passando pela fabulação e alegoria.

“Nesse processo, o filme conecta a história de Rafael com a história do Brasil, construindo uma ponte entre o particular e o coletivo, contando a história de um jovem de periferia violentado pela polícia como a história de uma multidão”, diz o diretor Affonso Uchôa.

Enfim, o filme busca mostrar como a violência policial contra os jovens negros e pardos de periferia é cotidiana. A história de Rafael é simbólica da atuação da polícia nas periferias, em como vidas são transformadas através da violência desmedida, sem cuidado com as suas consequências.

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

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