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Wisdom of Trauma | Filme traz abordagem de ressignificação da dor

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Wisdom of Trauma

O médico aposentado Gabor Maté entra numa jornada para falar sobre traumas. Wisdom of Trauma busca ressignifcar o sofrimento como algo que acaba por moldar um ser humano. Logo no início ele já fala sobre o aumento de diversas doenças mentais como ansiedade, depressão, TDAH (déficit de atenção), vícios diversos, e outros. “Genuinamente, é uma epidemia”, é o que Gabor diz.

O mecanismo do trauma ganha uma explicação didática e o filme ainda tem como atrativo diversas animações muito belas, estilosas e eficientes, que ilustram depoimentos e acontecimentos. Aliás, a diversidade de histórias impressiona, há coisas realmente assustadoras.

A direção consegue dar um tom interessante ao focar em rostos, close-ups que se aproximam, com uma música suave. É como se trouxesse o espectador para uma humanidade, e não humanidade de ser um humano, mas de perceber o outro, ter afeto. Ao mesmo tempo, contrasta com planos abertos que mostram cenários do planeta Terra.

Vícios distintos ganham abordagem no longa, desde aquele em consumo, até em drogas. São os escapes e fugas da sociedade contemporânea que não sabe lidar com seus sentimentos. Assim, esses vícios encontram morada.

Leituras

Gabor Maté é o protagonista e grande narrador que nos leva nessa jornada. É uma figura com um ar melancólico, porém também acolhedora. Tem algo sombrio e pesado no médico, e ele busca deixar a vida mais leve para os outros. Gabor também é resultado de seus traumas, virou médico por causa deles, e fez esse filme por isso. Ele ainda aproveita para criticar o capitalismo e o materialismo, a partir das soluções farmacêuticas ocidentais para as doenças.

Lembrei de algo que li em algum lugar, sobre a diferença da medicina oriental, para a ocidental. Em muitas medicinas orientais, como a chinesa, o corpo é visto como um todo. Percebe-se o sintoma de outra forma, como se o corpo todo estivesse interligado. E está. Os problemas psicológicos, por exemplo, acabam somatizando no corpo.

Por fim, Wisdom of Trauma é bom como cinema e interessante como estudo. O filme está disponível em https://wisdomoftrauma.com/movie/. Ao clicar no ícone CC é possível escolher a legenda em português ou outras línguas. Vale a pena.

Aliás, se liga no trailer (em inglês):

Em certo momento, em suas buscas, o médico encontra a ayahuasca, um chá que fornece experiências psicodélicas. Essa parte é mais rápida, talvez para não criar tanta polêmica. As ideias de Gabor às vezes parecem colocar todas as escolhas da vida em cima dos traumas. Traz reflexão. É uma abordagem através do acolhimento das dores, aceitação, da compaixão para encontrar a cura. É um viés humanista.

Por outro lado, também lembrei da excelente série Midnight Gospel, da Netflix, que traz diversas teorias espiritualistas e passa por temas importantes de uma forma lúdica e inteligente.

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Cinema

Crítica | Transformers: O Despertar das Feras

Sétimo da franquia é mais do mesmo, mas superior a outros

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transformers o despertar das feras

O início de Transformers O Despertar das Feras (Transformers: Rise of the Beasts) é frenético, com uma boa batalha. Em seguida, conhecemos os protagonistas humanos, que são mais cativantes do que de outros filmes. O rapaz latino Noah Diaz (Anthony Ramos) e seu irmão (Dean Scott Vazquez), o qual serve mais como uma metáfora para o espectador. E a divertida Dominique Fishback, como Elena Wallace.

Nessa primeira parte do filme há algumas boas críticas, como o fato de Elena ser uma estagiária e saber muito mais que sua chefe, porém, sem levar nenhum crédito por isso. Enquanto Noah tem dificuldades de arrumar um emprego. Há aqui uma relevante abordagem sobre periferia (Brooklyn) ao vermos alguns dos desafios da familia de Noah, o que o leva a tomar decisões errôneas. A princípio, é um bom destaque essa caracterização dos personagens, em especial, favorece o fato da história se passar em 1994.

Dessa vez, o diretor é Steven Caple Jr., o qual não tem a mesma capacidade de Michael Bay para explosões loucas e sequências de ação. Steven faz sua primeira participação nesse que é o sétimo filme dos robôs gigantes. Ele era fã de Transformers quando criança e procura mostrar os Maximals (Transformers no estilo animal) de uma maneira autêntica.

Aliás, veja um vídeo de bastidores e siga lendo:

O público alvo do longa é o infanto-juvenil, que pode se empolgar com algumas cenas. Contudo, no geral, o roteiro é um ponto fraco. O Transformer com mais destaque aqui é Mirage, que fornece os instantes mais engraçados da história e faz boa dupla com Noah.

Além disso, as cenas no Peru e a mescla de cultura Inca com os robôs alienígenas é válida, com alguma criatividade e algumas sequências tipo Indiana Jones. Há muitas cenas em Machu Picchu e na região peruana que são belíssimas e utilizam bem aquele cenário maravilhoso. Vemos, por exemplo, o famoso festival Inti Raymi em Cusco, antiga capital do Império Inca, o qual o longa usa com alguma inteligência. Pessoalmente, essas partes me trouxeram lembranças pelo fato de que já mochilei por lá (veja abaixo), então aqui o filme ganhou em em relevância pra mim.

O longa se baseia na temporada Beast Wars da animação e traz o vilão Unicron, um Terrorcon capaz de destruir planetas inteiros. Na cabine de imprensa, vimos a versão dublada, a qual ajuda a inserir no contexto dos anos 90 com gírias da época.

Por fim, dentre os filmes dessa franquia que pude ver, esse sétimo está entre os melhores, apesar de ser somente regular, e conta com momentos divertidos. Além disso, a cena pós-crédito (só há uma) promete um crossover com muita nostalgia, Transformers: O Despertar das Feras chega aos cinemas de todo o país na próxima quinta-feira, 8 de junho.

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