O nigeriano Bàbálórìsà Adesiná Síkírù Sàlámì, mais conhecido como Prof. King, é a figura central do documentário Exu e o Universo, de Thiago Zanato, que teve sua première mundial na última sexta-feira (14/10), às 17h, na Estação Net Gávea, como parte da programação do Festival do Rio, em sessão apenas para convidados. O Vivente Andante esteve lá.
Produzido ao longo de 5 anos, o filme foca no Prof King, um nigeriano que imigrou para o Brasil nos anos 80, e se destacou como intelectual e estudioso. Exu e o Universo mostra a luta de King para valorizar a cultura iorubá no Brasil e no mundo e tirar a demonização em cima do termo Exu.
Aliás, ouça abaixo a conversa que tivemos com Nasi, que produziu e participou do roteiro, e Baba Julio, sobre o filme:
O longa ainda mostra o desenvolvimento de outro projeto importante do nigeriano King: um dicionário Iorubá, no qual as palavras sagradas Iorubá são devidamente traduzidas e seu real significado é revelado – palavras como “È?ù”.
O filme passa por Brasil, Nigéria e Europa, e desconstrói pré-conceitos sobre as culturas e religiões de matrizes africanas. As imagens feitas na Eslovênia, por exemplo, impressionam, mas não mais do que as da Nigéria, país que é o berço Iorubá.
O documentário tem muito de sua força nas imagens de rituais ao redor do mundo e nas falas contundentes do Prof King e outros negros. Além disso, a edição de Danilo Santos é excelente. Por outro lado, a trilha sonora fornece um tom de filme de terror, principalmente no início.
Exu e o Universo venceu o prêmio de melhor documentário no Festival do Rio 2022.