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Marjorie Estiano em cena de "Angela Diniz: Assassinada e Condenada"- Divulgação Conspiração Filmes
Cinema e StreamingCrítica

Crítica:’Ângela Diniz: Assassinada e Condenada’ se demonstra mais importante do que nunca

Por
André Quental Sanchez
Última Atualização 12 de dezembro de 2025
6 Min Leitura
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Marjorie Estiano em cena de "Angela Diniz: Assassinada e Condenada"- Divulgação Conspiração Filmes
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Dirigido por Andrucha Waddington, Ângela Diniz: Assassinada e Condenada chega com 49 anos de atraso, mas sua importância nunca foi tão gritante.

Nas últimas semanas, o Brasil viu um crescimento alarmante dos casos de feminicídio. A situação chegou ao ponto de provocar, no último domingo, uma grande manifestação organizada pelo coletivo Levante Mulheres Vivas, que reuniu mais de 10 mil pessoas na Avenida Paulista, em São Paulo, além de atos em 23 estados e no Distrito Federal. Tudo isso como resposta a um crime que já ultrapassa a marca de mil vítimas apenas neste ano e que exige reflexão urgente. Nomes recentes como Tainara Souza Santos, Isabele Gomes de Macedo e Evelin de Souza Saraiva, entre tantas outras, somam-se a uma lista que cresce diariamente. E, voltando algumas décadas no tempo, impossível não lembrar de Ângela Diniz.

Encerrando hoje sua exibição, Ângela Diniz: Assassinada e Condenada revisita um dos casos mais brutais de feminicídio do país. A série expõe sua alegria, suas questões particulares, suas lutas internas e externas, o seu brilho, e demonstra como, mesmo após sua morte, Ângela foi tratada como ré, julgada e condenada, somente por ser uma mulher livre, dona de si, em uma década de 1970 que, infelizmente, não parece tão distante assim. Um período, como o atual, em que um homem mata uma mulher simplesmente porque ela quer terminar um relacionamento.

Marjorie Estiano em cena de "Angela Diniz: Assassinada e Condenada"- Divulgação Conspiração Filmes

Marjorie Estiano em cena de “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”- Divulgação Conspiração Filmes

Marjorie Estiano entrega uma performance luminosa, transformando Ângela em presença, potência e contradição, sendo retratada com respeito e profundidade, reconhecendo seus erros, mas jamais apagando sua força, seu brilho e sua vontade de viver, fazendo a audiência degustar e curtir com Ângela em todos os seus momentos de alegria, e sentindo junto nos momentos de tristeza, raiva, e ao final, silêncio.

Vistos os seis episódios, fica claro que Ângela Diniz: Assassinada e Condenada é muito mais do que uma série de época. Sua narrativa poderia ser transportada para os dias atuais com pouquíssimas alterações, afinal, ainda existem muitos “Docas Streets” no país, muitos deles amparados por um sistema legislativo que, apesar de avanços, segue falhando com as mulheres.

O cuidado técnico da série é evidente no figurino, na fotografia, nos planos que envolve o mar, e na paleta de cores, que dá vida a um Rio de Janeiro vibrante, em contraste direto com a frieza que representa Minas Gerais, enquanto a trilha sonora, nacional e internacional, funciona quase como um personagem, ampliando tanto as cenas de calor e desejo quanto as sequências de tensão.

A direção investe em detalhes marcantes: iluminação de festa, movimentos de câmera sutis, planos-sequência grandiosos, como a virada de ano, e o uso do extra campo para o assassinato em si, deixando o silêncio assumir o peso da violência. É um trabalho cuidadosamente construído, ainda que o roteiro apresente problemas: algumas “barrigas”, certos personagens secundários pouco desenvolvidos e algumas liberdades criativas. Ainda assim, a narrativa se sustenta especialmente por se aproximar de um docuficção, e um fiel retrato da vida de Ângela, que se baseou no podcast Praia dos Ossos, realizado pela Rádio Novelo.

Marjorie Estiano em cena de "Ângela Diniz- Assassinada e Condenada"- Divulgação Festival do Rio

Marjorie Estiano em cena de “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”- Divulgação Conspiração Filmes

Essa relação com o podcast se torna ainda mais evidente no último episódio, dedicado ao julgamento de Doca Street. Nele, assistimos passo a passo ao espetáculo grotesco que ecoa até hoje, um lembrete do quanto ainda precisamos evoluir como sociedade. Se na época o lema era “Quem ama, não mata”, hoje o grito é ainda mais direto: “Parem de nos matar”.

Podemos discutir a idealização de Ângela em alguns momentos, a falta de força de personagens secundários ou a possibilidade de uma narrativa mais enxuta, porém, nada disso enfraquece o essencial: enquanto mulheres continuarem sendo assassinadas simplesmente por existirem, Ângela Diniz: Assassinada e Condenada seguirá indispensável.

Os seis episódios de Ângela Diniz: Assassinada e Condenada estão disponíveis na HBO Max.

Outros textos sobre Ângela Diniz: Assassinada e Condenada

  • Primeira Impressão Festival do Rio: ‘Ângela Diniz: Assassinada e Condenada’ é retrato de uma mulher livre
  • Com atraso de 49 anos, ‘Ângela Diniz: Assassinada e Condenada’ traz nova visão para o caso

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Tags:andrucha waddingtonAngela Dinizangela diniz assassinada e condenadaCinemacinema brasileirocinema nacionalcriticaCritica Angela Diniz Assassinada e CondenadaHBO MaxLevante Mulheres Vivasmarjorie estiano
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