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Cinema

O Presidente Improvável | Documentário traz Fernando Henrique Cardoso por ele mesmo

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crítica o presidente improvável resenha

Entre todas as figuras folclóricas da política brasileira desde a morte de Getúlio Vargas, Fernando Henrique Cardoso se destaca por ser um intelectual. Formado em Ciências Sociais pela USP, o carioca foi senador, ministro de Relações Exteriores, ministro da Fazenda e presidente da República entre 1995 e 2003. O documentário O Presidente Improvável, de Belisario Franca, traz um retrato da carreira de FHC contado, de certa forma, por ele mesmo.

A princípio, enquanto conversa com figuras marcantes que o acompanharam durante sua carreira política, Fernando Henrique passeia pelos momentos mais relevantes da política brasileira, trazendo reflexões e comentários de quem viveu na pele os bastidores desse mecanismo.

Em um primeiro momento, a troca constante de convidados em tela gera uma confusão ao espectador sobre por onde o filme escolhe começar, mas logo o roteiro se ajeita para seguir uma narrativa linear. A edição se alterna entre imagens de arquivo dos eventos citados e planos do ex-presidente com suas companhias, gerando um ritmo interessante e cativante ao longa.

Chile

Começando com o exílio para o Chile, FHC faz reflexões sobre América Latina e a unidade entre os países estabelecida a partir de um trauma político em comum. No Brasil, por ser o único país do bloco a não falar espanhol, essa unidade é deturpada, e o filme aborda o assunto por bastante tempo em um de seus momentos mais interessantes.

Em seguida, ao longo do filme, FHC continua detalhando os seus anos como senador, candidato a prefeito de São Paulo, Ministro da Fazenda e Presidente da República e contando sobre as particularidades de cada período e de personagens importantes como Ulysses Guimarães. 

Uma figura bastante citada é o também ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A forma como o filme conta a relação dos dois evidencia uma intrigante linha tênue entre a amizade particular e o antagonismo político. Levando em conta a sua presença na narrativa, a não aparição do petista para uma conversa com Fernando Henrique Cardoso faz falta no produto final.

O Presidente Improvável mostra uma faceta mais íntima de um dos presidentes mais marcantes da história recente do Brasil. Aliás, é um filme bastante educativo e que traz reflexões bastante pertinentes sobre o passado e o futuro.  

Afinal, o documentário tem estreia marcada para o dia 31 de março.

Por fim, veja o trailer:

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Cinema

‘A Filha do Rei do Pântano’ tem fotografia eficiente em um suspense que começa bem

Daisy Ridley estrela

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crítica A Filha do Rei do Pântano da Diamond Films

“A Filha do Rei do Pântano” (The Marsh King’s Daughter), dirigido por Neil Burger e estrelado por Daisy Ridley (da última trilogia Star Wars) e Ben Mendelsohn, chega aos cinemas com grandes expectativas, especialmente devido ao seu elenco e à adaptação do best-seller homônimo de Karen Dionne. O filme começa prometendo oferecer uma experiência envolvente e sombria, mas, infelizmente, não consegue cumprir todas as suas promessas.

A princípio, o início, com a infância de Helena e sua relação com o pai é uma das primeiras coisas que se destacam em “A Filha do Rei do Pântano”. Cheguei a lembrar um pouco do bom “Um Lugar Bem Longe Daqui“, por ter essa questão familiar e uma jovem menina na natureza. Ambos são baseados em livros de sucesso. Contudo, enquanto “Um Lugar Bem Longe Daqui” oferece um roteiro bem amarrado que prende até o fim, com boas viradas, “A Filha do Rei do Pântano” vai se perdendo aos poucos, com alguns furos sem explicação como o que aconteceu com o trabalho da protagonista e os cúmplices do Rei do Pântano.

Aliás, veja o trailer de “A Filha do Rei do Pântano” em seguida, e continue lendo:

Entretanto, a fotografia de Alwin H. Küchler é uma virtude. As cenas noturnas são especialmente cativantes, capturando a atmosfera sombria e opressiva do pântano de forma impressionante. A paleta de cores utilizada ressalta a sensação de isolamento e perigo que permeia a trama, proporcionando um cenário visualmente impactante que contribui muito para o clima do filme. A cena onde Helena flutura num lago, e só vemos seu rosto, é linda. Assim como aquela que abre a película.

No entanto, apesar da beleza da cinematografia, as falhas e furos do roteiro prejudicam a narrativa. A premissa de uma mulher que precisa enfrentar seu passado sombrio para proteger sua filha é clássica, mas a execução deixa a desejar em vários momentos. A falta de desenvolvimento de certos personagens e subtramas deixa o espectador com perguntas não respondidas e cria um vazio na história que poderia ter sido melhor explorado.

Outro ponto que deixa a desejar é o final previsível. Desde o início, o destino de Helena (Daisy Ridley) parece traçado de forma óbvia, o que tira um pouco do impacto emocional que o filme poderia ter alcançado. A ausência de reviravoltas surpreendentes ou momentos verdadeiramente chocantes contribui para que a trama se torne previsível e, em última análise, menos satisfatória.

Daisy Ridley entrega uma atuação convincente como Helena, mas nada genial. Ben Mendelsohn está bem como o sinistro Rei do Pântano, principalmente no começo do filme. Além disso, a fofa Joey Carson como Marigold Pelletier cativa.

Em resumo, “A Filha do Rei do Pântano” é um filme que brilha em sua cinematografia, mas que peca em seu roteiro e na falta de surpresas em sua narrativa. Para os fãs do gênero suspense, pode valer a pena conferir pela atmosfera e a boa primeira metade, mas é importante se preparar para algumas decepções ao longo do caminho. O começo é bom, mas o final deixa um gosto amargo.

Por fim, o suspense de Neil Burger estrelado por Daisy Ridley e Ben Mendelsohn estreia nos cinemas em 28 de setembro.

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