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Cinema

Crítica | ‘Trilha Sonora da Cidade’ traz a arte de rua nas veias da esfinge urbana

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Trilha Sonora da Cidade

Trilha Sonora da Cidade é um documentário musical ou um musical documentário? O filme é arte. De rua. Nas veias da maior cidade do Brasil: São Paulo.

Elzo Henschell é o personagem que surge logo no início comparando notas musicais com as cores. Um artista filosofando sobre sua arte. Em seguida, a forma como acontece o raccord, a transição, é animadora, e, assim, vemos a banda Teko Porã falando sobre suas viagens diárias entre idas e vindas com os seguranças do sistema metroviário paulista.

Na selva de concreto tem também O Grande Grupo Viajante. A Avenida Paulista é um enorme palco para uma infinidade de músicos de rua.

Enquanto os carros passam, o som reverbera, pesca alguns e pinga em outros.

Por detrás da moeda

Trilha Sonora da Cidade me lembrou um outro documentário que vi, na cobertura do Festival Internacional de Cinema do Porto (Fantasporto) o qual procura abordar o mesmo tema: Por Detrás da Moeda. Porém, a obra de Edu e Gab Felistoque é mais abrangente, até porque a riqueza cultural e musical do Brasil é inegavelmente superior. Eles dirigem o filme com uma sensibilidade contumaz.

Aliás, palmas para a fotografia de William Prado e o som direto e mixagem de Marcos Ventura. Além disso, tem algo que o ator e músico Lamppi comenta que devo destacar. Ele viveu três anos na Europa e diz que lá os transeuntes colocam a moeda no chapéu e seguem, enquanto no Brasil, geralmente, não contribuem tanto financeiramente, porém, param e escutam. O que importa mais? Sua fala comparando as ruas com as sala de poltronas aveludadas é uma das melhores do filme.

Uma coisa fica óbvia e é gritante no discurso de quase todos: a questão da diferença da energia das ruas e dos palcos. O uso da câmera lenta fortalece a “criação” dos personagens em momentos pontuais. Os ângulos e enquadramentos são belos e criativamente eficientes com uma edição redonda que facilita a forma como as histórias transcorrem por entre as instabilidades e diferentes vibrações dos asfaltos.

Afinal, Trilha Sonora da Cidade é um retrato de uma São Paulo artística, de uma urbanidade mágica, de música em baldes.

Viva a rua.

Ah, o filme estreia no dia 25 de novembro, às 20h, na plataforma do In Edit Brasil, por apenas R$ 3,00, e debate prévio com os diretores às 19h.

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Cinema

Critica | A Primeira Comunhão

Filme do diretor espanhol Victor Garcia tem distribuição da Paris Filmes e está nos cinemas

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critica a primeira comunhão

O terror que entrega mais atuação do que enredo

A Primeira Comunhão, filme do diretor espanhol Victor Garcia, conhecido pelo premiado filme De Volta a Casa Da Colina (2007), traz a história de Sara, uma adolescente simples e com dificuldades para fazer amizades na nova cidade. Após mudar com sua familia para o interior da Espanha, Sara conhece Rebeca, uma adolescente rebelde e mal falada na cidade que em determinada noite leva Sara para uma balada um pouco distante de sua casa.

Porém, na volta, as duas se arriscam ao pedir carona para o traficante da cidade. No trajeto Sara avista uma menina vestida de branco com uma boneca de primeira comunhão na mão. Após Chivo parar o carro assustado, Sara desce a procura da menina, Rebe a repreende e pede para que volte para o carro e em seguida a personagem principal encontra a fatídica boneca. Rebeca e Chivo, que já conheciam sobre uma antiga lenda da cidade acerca da garota e da boneca, a chamam de volta para o carro, mas Sara leva a boneca consigo. Dessa forma, a partir daquele momento, todo o grupo é amaldiçoado pela boneca e por Marisol (a dona da boneca).

Pontos positivos

Um dos maiores pontos positivos do filme é a capacidade do elenco de entregar ótimas atuações, dando ênfase a Aina Quiñones, que interpreta Rebeca. Em seu show particular, Aina entrega tudo que se espera de um filme como esse: medo e aflição. Uma das cenas que envolve o pai de Rebeca é digna de prêmios, um pai que só maltrata a filha e a trata do modo visto no filme, ao ver a filha em possessão se desespera ao ponto de arrombar uma porta e trazer emoção pura a cena.

Já o ponto alto se mostra já pelo final, em uma cena em um poço. A atuação de Carla Campra é simples, mas no momento dessa sequência se faz importante e mostra como a simplicidade pode agregar muito a uma obra. Vale ressaltar sobre a atuação de Carla no momento do acidente de Chivo, onde a mesma entrega emoção e desespero, um momento que com certeza é marcante ao mostrá-la como indefesa diante de toda situação.

Aliás, veja o trailer de A Primeira Comunhão, e siga lendo:

Afinal, A Primeira Comunhão traz um terror genérico, mas com boas atuações e cenas de suspense. Sente-se a falta da trilha que leva o publico a estar mais concentrado no filme e até mesmo a se sentir mais imerso naquela realidade. A obra aborda temas que a indústria espanhola vem utilizando cada dia mais como a amizade e o romance adolescente. Um ponto que pode incomodar aos românticos de plantão é o fato de Sara e Pedro não se aprofundarem em sua relação e nem mesmo terem tantas cenas românticas do único casal abordado no filme.

No geral o filme é bastante conveniente para aqueles que curtem um terror básico, mas que ainda sim entregue o suspense digno de filmes do segmento. Algumas cenas como o terror familiar de Rebeca podem vir a gerar gatilhos a quem passa ou já passou por situações parecidas. mas sem dúvidas é um tema importante a ser abordado.

A Primeira Comunhão (The Communion Girl), com distribuição da A Paris Filmes, está nos cinemas brasileiros.

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