Ele fala sobre como o Brasil vive entre a lama e o caos. Sendo a lama também uma riqueza. Carlos Posada é um cantor, compositor e músico de origem sueca, mas vivência brasileira. Criado em Pernambuco e radicado na cidade do Rio de Janeiro (RJ), viaja pela MPB, o rock e o indie. Inclusive, já teve músicas gravadas por Lenine, Ana Cañas e Duda Brack, fez parte da banda O Clã e acredita que a cultura e a arte tem o poder de mudar perspectivas.
“Tem uma hora que você está tocando e fala ‘cara, o que estou fazendo aqui?’ cantando minhas paradas”, me disse Posada.
Aliás, no dia em que gravamos essa entrevista, uma chuva torrencial caiu no Rio de Janeiro. Porém, não impediu os amantes de música de comparecem ao Pub Panqss, em Botafogo, para o show de Posada, Gui Fleming e Agatha.
“Eu sou muito tímido e ao mesmo tempo o lugar que eu me sinto mais feliz, mais tranquilo é quando estou tocando… Se me deixar na passagem de som eu fico direto, amarradão, até a hora de tocar. É o lugar que faz mais sentido.”, afirmou, sorrindo, o músico.
As ruas alagadas foram secando vagarosamente, enquanto os espectadores chegavam aos poucos e subiam para o segundo andar do pub, ávidos por música de qualidade. Posada não decepcionou, sentou-se com o violão e tocou suas composições com simpatia e descontração.
Mantra
“O retorno das pessoas, e sei lá, depois que as pessoas começam a mandar mensagem para você toda hora do dia, ‘tô aqui’. Tem gente que já casou com minha música… Liga um cara lá do Ceará e fala ‘caraca, velho, me amarro na sua música’. É uma alegria muito grande. E aí você vai vendo assim que, tipo, a música não deixa de ser um mantra. Você faz uma música que as pessoas gostam de cantar e de repetir, ela se transforma num mantra.”, falou Posada.
Entendi melhor essa resposta de Posada ao lembrar do momento em que tocou “Retalhos”. O público todo parecia ter um sorrisinho de satisfação, como um emblema de união em prol da canção, ao mesmo tempo em que cantavam baixinho, como um mantra.
Posada ainda falou sobre a onda de pessimismo que veio nos últimos tempos: “Acho que quando virou 2020, acho que meio que rolou uma coisa de um inconsciente coletivo de não, cara, vamos botar o astral lá para cima, porque não dá mais, a gente já foi pra um… não tem como… a gente entrar… é tipo é daí para se matar! Não tem como, é daí para ser idiota, para dar cartaz, bater palma para doido dançar, e eu estou sentindo que realmente está todo mundo realmente tentando sair dessa bad e está funcionando, a gente tem tudo para sair dessa bad“.
Abordamos vários temas, como Nação Zumbi, cultura, arte. Para a entrevista completa é só dar o play:
Créditos do podcast:
// Apresentação, produção e roteiro: Alvaro Tallarico // Edição: Fachal Júnior // Siga @viventeandante no Instagram e no Twitter // No Facebook: facebook.com/viventeandante // E visite www.viventeandante.com