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Crítica

A Indústria da Cura | Série mostra medicinas alternativas e desconfiança

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A Indústria da Cura. Leia a crítica.

A Indústria da Cura. A nova série da Netflix chega em um momento onde estamos tentando fabricar uma vacina para a pandemia do Covid-19, e com muitos medicamentos sendo validados por pessoas que não são médicos e nem estudaram para isso. Sua discussão vai girar em torno de tratamentos alternativos que vão desde óleo e jejum, até a ayahuasca. Inclusive, tentando alegar que podem ser esquemas milionários, porém se isentam colocando no começo que o documentário é apenas para fins de entretenimento. Aliás, fiquei intrigado em como isso seria feito, já que fica em cima do muro enquanto documentário real e apenas para entretenimento, precisamos ver com responsabilidade.

Vi o primeiro episódio, que é sobre óleos essenciais, que fica na linha entre um possível efeito placebo perante os óleos, algo que se torna uma ideologia para as pessoas que acreditam ou uma realidade comprovada de forma científica. Em 20 minutos assistidos eu já estava procurando sobre os óleos e se eles teriam comprovação. A princípio não achei algo que comprove cientificamente. Enquanto isso o “DR. Z” falando dos óleos como se fosse uma espécie de religião, e consequentemente ganhando muito dinheiro com algo que não tem comprovação e pode apenas enganar pessoas, isso é muito cruel.

PNL e gatilhos mentais

Como estudante de marketing , eu sei exatamente os gatilhos mentais e a PNL que as pessoas usam e como elas podem te fazer sentir o que elas querem que você sinta. E também como vender algo manipulando esses sentimentos é feito normalmente de forma sutil, mas não no marketing multinível, não aqui. Existem várias empresas que utilizam isso de uma forma totalmente pastoral, ou como eles disseram no próprio episódio, usam um showman para puxar as pessoas a algo que vira muito mais que apenas um cliente, mas um divulgador, vendedor e que usa do que está vendendo para se tornar um modo de vida.

Acredito que a série cumpriu o seu propósito quando eu abri uma outra aba para procurar sobre. Ou seja, é bom que gera dúvida para que você pesquise mais, ou realmente procure um médico ou alguém que estuda aquilo. Sempre me faz pensar que é o melhor caminho e o que devemos propor e procurar alguém que realmente é especializado no assunto que queremos saber. Afinal, a série mostra para as pessoas que elas não devem confiar sempre na primeira impressão e às vezes nem nas primeiras palavras, desconfie SEMPRE!

A série tem seis episódios, bem curtinha e se você se interessa por algum tipo de medicina alternativa deveria ver esse documentário, pode ser bem interessante.

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8 Comentários

8 Comments

  1. Nick Ikite

    13 de agosto de 2020 at 10:51

    Olá Sergio Menezes, achei bacana a sua crítica sobre o documentário.
    Vi que você também escreveu que em 20 minutos do primeiro epsódio, você foi buscar sobre os Óleos Essenciais e suas comprovações.
    Bem uma dica super importante, busque em sites que tenham credibilidade e pesquisas, como o do Robert Tisserand, que é conhecido como o pai da Aromaterapia atual.
    Leia o livro dele “Essential Oil Safety”…
    É lógico que tem coisas que foram faladas que estão totalmente erradas, uma delas é sobre a ingestão dos óleos essencias, quando se estuda a fundo as propriedades de cada óleo, fica claro que NUNCA deve ser ingerido.
    E o que deixaram de falar é que existem Óleos Essenciais que são CONTRAINDICADOS.
    E sim, infelizmente essas duas empresas que foram faladas, só querem lucram.
    E como você disse: “é bom que gera dúvida para que você pesquise mais”.
    Quando buscamos, estudamos, pesquisamos e aprendemos, fica dificil ser enganados.
    Mesmo se tratando de um esquema de pirâmide e marketing multinível.

    Que Deus abeçoe seu dia.
    E fique na paz.

    • Sérgio Menezes

      15 de agosto de 2020 at 06:39

      Obrigado pelo seu comentário Nick, adorei a dica e com certeza vou buscar mais sobre. um abraço.

    • Sergio Menezes

      15 de agosto de 2020 at 06:40

      Obrigado pelo seu comentário Nick, adorei a dica e com certeza vou buscar mais sobre. um abraço.

    • Michele

      16 de agosto de 2020 at 19:49

      Voce disse que NUNCA se deve ingerir um óleo essencial? Como assim? Voce acha mesmo que se isso fosse vdd a Anvisa no Brasil, ja nao teria proibido a doTERRA por exemplo a parar de propagar a revenda? Voce acha mesmo que ja nao a teriam dencunciado laaa em 2018 qdo ela comecou no Brasil? é preciso muito estudo sim. Por isso que estou focada em conhecimento do assunto, mas dai falar algo que nao sei é demais.

      • Patricia

        21 de agosto de 2020 at 08:36

        Os óleos essenciais são considerados cosméticos no Brasil, essa é a categoria que ele ocupa junto a Anvisa. E se você observar os rótulos em que são vendidos, existe a frase: uso externo. Na indústria alimentícia ele pode ser usado e existem regulamentação específica, são usados como saborizantes em inúmeros produtos, de forma muito diluída e em proporções seguras para o consumo, o que essa empresa faz é recomendar a ingestão de forma irresponsável e por pessoas não capacitadas. Nunca comprei óleos Doterra, quando percebi o que está por trás do produto, minha ética e principalmente a minha preocupação com o uso banalizado dos óleos essenciais me preocupou e me preocupa muito. Acho importante o acesso de mais pessoas aos óleos essenciais mas dessa forma como está ocorrendo só prejudica a credibilidade conquistada por inumeros estudos científicos que comprovam os benefícios dos óleos essenciais e trabalho de profissionais sérios e especializados na aromaterapia. Fiquei feliz com a conscientização que o o episódio proporcionou com relação as empresas de marketing multinível, e precisamos pensar nos óleos essenciais como um tratamento sério e que necessita de orientação especializada.

    • Thais

      28 de setembro de 2020 at 14:54

      Desculpe me intrometer, com todo o respeito, mas se vc estudar aromaterapia verá q existem 2 grandes escolas, a francesa e a inglesa. A inglesa é adepta ao uso dos óleos essenciais aromaticamente e topicamente. Já a francesa inclui o uso interno. Existem várias literaturas a respeito. O uso interno pode ser feito sim, porém, é mto importante a indicação por pessoas com real conhecimento e tb a escolha de óleos de bom procedimento. Oq acontece é q c essas empresas de marketing multinível estão se multiplicando consultoras sem conhecimento algum. Como podem indicarem protocolos sem ao menos estudarem sobre os óleos essenciais? No final estão banalizando a aromaterapia.

  2. Mariana Puga

    17 de agosto de 2020 at 16:22

    Os óleos essenciais são maravilhosos, sou aromaterapeuta e o estudo a respeito não para nunca. Achei o documentario bem completo. Infelizmente temos hoje esse problema com essas 2 empresas irresponsaveis no momento, mas isso nao tira a eficacia dos óleos quando usados com responsabilidade. Na França a ingestão é feita e isso quem recomenda é o médico e não vendedor de óleo que nem deve ter passado perto de uma aula de farmacologia pra início.
    A doTerra só não foi detida ainda porque não teve interesse da Anvisa, pois registraram os produtos no Brasil burlando as leis e aproveitando brechas. Colocou o registro como produto alimenticio e nao produto estetico como se deveria, pois assim a lei brasileira exige. E quando questionados muitos vendedores dizem que a empresa nao menciona a ingestao e outros ja dizem que sim, ou seja, nao é tao aberto assim. Mas nenhum esquema de piramide sobrevive para sempre, infelizmente ate la muitos serao lesados.
    Artigos cientificos estao sendo publicados da eficacia dos oleos, a guerra nao é mais se funcionam, mas em como devem ser usados com segurança. Porque muitos tratam como milagre, como magico e nao tem nada a ver.
    A Abraroma se posicionou a respeito da ingestao. Ja foi registrada morte por ingestao no Brasil. Mas aqui ainda a Aromaterapia é um bebe recem nascido e falta regulamentar.
    https://aromaterapia.org.br/ingestao-de-oleos-essenciais-posicionamento-da-abraroma/

  3. Gisele

    17 de agosto de 2020 at 18:04

    O problema do nosso povo é não saber passar as informações e quem recebe a informação não sabe interpretar. Tanto os medicamentos farmacêuticos como qualquer outra coisa que ingerirmos em excesso, sem saber das suas contraindicações… sem prestarmos atenção que cada indivíduo é um ser único com sua bioquímica individual, PODE ser tóxico.
    E o estudo dos óleos essenciais vão muito além da aromaterapia. Indico também os vários estudos científicos que existem nos buscadores de confiança como SCIELO,… e pesquise também sobre aromatologia e aromacologia.

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Cinema

Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas, com Cida Bento e Daniel Munduruku | Assista aqui

Veja o filme que aborda ações afirmativas e o racismo na ciência num diálogo contundente

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Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku

Na última quinta-feira (23), fomos convidados para o evento de lançamento do curta-metragem Nenhum saber para trás: os perigos das epistemologias únicas | com Cida Bento e Daniel Munduruku. Aconteceu no Museu da República, no Rio de Janeiro.

Após a exibição um relevante debate ocorreu. Com mediação de Thales Vieira, estiveram presentes Raika Moisés, gestora de divulgação científica do Instituto Serrapilheira; Luiz Augusto Campos, professor de Sociologia da UERJ e Carol Canegal, coordenadora de pesquisas no Observatório da Branquitude. Ynaê Lopes dos Santos e outros que estavam na plateia também acrescentaram reflexões sobre epistemicídio.

Futura série?

O filme é belo e necessário e mereceria virar uma série. A direção de Fábio Gregório é sensível, cria uma aura de terror, utilizando o cenário, e ao mesmo tempo de força, pelos personagens que se encontram e são iluminados como verdadeiros baluartes de um saber ancestral. Além disso, a direção de fotografia de Yago Nauan favorece a imponência daqueles sábios.

O roteiro de Aline Vieira, com argumento de Thales Vieira, é o fio condutor para os protagonistas brilharem. Cida Bento e Daniel Munduruku, uma mulher negra e um homem indígena, dialogam sobre o não-pertencimento naquele lugar, o prédio da São Francisco, Faculdade de Direito da USP. Um lugar opressor para negros, pobres e indígenas.

Jacinta

As falas de ambos são cheias de sabedoria e realidade, e é tudo verdade. Jacinta Maria de Santana, mulher negra que teve seu corpo embalsamado, exposto como curiosidade científica e usado em trotes estudantis no Largo São Francisco, é um dos exemplos citados. Obra de Amâncio de Carvalho, responsável por colocar o corpo ali e que é nome de rua e de uma sala na USP.

Aliás, esse filme vem de uma nova geração de conteúdo audiovisual voltado para um combate antirracista. É o tipo de trabalho para ser mostrado em escolas, como, por exemplo, o filme Rio, Negro.

Por fim, a parceria entre Alma Preta e o Observatório da Branquitude resultaram em uma obra pontual para o entendimento e a mudança da cultura brasileira.

Em seguida, assista Nenhum saber para trás:

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Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho | Crítica (viventeandante.com)

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