A estação do recolhimento vai dando adeus, trazendo boas novas: dias de flores virão. Contudo, para uma boa primavera, é preciso perguntar: como você irrigou sua árvore e cuidou de suas folhas? Cuidou de si? Acolheu-se, procurou se entender, olhou para o que incomodava? Aliás, praticou a auto-responsabilidade ao observar o caos do qual reclama?
No meio de uma pandemia, é mais fácil ainda sermos dominados pelo caos – externo e interno.
Essa foto é do outono/inverno. No papel, meus planos a médio prazo com o título “Plenitude“. A Begônia Rex foi minha primeira planta e me apaixonei de cara, justamente porque tinham as duas cores do chakra cardíaco, que estava e ainda estou trabalhando.
Não adianta desejar a exuberância das flores e o sabor das boas frutas se não soube cultivar os frutos. A natureza ensina: é preciso semear, para fazer germinar. A primavera é isso.
Último dia de inverno
Inverno exige paciência. Não sei por aí, mas por aqui o processo foi bem difícil. Deparei-me com diversas sombras, algumas inclusive que nem conhecia. Teve/tem muito choro, muita piração. Foi bom, mas não foi bonito. Nem suave. Não podemos romantizar o crescimento/desenvolvimento – geralmente dói e vem com bruscos saltos.
O recolhimento é muito mais difícil. Mas tem sua beleza também, pode apostar. Assim como os dias de sol não são eternos, a tristeza e a constatação de uma dor também não o são. Só é possível semear novos frutos quando percebemos o que queremos e, pra isso, muitas vezes é necessário o recolhimento, o silêncio, a interiorização, colocar o espelho na nossa frente e saber fazer as perguntas certas.
O que você quer saber? O que deseja curar? Quem deseja ser? Tem a coragem necessária para se perguntar? Tem a força pra caminhar por onde deseja ir e tornar-se o que almeja?
É preciso recolher-se e juntar forças. Por isso o inverno.
A natureza é muito sábia. Saímos da cisão humanos/natureza e vemos os ciclos, o quebra-cabeça se completa mais rápido. Está tudo bem interiorizar, olhar fundo pra dentro.
Acolha o seu sentir.
Ciclos, consciência e desenvolvimento.
Em tempo: quatro planos foram concretizados, um ruiu, outro não reverbera mais em mim, três ainda em processo/necessidade de ação.
A begônia morreu e algumas partes de mim, também. Não pense duas vezes quando for investir em si mesmo/a.
Seguimos buscando a plenitude.
Amanhã é dia de flores.