“Ao Futuro Espectador” é um documentário sobre cinema. Contudo, tem um viés bem específico. Tem como base uma entrevista com Hilda Azevedo, fundadora do Cineduc e secretária da Central Católica de Cinema. Ela criou o prêmio Margarida de Prata da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A realização do filme ficou por conta de Daniel Paes, Guga Bruno, Janaina Silva, Júlia Machado, Miguel Pereira e Sheila Silva, com apoio da própria Cineduc e da universidade PUC-Rio.
A obra, de quase vinte minutos, tem como grande mérito captar o amor de Hilda Azevedo pelo cinema. Isso já é bem louvável, juntamente com seus depoimentos sobre o início da sétima arte no Brasil. Que beleza saber das longas sessões que acompanhava ainda criança e a vontade de ler tudo que conseguia sobre cinema. Certamente, a fala dela com relação a importância da leitura e o estudo do assunto enaltece o valor da crítica de cinema. Além disso, o processo de formação de crianças, jovens e educadores para entender melhor o cinema através do Cineduc. A saber, essa ONG carioca realiza tal trabalho desde os anos 70.
Citações
Aliás, “Ao Futuro Espectador” cita diversos filmes como “Um Homem com uma Câmera”, de Dzi Gavertov; “Paris Adormecida”, de René Clair; “Aurora”, de F.W. Murnau. Traz também referências a “O Homem que Matou o Facínora”, de John Ford;
“Roma, Cidade Aberta”, de Roberto Fossellini; “Tempos Modernos”, de Charles Chaplin. Ainda por cima, tem diversas imagens históricas do arquivo Cineduc que fornecem um panorama interessante da época.
Por fim, o filme mostra a influência católica no cinema brasileiro. É bastante relevante ver Hilda Azevedo opinando sobre como o cinema deve ser encarado e contemplado – respeitado como grande arte que é.