Falar de Germano Almeida é falar da contemporaneidade literária de Cabo-Verde. É um escritor cabo-verdiano, nascido na ilha da Boavista. Apesar de ser advogado de formação dedicou-se também à escrita, contando atualmente com dezenas de obras.
A história da literatura cabo-verdiana ficou mais rica desde que Germano Almeida ganhou o prémio Camões no ano de 2018. Germano é o segundo escritor cabo-verdiano a receber o prémio. Sendo um prémio que consagra os autores de língua portuguesa, este tem vindo a contribuir para o engrandecimento e fortalecimento dos laços entre os países falantes da língua portuguesa. E neste caso não foi exceção, Cabo Verde ganhou ainda mais prestígio perante a comunidade dos falantes de língua portuguesa.
Apesar de escrever em português, as evidências de expressões em crioulo são as “imagens de marca” do escritor cabo-verdiano
Entre as suas obras podemos encontrar principalmente romances. O primeiro romance que publicou foi O testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo, em 1989. Esta obra ficou conhecida ter marcado o início de uma nova fase na literatura cabo-verdiano, por se enquadrar num período pós colonialista. A linguagem utilizada pelo autor revela uma maior liberdade de expressão, recorrendo principalmente ao humor, fez com que houvesse maior democracia, atingindo assim um maior público. Este seu primeiro romance mereceu o Prémio Marquês de Vale Flor e serviu de inspiração para um filme, premiado no Brasil e no Paraguai.
Para além de romances o escritor recriou as suas histórias no período da infância na ilha da Boavista, retratando o ambiente familiar na altura. Exemplos dessas histórias são os livros A Ilha Fantástica e A Família Trago (1998).
Com a sua incrível capacidade de contar histórias, o escritor cabo-verdiano exerce a sua crioulidade através de sucessivas obras, em que umas vão buscando partes e memórias das outras. São exemplos algumas sobre o ciclo mindelense, O Meu Poeta (1990), Estórias de Dentro de Casa (1996), A Morte do Meu Poeta (1998), As memórias de Um Espírito (2001) e Mar de Laginha (2004).
Também apresenta obras baseadas em factos reais acontecidos nas Ilhas de Santiago e São Antão, como é o caso de O Dia das Calças Roladas (1992) e Os Dois Irmãos (1995).
Em 2014 lançou Do Monte Cara vê-se o Mundo, em 2015 Regresso ao Paraíso e a sua última obra até então O Fiel Defunto (2018).