Falemos sobre a função social do audiovisual. Existe um bordão que é “Cinema é a maior diversão”. Realmente, apesar de atualmente os serviços de streaming estarem cada vez mais dominando o mercado de exibição de filmes, ir ao cinema ainda é uma grande diversão. Ou pelo menos era antes desta pandemia que assola o mundo atualmente.
Porém, isto não significa que o cinema seja apenas diversão. Realmente, o cinema como conhecemos iniciou-se como uma curiosidade científica totalmente voltada ao entretenimento, ao contrário de todas outras formas de arte anterior a ele. Se por um lado isto é um aspecto negativo para seus críticos, por outro é um aspecto positivo para seus entusiastas.
Existem poucos temas no mundo que ainda não tenham se tornado assunto de algum filme. O cinema é atualmente a ferramenta mais eficaz e direta nos meios de comunicação de enviar uma mensagem. Seja em longas-metragens, curtas ou vídeos feitos para a internet.
Fonte de conhecimento e entretenimento simultaneamente
Existem diversos estudos que falam sobre o aspecto de espetáculo do cinema. Seria então um filme a melhor ferramenta para abordar temas sociais sérios como por exemplo miséria, guerra, assassinatos políticos, preconceito, pena de morte, entre outros temas complexos? Uma família ao ir ao shopping, comprar sua pipoca ou seu lanche e assistir a um filme que aborde algum destes assuntos estará realmente aprendendo ou absorvendo algo? Estará se informando enquanto “se diverte”?
Segundo alguns estudiosos como Walter Benjamin e Ernst Gombrich, sim. De acordo com eles, o cinema tem uma vantagem justamente na relação de entretenimento com o espectador, que acaba tendo uma postura mais positiva com os “ensinamentos” passados a ele. Mais do que se ele tivesse que ler um livro ou assistir a uma palestra.
Em vista disso podemos pensar que sim, filmes com uma mensagem social são importantes para que nossa sociedade possa refletir sobre diversos assuntos e temas atuais de acordo com cada país, região e cultura. Podemos pensar em cineastas como Ken Loach, Costa-Gravas e Eduardo Coutinho, entre outros.
Cinema e a COVID-19 – A função social do audiovisual
Com o mundo em estado de alerta pela pandemia da COVID-19, praticamente todos os setores voltam suas atenções aos efeitos causados pelo avanço do vírus nas cidades. Seja para falar sobre os efeitos do isolamento social que vem sido praticado como uma forma de contenção da contaminação, seja para falar sobre quem está pesquisando uma possível vacina, seja para falar sobre as possibilidades de surgimento de outros vírus tão fortes como o corona se o ser humano não parar com o devastamento das florestas, ou seja para falar sobre os profissionais mais importantes no combate atualmente ao vírus: Os profissionais de saúde.
O filme COmbatentes pela VIDa (cujo título faz menção ao nome da doença) é um exemplo de filmes que foram realizados neste cenário de pandemia e que procura conscientizar as pessoas a respeito da situação dos profissionais de saúde. Vimos barbarizados diversos profissionais serem agredidos verbal ou fisicamente durante estes meses, por diversos motivos (irracionais). Devemos todo nosso respeito, admiração e consideração por estas pessoas.
Porém não é apenas chamar eles de heróis e depois que passar a pandemia esquecer de tudo. O respeito tem que ser constante. Também não adianta nada admirar o médico e achar que o técnico de enfermagem tem menos importância ou “não sabe de nada”. Cada função é importante no cuidado da saúde das pessoas. Cada profissional é peça de uma grande engrenagem.
O filme “COmbatentes pela VIDa” acabou de ser premiado como melhor documentário no Quarantine Film Challenge. Festival de filmes feitos no isolamento que foi organizado em Nova Dehli, na Índia. É uma grande felicidade este reconhecimento. Que ele seja passado para os profissionais de saúde que aparecem no filme e também todos ao redor do mundo que lutam diariamente pelo nossa saúde!