Creed III tem temáticas interessantes ao redor do boxe. Imagine que você virou um dos maiores pugilistas da história dos Estados Unidos. Mas, quando criança, tinha um amigo cujo sonho era o mesmo, já mais velho, e que lutava bem. Ele foi preso. Você não. Dezoitos anos depois o antigo parceiro aparece após sair da prisão e pede uma chance. E agora?
Essa é a base de Creed III, que ainda valoriza a representatividade ao mostrar a filha deficiente auditiva, e vários diálogos em libras, com legendas. A menina, aliás, é carismática, e começa a se conectar com o mundo do boxe.
Jonathan Majors tem uma atuação espetacular como Damian, assim como em Quantumania como Kang, porém, aqui, seu personagem favorece, pois tem outras nuances e traumas. Olhos que marejam, falsidade, amargura, inveja, raiva. Tudo isso transparece nos trejeitos do ator.
Naruto e Dragon Ball Z
Creed III, da Metro Goldwyn Mayer Pictures, tem outra coisa para despertar a curiosidade, pois é a estreia de Michael B. Jordan na direção, o qual também revive Adonis Creed, sem deixar a bola cair. É possível perceber cenas que fazem referências ao mundo dos animes, os desenhos japoneses que Michael gosta. Vemos a face de Naruto no quarto do jovem Adonis, por exemplo. Mais adiante, tem um soco que Adonis recebe, em câmera lenta, onde vemos o suor flutuando, que parece Dragon Ball Z. Ponto para B. Jordan. As lutas são boas e o diretor não decepciona.
Adonis é um homem com dificuldades de se expressar emocionalmente, buscando se relacionar com a aposentadoria, sendo agora um empresário de visão. O filme mostra as complicações emocionais dois brutamontes principais, que precisam dizer o que sentem, sem falar. Vemos em seus olhos.
Em seguida, veja o trailer, e siga lendo:
A luta entre os antigos amigos vai além e entra na metáfora de todos sumirem e somente eles entre socos, devem lidar com as escolhas do passado. É mais do que uma luta de boxe, é um reencontro com o passado, com traumas enterrados.
O filme também é estrelado por Tessa Thompson (franquia “Creed”, “Identidade”), Wood Harris (franquia “Creed”, “Blade Runner 2049”), Florian Munteanu (“Creed II”, “Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis”), a novata Mila Kent e Phylicia Rashad (franquia “Creed”, “Soul”).
O roteiro escrito de Keenan Coogler (“Space Jam: Um Novo Legado”) e Zach Baylin (“King Richard: Criando Campeãs”), é funcional, dando chance para o diretor trabalhar bem. Fez falta para mim pessoalmente, ver alguma participação de Sylvester Stallone, que teve problemas com o caminho escolhido por B. Jordan e companhia.
Joseph Shirley (“Jackass para Sempre”, série “O Livro de Boba Fett”) na composição da trilha sonora arrebenta. Ainda por cima, vários hip hops ajudam a manter o espectador ligado e dançando no ringue.
O filme estreia a partir de 2 de março de 2023, com distribuição na América do Norte pela MGM, e internacional pela Warner Bros. Pictures.
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