The Soul Conductor (Provodnik) é um filme russo que lida com o sobrenatural. A protagonista é quase uma caça-fantasmas, e tudo pode lembrar um pouco o clássico de M. Night Shyamalan, “O Sexto Sentido”. Tem alguns espíritos que andam sempre ao lado dela, pois estão precisando de algo. O longa-metragem dirigido com razoabilidade por Ilya S. Maksimov, mostra bons ângulos e eficiente uso nos leva a conhecer essa “Condutora de Almas”, Katya, a qual acaba se envolvendo com a polícia na busca de um assassino. Katya luta para resolver o mistério antes que seja vítima, mas é difícil confiar em sua própria mente fragmentada e embriagada, e menos ainda em outras pessoas.
Katya (Aleksandra Bortich) é uma mulher geniosa e sombria de 22 anos que pode se comunicar com os mortos. Ainda temos sua irmã gêmea, que desaparece misteriosamente. Assim, nossa “heroína” começa a experimentar algumas visões bem aterradoras. É com boas cenas de terror que o filme presenteia o espectador a partir desses pesadelos de Katya. Dá pena dela, é um dom ou maldição? Somente alguns goles da tradicional vodka fazem com que ela volte a realidade.

Multidimensional
Muitas vezes ficam dúvidas se estamos vendo seres humanos ou espíritos e parece que todo mundo é um pouco louco. A ideia do filme não é ficar dando sustos, apesar de diversas cenas assustadoras (em especial com o menino). O carisma e a atuação de Aleksandra Bortich se destacam, entre a doçura e a firmeza; o sofrimento e a esperança. A atriz é uma presença convincente. Com roteiro de Anna Kurbatova e Aleksandr Topuriya, The Soul Conductor oferece à Aleksandra um personagem multidimensional. A mescla de memórias e pesadelos, a tristeza e o arrependimento associados são representados de forma eficiente pela atriz bielorrussa de 24 anos, que ainda luta contra um assassino em série / força satânica. O final é um pouco corrido, amarra alguma situações, mas deixa outras em aberto.
Aliás, o arco redentor da narrativa não surpreende. Contudo, o diretor Ilya S. Maksimov está fazendo sua estreia como diretor de cinema após uma década na televisão e The Soul Conductor não é um debut ruim. A fotografia de Yuri Bekhterev acrescenta muito, com imagens assustadoramente lindas, seja na neve – ou em um rio de sangue.