Medicina da Cozinha? Qual a música que você escuta? Você se comunica afetivamente com os alimentos que tu cozinhas? Tu se sentes conectade à comida? Faz mais na pressa e na obrigação? E a postura corporal, durante o preparo da refeição, como é? O fato é que essas respostas nem sempre são lineares nem se mantém as mesmas. Há dias que estamos muito inspirados; em outros bate aquela preguiça… E tudo bem. A princípio, acho que como tudo na vida é a construção, observação e experimentação do cotidiano, muitas vezes a cobrança em ter uma execução perfeita de todas as atividades do dia nos permeia. Porém, essa cobrança pode surgir até da gente próprie a partir também de conteúdos que consumimos! Sim, nos nutrimos por tudo! Música, leituras, sites…
Enfim… Aqui, hoje, a temática é da gente se permitir observar quais são os nossos hábitos enquanto cozinhamos, pois a maneira como fazemos o cozinhar também faz parte do processo da nossa nutrição. E é tão bonito esse processo de auto-percepção! Ele nos ajuda a também reinventar os ambientes e momento! Em seguida, quem sabe numa próxima vez que fores cozinhar, tu lembres desse texto e acabe respirando mais fundo antes e durante de picar os alimentos… Ou lembre de colocar uma música gostosa que faça sentido para você naquele momento…
Conversa com as plantas é medicina da cozinha
Conversar e ter uma relação com aquilo que manejas que vai te nutrir, que tal… Isso me faz lembrar daquele experimento das plantas. Conhece? Uma recebe só elogios e amor, enquanto a outra recebe afetos ‘negativos’, e isso é perceptível no seu desenvolvimento. E o mesmo acontece com o alimento! O modo como o tratamos é como o receberemos. De um modo
geral, a proposta é sair do automático, viver o momento presente de forma inteira naquele momento. Acredito que muito disso é uma possibilidade que o Veganismo pode nos ensinar. Aliás, não é sobre romantizar esse momento na cozinha, mas sim de perceber que as coisas que fazemos também trata sobre relações.
Além disso, como humana, sou ciente que, às vezes, cozinhamos por obrigação e que, em outras, nossa rotina está cercada de outras demandas que tornam esse momento de entrega ao cozinhar e comer mais desafiante. De qualquer forma, semeio essa sementinha. O quanto podemos ir colocando ingredientes nesse ambiente e nesses momentos! Ir ficando mais atento aos aromas, ir criando uma atmosfera de acolhimento através de música. Ir, também, criando empatia por nós mesmos (que vamos comer) e pela comida (que vai nos alimentar) e agradecer pela possibilidade de ser nutride.
Afinal, assim seguimos. Somos energia e consumimos energias! Torço que podemos iniciar esses rituais culinários com mais frequência, enfeitando nossa cozinha e apreciando esse momento!