Rico Moraes, publicitário e produtor fonográfico, dono do estúdio Pato Rouco Records, passou suas impressões sobre o dia que esteve no Rio Music Market, em especial a palestra: “O que faz o Empresário Artístico”. Flora Gil foi uma das presentes, empresária da Gege Produções desde 1982, empresa que cuida da carreira artística de Gilberto Gil (shows nacionais e internacionais, projetos especiais). Administra o patrimônio autoral da Gege Edições Artísticas, editora, que se ocupa dos direitos autorais de vários artistas da MPB. Hoje, Flora está envolvida na questão da transparência de pagamentos de direito autoral aos criadores, incluindo o direito autoral na era da internet (digital). Ainda por cima, administra o estúdio de gravações Palco e a gravadora Geléia Geral. Inclusive, é também responsável desde 1999, no carnaval da Bahia, pelo projeto “Expresso 2222”.
Produto + Estratégia
Junto com ela, participou Rommel Marques, engenheiro por formação que seguiu para música e começou sua carreira como DJ atuando em inúmeras casas do RJ (Crocodilu´s, Hipoppotamus, Help, entre outras). Logo depois, em rádios FM como Cidade, Transamerica e Manchete. Em 1987 entrou na indústria fonográfica passando por EMI, Warner, BMG Portugal e Sony Music onde alcançou a posição de Diretor de Marketing e Promoção. Já em 2003 foi convidado por Zezé Di Camargo para assumir a função de empresário da dupla e durante esta parceria se tornou um dos produtores do filme “2 Filhos de Francisco”. Após o trabalho com a dupla trabalhou com vários e talentosos artistas como Maria Rita, Daniel Boaventura, Marjorie Estiano, Tiago Iorc e Anitta.
A princípio, eles explicaram sobre a função e a relevância do empresário artístico. Rommel focou muito na questão da música como um bom produto e a diferença que o planejamento faz para que realmente possa dar certo, citou a questão do longo prazo, como onde pretende-se chegar em cinco anos, por exemplo. Flora Gil comentou muito sobre como é o trabalho na empresa Gege. Explicaram como Anitta parece que se agencia, contudo, possui diversos assessores por trás.
Showcases
Rico Moraes colocou a coisa mais importante como sendo a união de bom produto com esmerado planejamento estratégico de marketing. Na mesma semana, ocorreu uma explicação sobre como fazer shows fora do Brasil, inclusive os tributos que precisam ser pagos e todo o trabalho necessário para que dê certo. O grande artista brasileiro Jards Macalé esteve presente assistindo.
No geral, nos dias que nós do Vivente Andante pudemos comparecer, tivemos sempre boas surpresas e era perceptível o alto nivel dos palestrantes e mediadores. A saber, o Rio Music Market se mantém como um evento consolidado que auxilia o mercado cultural e musical brasileiro discorrendo sobre as tendências e caminhos possíveis e prováveis. A união de artistas, empresários e trabalhadores dos ramos musical e cultural fornece um grande caldeirão de troca de conhecimentos útil para todos os gostos.
Ademais, durante o evento, diversos showcases ocorreram, com artistas do mundo inteiro, com destaque para Reptilian Beats, do Chile, que fez um show diferenciado e animado no Dumont Art Bar, no bairro da Gávea. Misturavam epicidade com toques teatrais e percussão que lembrava a Bahia. Teve também Negra Jaque, rapper de Porto Alegre (RS), que cantou a identidade preta. Inclusive, assistimos também a mesa sobre Documentários Musicais, extremamente demonstrativa da dificuldade que é concretizar tal produto. Muita burocracia, infinitos direitos autorais, mas resultados que costumam compensar.
Enfim, o Rio Music Market 2019 foi um evento necessário e valiosamente rico. Uma conferência anual que traz uma gama cultural voltada para a materialização da arte como produto viável que auxilie cada vez mais no crescimento econômico. Que venha o de 2020!
*Matéria com colaboração de Rico Moraes, enviado especial como imprensa pelo Vivente Andante, a convite da Belmira Comunicação.